Resultado do exame

Pov's Melanie Bieber'.

Flórida- Miami.

De tarde 17:45. PM. 

Aguardo o resultado do ecocardiograma chegar.  Quero saber como anda o funcionamento do coração.  Porque quase não havia batimentos, e essa falha, pode ter gerado a parada cardíaca. 

Observo Niall afastado no canto, sentado na cadeira. Gostaria muito de perguntar se está tudo bem, mas não quero parecer falsa ou interessada demais. Ignoro aquilo e foco no mais importante:

— Esse pulguento não pode continuar na sala.— implico, vendo o vira-lata próximo da maca, sem sair de perto da dona.

— Poxa, por que a Amora não pode ficar? 

A criança faz um bico manhoso nos lábios.

— Porque é inadequado, mocinha. Você terá que passar por uma bateria de exames. Não faça essa cara!

Outra vez, checo a sua pressão com o medidor. Sinto os batimentos estarem lentos demais, num ritmo quase inaudível.

— Eu não estou doente.

— Saberemos daqui a pouco.

A mesma suspira, emburrada. Viro, para ir pegar o soro para trocar. 

— Você é uma médica muita chata.— escuto-a reclamar, e pela primeira vez acabo soltando uma risada sincera.

— Meu marido também costumava dizer isso.— olho em sentido ao principal envolvido, que se mantêm calado— Que culpa tenho eu, se eu gosto de cuidar dos meus pacientes.

Paro de frente a pequena garotinha, que logo fica esmorecida.

— Mais você não quis cuidar de mim.— a voz infantil sussurra.— Você não quis ser a minha mamãe.

Paraliso, completamente. Aquilo me atinge em cheio. Fico tão atordoada com a frase, que mantenho uma intensa troca de olhares. 

— Doutora, está aqui o resultado do exame.— a enfermeira aparece, trazendo.

— Obrigada.

Seguro o ecocardiograma, para analisar. O que os meus olhos veem... assustam.

— O que eu tenho?

— Nada demais, princesinha. — minto. —Teremos que refazer, ok?

Escrevo uma receita fazendo a solicitação para um novo ecocardiograma. 

— Pra quê refazer?— o tom rouco do indivíduo ecoa.— É perca de tempo —  reviro os olhos, ao escutar a arrogância de Niall. — O coração dela não serve para nada.

De imediato lhe encaro perplexa, quando começa a pontuar todos os pontos. Ele era tão bom no que fazia, que simplesmente não precisava nem olhar o exame, para saber o diagnóstico do paciente. E por incrível que pareça, está usando essa técnica agora.

— Eu vou morrer?— a pobrezinha pergunta assustada. 

— É claro que não. A médica aqui sou eu, mas têm uns que se mete demais.— mando a indireta e o outro finge que não é pra ele.— Vem aqui comigo um instante.

Saio o puxando para o lado de fora. 

— VOCÊ NÃO PODE DIZER PARA UMA CRIANÇA QUE O CORAÇÃO DELA NÃO SERVE PARA NADA!

— Mas não é verdade?

— É contra os protocolos, o certo seria informar ao responsável. 

— Eu não sigo protocolos.

— Esse o seu problema, Niall, você nunca seguiu os protocolos. 

— Vou operá-la.

— O quê?

— Vou dar mais 3 meses de vida, até que ache um coração novo para a menina.

— Para que isso aconteça, alguém precisa morrer né?— o relembro esse detalhe. 

— Já morri uma vez, Melanie, a segunda vez não vai fazer diferença. 

–Só  seria possível querido, se tu fosse o doador, mas nem para isso tu serve.— sacaneio.

— Quem disse que não?— soa confiante. — Você morreria de saudades.

— Como é convencido! — arregalo os olhos.— O máximo que eu sentiria era alívio. Já estava acostumada a vida de viúva e você retornou para estragar tudo. 

— Que lástima! —  implica comigo.— Pena que eu não sinto verdade em você.

— É sinal que sei esconder bem os meus sentimentos — dou de ombros, com sarcasmo.— Já você não, não sabe nem esconder que fingiu que perdeu a memória.— o desmascaro. 

E o mesmo gargalha.

— Sabe qual foi a pior parte? É que você  me colocou para dormir no chão, Melanie.— reclama, fazendo uma careta de indignação.

Caminhamos lado a lado pelo corredor do hospital. 

— Tava até limpinho, sabia.— brinco, ao ver a cara que faz quando o provoco.

— Mas falando sério agora....— paramos no canto.— Alguém tentou nos matar, Melanie, aquele acidente não foi bem um acidente.  Suspeito que possa ter sido alguém da minha própria família, e eu preciso descobrir quem foi o filho da puta que destruiu as nossas vidas.

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Comments

Eliana Gomes

Eliana Gomes

Gente é drama ou comédia?
muito ridículo essa conversa

2025-04-09

0

Elisete Protazio

Elisete Protazio

ele não teve culpa !!!!!

2024-05-20

2

Anonymous

Anonymous

Eu também não estou entendo quase nada.

2024-05-19

0

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