Capítulo 04: ENCONTRO

Estou no último ano do meu colégio, e ainda não sei o que quero fazer, quando eu concluir, mas estou muito ansiosa para conhecer com quem vou estudar esse ano.

Meu pai, Alex, é meio rígido e sempre tive que ficar na minha e nunca pude namorar e nem nada demais. Eu moro no morro desde que me entendo por gente e sempre tive que aprender a cozinhar e a fazer tarefas de casa para o meu futuro esposo, pois até quem vai escolher com quem eu irei ficar será o meu pai.

Sempre que eu estava afim de alguém, ele me mandava para longe, um internato ou algum país para estudar longe, para que eu pudesse ficar longe de todos os garotos. Mas se eu gostar de alguém, ficarei apenas para mim, não vou deixar que ele suspeite, pois estou cansada disso.

Falta um ano para esse pesadelo começar, e ser submissa a alguém a quem não quero. Não tenho muito o que fazer, meu pai Alex só vive em cassino.

Nossas vidas não são as melhores, vamos tentando viver do jeito que dá. Minha tia Lia é quem sempre cobre os gastos de uma viagem de estudos e até do que colocamos dentro de casa, já que minha mãe não é tão interessada em estar conosco.

...Leonardo...

  Então me arrumo rapidamente, visto o uniforme, desço e me despeço do meu pai Alex e vou para o colégio, tentando aproveitar o máximo, já que este ano é o último.

Cheguei no cursinho e logo fui atrás da minha sala. Para a minha sorte, encontrei um amigo do morro, o Kaleb.

Quando entrei na sala, logo vi a menina de quem eu estava mais interessado em saber o nome. Linda, de cabelos compridos e olhos castanhos.

Meu coração quase saiu pela boca. Eu queria ter apenas uma oportunidade de ter uma conversa com ela.

— Você vai babar mesmo, hein? — Kaleb fala, tirando onda comigo.

— Não dá nem para negar que estou olhando?

— Não dá mesmo — Ele diz, quase rindo.

Então, ele começou a rir bem alto de mim, o que me deixou envergonhado.

— Para com isso, Kaleb. Me ajuda aí, me dá uma força. Você tem mais coragem que eu.

— Tá doido? Se o seu pai descobrir, ele me mata — Ele fala com uma expressão séria.

— Eu sei disso. Mas quem disse que seria para casar? Eu só quero uma oportunidade, nada demais.

— Você vai ter que se virar dessa vez, porque eu não vou mexer com fogo, até parece que você não conhece o seu pai — Ele fala, balançando a cabeça em negação.

Olho para ele com os olhos cerrados, mas depois começo a rir.

... Laura...

No meu primeiro dia, conheci uma menina, a Luna, fizemos uma amizade e gostei bastante dela, mas quando levantei o olhar, vi um menino com o sorriso mais lindo que já tinha visto.

Ele entrou na sala e tinha o cabelo bem curto e preto, e olhos igualmente pretos.

Eu não sabia se devia se esconder ou encarar o garoto.

 O mais engraçado é que ele parecia familiar, mas eu não sabia se já o tinha visto antes.

Quando passou a aula, fomos para o refeitório lanchar, mas a minha mente só pensava nele.

O pior de tudo é pensar em como isso pode me afetar em casa, sem que o meu pai possa perceber.

A Luna me fez companhia no refeitório, conversamos sobre várias coisas e rimos muito.

Até perceber que alguém estava me observando.

Quando levanto a minha vista. Era ele, ainda não sei o nome dele. Porém, quanto menos eu soubesse dele, melhor será.

Assim, não me envolvo muito. Então, o sino toca e voltamos para a aula.

......................

Quando a aula acabou, despedi-me de Luna e fui para casa.

Ao chegar em casa, estava tudo uma bagunça, parecia que tinha passado um furacão por toda a casa.

 Tento encontrar meu pai, mas não consigo.

Então, descubro pelos vizinhos que ele está na boca, e como já tinha explicado, ele gosta de jogar em cassino.

E quando perde, o que sobra vai todo para a bebida.

Quando cheguei lá, o Lc estava com seus companheiros, gritando e pedindo o dinheiro que o meu pai, Alex, estava devendo.

Fico pasma, pois não sabia que meu pai estava devendo a ele, mas também sempre me perguntei de onde vinha todo esse dinheiro que meu pai jogava.

— Quem é você? O que está fazendo aqui? — Lc pergunta.

— Sou a filha do Alex, o que está acontecendo?

— Seu pai? Já ficou sabendo que ele está me devendo, e já ficou sabendo o que ele concordou comigo? — Ele diz e começa a rir.

— O que está acontecendo? Eu não estou sabendo de nada, pai. O que está acontecendo?

— Filha, desculpa... — disse em um breve sussurro.

— Ele te entregou para mim como forma de pagamento. Agora você vai para a minha casa e não sairá de lá até terminar o colégio. Depois de terminar, irá se casar com o meu filho. Será a prometida dele. Não me desobedeça e não poderá sair de lá para nenhum lugar, a não ser que eu permita, seja de casa para o colégio e mais nada. — Ele fala, interrompendo meu pai.

— Pai, não acredito que o senhor fez isso comigo, eu fiz de tudo para não sair do seu lado, enquanto minha mãe nem olhou para trás.

Saí chorando para fora e foi quando um homem veio em minha direção e me pediu com educação para que eu fosse para o carro, levando-me até a casa do Lc.

  Chegando lá, fui colocada na sala, fiquei sentada e comecei a chorar muito. Eu estava muito abalada e então uma mulher chegou a perguntar quem eu era, como se não soubesse o que estava acontecendo.

... Cecília...

Escutei o carro chegando, escutei os passos do Tom. Quando fui chegando mais perto, ouvi alguém chorar bem alto.

Cheguei na sala e vi uma moça sentada no sofá chorando bem alto.

— Quem é você? E por que está aqui na sala chorando?

— Meu nome é Laura. Fui vendida pelo meu próprio pai, por dívidas, e fiquei prometida ao seu filho. — Foi tudo o que a garota disse.

Ela começou a chorar muito, então cheguei mais perto dela, abracei-a e pude ver o quanto ela se sentiu acolhida por mim.

— Oh, meu amor, não chore. Meu nome é Cecília. Não tenho filho, sou a empregada da casa, mas tenho ele como filho e agora tenho você. E sempre que precisar, estarei aqui.

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