Pov's Melanie Bieber.
Manhã seguinte….
7:30 AM
Pego a minha bolsa, já pronta para sair.
– Para onde pensa que vai, Melanie?
Paro, suspirando fundo de costas para minha sogra. Viro.
— Trabalhar.
— Não seja irônica.— sou repreendida. E fecho os olhos, pelo quanto duvida de mim.— Já faz anos que você não trabalha, pra quê isso agora?
— Estou cansada de está trancafiada nessa mansão. Quero poder voltar respirar novos ares.
— Não acho apropriado.
— A senhora não tem que achar apropriado. — logo a corto, sem abaixar a cabeça. — Quem decide o que eu faço, ou não da minha vida, sou eu.
— Já conversou com o seu marido sobre essa questão?
— Que diferença vai fazer?— rebato, com as palavras na ponta da língua— Nem lembrar de nada ele lembra.
— Você como uma mulher casada, não deve agir desse modo.
— Devo agir como, dona Esther?— gesticulo os braços, sarcasticamente.
— Seu papel como mulher, é cuidar do seu marido. E não o abandonar, como está fazendo.
— Eu não estou o abandonando, só vou voltar a trabalhar.
— Acho isso uma falta de respeito!— a senhora Bieber me critica. E a encaro horrorizada.
— Sendo assim, continue achando uma falta de respeito. Porque eu estou indo.
Começo andar, ouvindo-a me ofender no fundo.
Minha sogra tem uma mente muito machista. E quando resolvi abrir mão da minha profissão no passado, foi justamente pelo seu posicionamento de que:” o papel da mulher é trabalhar em casa, já o do homem é de sustentar”
Fiquei tão cega pelo fato de está apaixonada pelo filho dela, que não percebi a manipulação que fui obrigada a compactuar por todos esses anos.
Mais agora será diferente... eu não vou mais obedecer ordens.
**********.
Ao entrar no meu antigo consultório, bate aquela nostalgia. Era aqui o cantinho que eu costumava atender os meus pacientes.
Vou até a minha mesa e fico parada olhando pros porta-retratos. Seguro em um; foi a primeira vez que saíamos juntos.
Niall era o típico cirurgião que arrancava suspiro das enfermeiras e das outras médicas, por seu charme e talento, ele era muito almejado. Não somente no lado pessoal, como também na parte profissional, suas mãos eram muito talentosas na sala de operação.
Nosso amor não nasceu a primeira vista. Claro que tinha uma admiração da minha parte, mas aquela paixonite platônica nunca ia se tornar real. Era assim que eu pensava. Como um médico do poste dele, ia se interessar por uma simples generalista?
Minha especialidade sempre foi atuar em primeiros-socorros, trabalhar no caos da emergência. O que me desmotivou de não seguir exercendo, foi o acidente. Perder a minha bebezinha, foi uma perda tão grande, que me sinto culpada de não ter sido capaz de salvá-la.
Fui egoísta um pouco e agora tocar no meu jaleco, e vê o meu nome descrito, me faz me arrepender de ter ficado tanto tempo afastada, daquilo que eu mais amo fazer.
Pego-me mirando para o retrato que está em cima da minha mesa, de quando eu estava na maternidade; eu tinha acabado de ter Mel. Sempre em minhas fotografias estou sorrindo, mas no decorrer dos anos, esse sorriso não existe mais.
Outro ponto que está mexendo comigo... é a volta do Niall. Eu estou tão cega com esse desejo de vingança, que estou esquecendo que esse homem, é aquele que um dia eu tanto amei.
A voz familiar ecoa, e rapidamente sobressaio do vago devaneio. Saio em disparada, encontrando a minha sogra no corredor. Esta não está sozinha, seu filho está ao seu lado, o próprio me fita surpreso ao me vê de jaleco branco.
— O que aconteceu?— pergunto, ao enxergar a criança inconsciente em cima da maca.
— O que você fez, Melanie?
— Como assim o que eu fiz?
— Eu encontrei ela desmaiada no quarto.
— Deixa eu checar.
Tiro o medidor de pressão que está em volta do meu pescoço. Ouço os batimentos cardíacos, constatando que estão fracos demais.
— Ela está sem pulsação.— às pressas, começo empurrar a maca.— E você vem comigo.— chamo o outro, este que não entende.— Não fique aí parado, venha!
Adentro em uma das salas de emergência, colocando-a sobre os aparelhos.
— O que eu faço?
— Ela está tendo uma parada cardíaca.— digo, num tom afoito. — Faça esses movimentos.— explico, entregando a ele uma bomba de ar para que aperte.— O cérebro dela não pode ficar sem oxigênio.
Niall prossegue de um modo tão lento, que aquilo me dá nos nervos
— Me der.— tomo das suas mãos, preferindo fazer.— Reage! Reage!— imploro baixinho, fazendo massagens na região do coração da menor.
Observo que não há sinal vital, e recorro a fazer o procedimento que é usado em últimos casos.
Encaro o cachorrinho antes. E o olhar murcho dele, me dá mais forças para reanimá-la. Esqueço o orgulho, decidida a salvar esta vida.
— Não assim, Melanie.— gelo, ao ser interrompida pelo médico cirurgião, que faz o meu coração disparar.— Do outro jeito...
O encaro, mexida.
Será que conseguiu recuperar a memória?
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Atualizado até capítulo 53
Comments
Fatima Gonçalves
gente
2024-04-15
3
Lene Souza
qual mistério tem essa criança 🤔🤔🤔
2024-04-15
0
XandeLili Cáffaro
Vamos ver qual o mistério dessa criança.
2024-04-01
0