Sob O Signo Da Revanche
Enquanto você dirige de volta à sua cidade natal, a noite cai sobre o Rio Grande do Sul, envolvendo tudo em um manto de escuridão. A chuva martela impiedosamente o para-brisa, criando um ritmo frenético que ecoa o tumulto dentro do seu peito. Você se pega desejando que o vento pudesse dissipar a tempestade dentro de você tão rapidamente quanto varre as gotas de chuva do vidro.
Os batimentos do seu coração acompanham o som da chuva, um ritmo acelerado e descompassado, uma sinfonia de dor e desespero. Tututu... Tututu... Cada batida parece ecoar a lembrança do momento em que foi jogada no poço, como se o passado insistisse em ressurgir das profundezas escuras da sua mente.
Você se vê novamente naquele instante fatídico, revivendo cada detalhe vívido e cruel. O ar gélido corta sua pele enquanto você é empurrada para o abismo, a sensação de queda livre dominando seus sentidos. A água escura, se abre diante de você, como uma boca voraz ansiosa para engoli-la inteira.
O medo aperta seu peito enquanto você afunda na escuridão gelada, lutando contra as correntes invisíveis que tentam puxá-la para baixo. Cada parte do seu corpo clama por ar, por luz, por salvação. Mas nada vem, exceto a sensação sufocante de desamparo e dor.
O tempo parece se esticar infinitamente enquanto você luta pela superfície, suas mãos arranhando desesperadamente as paredes de pedra lisa. Cada respiração é um grito silencioso por socorro, perdido no vácuo do poço escuro e silencioso.
E então, como um raio de luz em meio à escuridão, uma mão se estende para você, rompendo a superfície da água como um anjo salvador. Você se agarra a ela com todas as suas forças, sua mente turva pela exaustão e pelo alívio.
Finalmente emergindo da escuridão, você se encontra de volta ao presente, o som da chuva e dos seus próprios batimentos cardíacos preenchendo o silêncio ao seu redor. A jornada de volta à sua cidade natal torna-se não apenas uma viagem física, mas uma jornada emocional através das profundezas da sua própria alma atormentada.
Estou de volta à minha cidade natal, mas desta vez não como Anneliese Müller, e sim como Rebeca Salles. É hora de acertar as contas, de fazer justiça por tudo o que eu e minha família sofremos nas mãos desses nomes que agora ecoam em minha mente como juras de vingança.
Maciel Tatto, Leandro Pires, Lucinda Ferreira, Elena Weber, Senhor Carlos Dantas... e, por fim, ela, Sarah Weber. Cada um deles será alvo da minha fúria, da minha determinação em fazer com que sintam na própria pele o peso das lágrimas derramadas, das noites de angústia e do sangue derramado.
Não haverá piedade. Não haverá perdão. Eles não tiveram piedade de mim, da minha família, da minha inocência destruída. Agora é a minha vez de fazê-los pagar, um por um, por cada tormento, por cada injustiça, por cada cicatriz que carrego no corpo e na alma.
Faz tanto tempo desde aqueles dias sombrios, desde que fui jogada da ponte e deixada para morrer. Mas eu não esqueci. Nunca esqueci. E agora, com a determinação de uma sobrevivente, estou de volta para cumprir o destino que me foi negado naquela fatídica noite.
Que eles se lembrem de Maria Chiquinha. Que sintam o peso do seu nome ecoando como um presságio sombrio, anunciando o fim dos seus dias de impunidade. A vingança será minha, implacável e inevitável. E eu não descansarei até que cada um deles pague pelo que fez.
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Atualizado até capítulo 47
Comments
ACAO COMICS
a história já começa boa porque e no Brasil e não na Europa
2024-06-21
1
Jérsica Santos
já amei
2024-05-15
1
Ana Faneco
já gostando o
2024-04-04
1