No mesmo dia, Lucia decidiu escrever tudo o que lembrava da novela. Estava certa de que não iria interferir na vida do protagonista e na suposta "vilã", mas precisava ter certeza do que faria a partir de agora, não queria morrer novamente. E muito menos sendo tão jovem, em sua vida passada tinha morrido aos vinte e cinco anos, e nesta ainda não tinha completado dezoito, não podia se dar ao luxo de morrer novamente tão jovem. Enquanto escrevia sobre o que se lembrava da história original, um parágrafo veio à sua mente como se fosse uma visão, nele contavam que as guerras que o ministro da guerra travava, eram devido a rotas comerciais que o império vizinho queria tomar à força, em uma das missões de reconhecimento o ministro é enviado junto com seu irmão para lutar e proteger tais rotas, mas infelizmente apenas ele retorna da viagem e apesar das proezas que realiza nessa viagem ser reconhecido, muito pouco se fala da dor que o jovem ministro sentiu ao perder seu irmão. Enquanto Lucia escrevia sobre isso, parou um momento para pensar.
Lucia— Não seria ruim tentar conquistar a confiança do ministro dessa maneira, mas... se eu disser que é possível que matem seu irmão nessa expedição, pensaria que estou louca. Embora se eu impedir o ataque contra o seu irmão, tanto ele quanto o irmão me deverão suas vidas. Isso seria muito conveniente... mas para isso devo treinar, este corpo além de fraquinho parece muito frágil...
Sem mais, Lucia guardou suas notas e começou a treinar sua força de resistência no quarto. Ela em sua vida passada era uma assassina da máfia, toda sua vida tinha treinado seu corpo e agilidade física, não tinha feito isso apenas uma vez, nos anos que passou na família Vitale tinha feito várias vezes, já que em muitas oportunidades a tinham deixado à beira da morte e teve que treinar seu corpo novamente. Enquanto fazia abdominais no chão continuava pensando qual seria a maneira mais conveniente para se aproximar do ministro Ferreira. Assim passou grande parte de sua tarde até que seu pai a chamou para jantar...
***
A noite passou muito rápido e quando menos esperou, um novo dia chegou, e com ele, a mesma menina que a tinha acordado no dia anterior, Emilia.
— Irmã...
Disse e sem mais pulou na cama, Emilia era uma menina de aproximadamente seis anos, que enchia de alegria todo o seu lar, sua mãe tinha falecido após dar à luz por isso a protagonista, ou seja, Dayana, tinha uma relação muito, mas muito especial com a menina. Lucia, por sua vez, ao sentir o peso da menina em suas costas suspirou e virando-se para vê-la disse.
— Pode sair das minhas costas, sinto que vai quebrá-la.
Emilia rapidamente se afastou e algo envergonhada disse.
– Desculpa, é só que queria saber como você estava...
Lucia olhou para a menina e ao ver o quão tímida tinha se tornado, apenas se sentou e sacudindo sua franja respondeu.
— Estou melhor, agora vai e se prepare para tomar café com nosso pai.
A menina assentiu e dando-lhe um beijo em sua bochecha, se despediu e correu para se trocar para o café da manhã em família.
Lucia se surpreendeu com este ato e vendo como a pequena figura saía do lugar sorriu. Ela jamais tinha tido família e quando a família Vitale a adotou, bom, eles apenas a queriam por suas habilidades e destreza, sempre tinha sido uma relação de negócios e nada mais. Uma vez sozinha novamente Lucia, ou melhor, Dayana, levantou-se da sua cama e se preparando para tomar café da manhã em família, olhou seu reflexo no espelho e disse.
— Muito bem Dayana, a partir de hoje começaremos a mudar o seu final...
Sem mais terminou de se trocar e saiu do quarto. Uma vez chegou à sala, viu seu pai junto com sua pequena irmã, esperando por ela. Quando tomou assento seu pai perguntou como estava e depois de uma curta conversa, os três se dirigiram à carruagem, dado que seu pai finalmente as levaria à capital e as compraria alguns vestidos para ambas, pois muito em breve seria a festa de maioridade do príncipe herdeiro e embora seu pai fosse um nobre de baixo escalão, ele tinha uma boa fortuna economizada para tudo o que suas duas princesas quisessem pedir.
Quando o barão chegou à capital de Amatista junto com suas filhas, rapidamente se dirigiram à zona comercial e passaram por várias lojas de vestidos procurando o vestido perfeito para Dayana. Emilia, claro, era a mais emocionada com tudo isso, dado que ela a cada vez que sua irmã experimentava um vestido a via cada vez mais bela. De repente e como se do destino se tratasse, Dayana saiu do provador algo cansada de experimentar tantos vestidos e ao mostrá-lo para sua pequena irmã, viu entrar em outra jovem na loja, era Sarah, sorriu dado que ao ver sua vilã favorita em pessoa, para ela foi como ver um de seus ídolos. Uma vez sua irmãzinha finalmente lhe disse que aquele vestido era o perfeito, entrou novamente no provador para se trocar e desde lá pôde ouvir como um grupo de jovens começou a zombar de Sarah.
— E nos diga senhorita, como vai sua relação com o príncipe Herdeiro? Ouvi por meu pai que o príncipe não está nada contente com seu compromisso, talvez mude de opinião na sua festa de maioridade ao me ver...
A jovem que falava era a filha de outro duque muito importante no império, é por isso que se atrevia a falar assim com a senhorita Sarah. Dayana, que se encontrava ouvindo tudo, não pode suportar as zombarias em direção a sua prota favorita e se aproximando delas disse.
— Senhorita Milton, — disse chamando a atenção de Sarah e de todas as presentes, se aproximou dela e voltou a falar — Que bom que a encontro aqui, tinha muitas vontades de conhecê-la. — Sarah olhou para a menina e Dayana voltou a falar — ouvi muito falar da sua beleza, mas... deixe-me dizer que não há palavras que descrevam o quão formosa você é.
Sarah sorriu algo envergonhada e devolvendo o elogio disse.
— Muito obrigada senhorita, é você muito gentil, e também é muito bela.
Dayana sorriu e acrescentou.
— Creio que minha beleza e a de todas as Senhoritas desse império ficam ofuscadas pela sua, o príncipe herdeiro sim que tem muita sorte, além de conseguir uma noiva bela também ouvi que é muito inteligente.
Sarah olhou para Dayana com um sorriso nos lábios, mas antes que pudesse dizer algo, a senhorita do ducado Vermont disse.
— Que falta de respeito é esta, acaso não viu que estávamos falando com a senhorita Sarah?
Dayana virou e olhando para a jovem disse.
— Oh... desculpe, não sabia que isso se fazia. Só vi um grupo de meninas querendo intimidar a futura princesa herdeira. Me pergunto o que pensaria o príncipe e os imperadores se soubessem que um membro da sua família está sendo insultado...
Dayana viu como a senhorita Vermont estava prestes a explodir de raiva e aproximando-se mais dela disse.
— Ainda não é, além disso, em nenhum momento intimidamos a senhorita Sarah, apenas estávamos fazendo algumas perguntas...
O que ninguém sabia era que Sarah tinha ido àquela loja junto com sua alteza, este tinha sido obrigado por sua mãe a acompanhar sua prometida à capital e embora não lhe agradasse muito a acompanhou. Ao chegar à loja, Sarah disse que não demoraria, mas ao ver que ela não retornava entrou e ouviu atentamente toda a conversa. Quando Dayana o viu sorriu e decidiu dar uma lição à senhorita Vermont.
— Oh entendo... Mas sua pergunta não foi sobre o que o príncipe achava do seu compromisso? E se não entendi mal, também insinuou que você poderia chamar sua atenção na festa do seu aniversário. Por que melhor não perguntamos diretamente o que ele pensa de tudo isso? Muito boa tarde, alteza.
Dayana inclinou-se e ao ver isso, todas as Senhoritas se viraram e ao se encontrarem com o príncipe olhando-as seriamente todas baixaram suas miradas e o príncipe perguntou.
— O que está acontecendo aqui?...
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Atualizado até capítulo 50
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