Nos calabouços da base, Dayana chegava sorrateiramente sem que ninguém notasse sua presença. Logo chegou às celas onde os soldados de Arista se encontravam e, com altivez, parou diante destas e falou.
— Bom dia, cavalheiros... vejo que meus novos amigos estiveram se divertindo um pouco sem mim...
Os soldados pareciam um tanto maltratados, já que tanto o conde quanto o ministro, para extrair a informação sobre o antídoto do veneno que haviam administrado em Dayana, os torturaram por horas. Um dos "Bandidos", ao ver a jovem completamente recuperada, disse.
— Deveria nos agradecer, pelo visto sobreviveu graças à nossa ajuda...
— Por favor, cavalheiros, não finjamos que a ajuda de vocês foi desinteressada. Pelo que vejo, não foi fácil obter o antídoto e também não pensem que estão falando com uma novata. Agora, vamos falar de algo mais interessante, quais são os planos de vocês? O que vem a seguir?
Os bandidos olharam para Dayana sem entender bem as palavras da senhorita e esta acrescentou.
— Vamos, rapazes, podemos fazer isso da maneira fácil ou da maneira difícil, mas confesso que quando me ponho dura costumo não saber me controlar.
— Não sabemos do que está falando, estamos aqui contra nossa vontade...
— Sério? Que cruéis somos, não é mesmo? — Dayana se aproximou mais da grade e acrescentou — Por que não me contam por que um grupo de soldados de Arista se deixou prender sem oferecer resistência... — O homem à frente, olhando para a mulher e esta, com um sorriso, acrescentou — ao contrário dos meus novos amigos, eu sei de tudo. A questão aqui é, como vocês querem fazer isto, cavalheiros, da maneira fácil ou da maneira difícil? Na verdade, faz muito tempo que não faço isso e já estou até me animando.
Os demais soldados se levantaram do chão e Dayana sorriu, para então pegar um grampo de seu cabelo e dizer.
— Pela maneira difícil então... — Sem mais, aproximou-se da grade e, pegando o cadeado, o abriu. Logo os soldados que se encontravam nessa cela saíram e, ao ser rodeada por cinco homens, a garota sorriu. — Muito bem... O interrogatório começou.
No escritório do ministro, um soldado dava o relatório do que havia conseguido investigar ao ministro. Ao ver que a informação que o soldado lhe dava era pouca ou nenhuma, o ministro, frustrado, enviou o soldado novamente em busca de respostas.
Cristian, assim como Víctor, ao ver o quão ansioso Stefan estava tentaram acalmá-lo, mas logo um soldado bateu as portas do seu escritório, e entrando um tanto agitado, falou.
— Senhor, deve ir aos calabouços agora mesmo... a senhorita que vocês trouxeram se trancou com os prisioneiros e os gritos que saem de lá são... aterrorizantes.
Tanto Víctor quanto os irmãos Ferreira olharam surpresos para o soldado e, ao ver que o que dizia era verdade, Stefan se levantou de sua cadeira e disse.
— Acho que é hora de enviar de volta a senhorita Lauren.
Sem mais, dirigiram-se aos calabouços e, enquanto estavam chegando, os gritos desesperados de socorro começaram a ser ouvidos. Os irmãos e o jovem duque, ao ouvir isso, começaram a correr em direção às celas, mas ao chegar encontraram a porta que conectava ao corredor das celas bloqueada. Os três começaram a procurar uma maneira de abrir as portas até que de repente esta se abriu, para depois deixar ver uma Dayana completamente sorridente.
— Olá, cavalheiro, vejo que os rapazes chamaram sua atenção com tantos gritos...
Víctor — Senhorita Lauren, o que estava fazendo lá?
— Buscando respostas... O quê? Não me digam que vocês ainda não o fazem?
Stefan — É suficiente, não sei com que intenção veio aqui, mas vou ter que pedir que se prepare para sua viagem, amanhã pela manhã a enviarei de volta.
Dayana franziu o rosto e, cruzando os braços, disse.
— Muito bem, se é isso que quer, eu irei, só devo dizer que os soldados de Arista estão a caminho, acho que precisa de todos os seus homens aqui, mas como desejar...
Cristian — Espere, o que está tentando nos dizer?
— O que ouviram, em breve atacarão este lugar, os homens ali — disse Dayana apontando para suas costas — são soldados de Arista que se passaram por bandidos para atacar os soldados da guarda imperial. Tinham como objetivo matar o ministro da guerra, mas ao ver que seus planos falharam tiveram que elaborar outro em cima da hora. Não muito longe daqui há um exército esperando que caia a noite para atacar a base...
Víctor — Espere, como sabe de tudo isso...?
— Por que acha que gritavam tanto? Perguntei gentilmente e acabaram de confessar eles mesmos, se não podiam matá-los, sua ideia era envenenar a maioria para poder acabar com todos vocês de uma só vez. A verdade é que gosto de como pensam, seu plano não é tão mau, só falta uma boa execução...
Stefan, Cristian e Víctor ao ouvir as palavras da garota, a olharam com o rosto franzido e o primeiro a caminhar em direção aos calabouços para corroborar tudo o que senhorita Lauren dizia foi o ministro. Dayana, ao ver a desconfiança que este lhe tinha, suspirou e começou a caminhar em direção ao quarto, mas de repente uma mão grande segurou seu antebraço e falou.
Cristian — Estou certo de que há algo que não está nos dizendo. Tenho a sensação de que sabia do ataque antes de vir para cá...
Dayana, que não esperava essas palavras do conde, soltou-se suavemente de seu agarre e, um tanto nervosa, disse
— Impossível, como saberia algo assim? — Víctor também notou seu nervosismo e Dayana acrescentou — Como acabei de contar, esses homens acabaram de confessar tudo a mim...
Víctor — Também não acredito em você, senhorita Lauren. O que diz é muito suspeito. O que está escondendo?
Dayana olhou para ambos surpresa por sua dedução e, sem saber como se defender, respondeu.
— Não acreditariam se lhes dissesse.
Cristian — Prove-me, ao contrário do meu irmão, estou disposto a ouvi-la.
Dayana olhou para o conde e, com alguma dúvida, disse.
— Muito bem, contarei tudo, mas uma vez que termine, não me olhem como se estivessem loucos porque acreditem, eu não estou. — Tanto o conde quanto o Jovem duque, assentiram levemente e Dayana acrescentou. — posso ver o futuro... tenho visões que me mostram fragmentos de eventos que, se não mudarem seu curso, coisas muito ruins vão acontecer...
Cristian olhou para Víctor e este de volta, não entendiam por que senhorita Dayana estava tentando mentir para eles, mas logo a voz de Stefan se ouviu atrás dela e perguntou.
— O que acaba de dizer?...
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Atualizado até capítulo 50
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