Segredos de Ponta a Ponta

Você está de pé na ponte, olhando para as águas turbulentas do rio abaixo. A chuva cai forte, lavando as lembranças dolorosas do passado. Você se lembra da época em que sua mãe foi injustamente acusada, e como as pessoas da cidade viraram as costas para vocês.

Um dia, tudo piorou. Elena, movida pela maldade, obrigou sua irmã, Sarah, a expô-la na frente de todos. Você lembra do empurrão, do frio da água quando caiu da ponte. Todos pensaram que você tinha ido embora para sempre.

Mas você lutou. Nadou contra a correnteza, agarrando-se à vida com todas as suas forças. Um estranho gentil te resgatou, te deu abrigo e esperança naquela noite escura.

Agora, de pé na mesma ponte, você sente o desejo de vingança queimando dentro de você. Cada batida do seu coração é uma promessa de justiça. Com lágrimas nos olhos, você jura que não descansará até que todos que te machucaram paguem pelo que fizeram.

Depois do terrível incidente na ponte, você sente um misto de dor e amargura que se torna insuportável. As calúnias sobre sua mãe, uma mulher solteira com dois filhos sem que ninguém soubesse quem eram os pais, pesam como uma pedra em seu coração. O rumor infundado de que ela tinha casos com todos na cidade espalhou-se como fogo, mesmo sem uma pitada de verdade.

Helena, movida pela raiva e pela vingança, tramou sua queda até a ponte para humilhá-la e expô-la diante de todos. Ela usou sua irmã, Sarah, para atrair você até lá, para obrigar você confessar que sua mãe tinha o caso com pai dela. Sarah, sem saber das intenções malignas da irmã, convidou, ela não ficou para ver o desfecho trágico.

No momento crítico, um dos rapazes, movido por uma birra e uma raiva mal direcionada, empurrou você da ponte. Você caiu na escuridão da água gelada, enquanto Helena e outros tentaram salvá-la, mas foram impedidos.

Agora, com o coração pesado e a mente cheia de perguntas sem respostas, você parte em busca de um novo começo. A vingança queimar dentro de você, um fogo que não se apaga.

Mas há algo mais, uma ferida mais profunda que lateja em seu coração. Você acredita que o rapaz com quem namorava na cidade tenha cometido suicídio por causa do boato sobre sua morte. O peso dessa culpa imaginária se mistura à sua raiva e dor, alimentando sua determinação de fazer com que todos que contribuíram para sua angústia paguem pelo que fizeram.E assim, diante da ponte onde tudo começou, você se vê envolvida pelas águas turbulentas do rio, o vento sussurrando palavras de fúria em seus ouvidos. Com o coração pesado e a mente em chamas.

Molhada pela chuva, Anneliese entra no carro e segue em direção à cidadezinha de Selena. Ao chegar, ela estaciona em frente ao hotel da família Weber. Desce do carro e adentra a recepção, mas não encontra ninguém ali. Aguarda por um momento, mas ao perceber que não será atendida, é atraída por um aroma delicioso vindo da cozinha.

Curiosa, ela se encaminha para a cozinha, de onde escuta uma rádio tocando ao fundo. A voz do locutor anuncia: "Olá caros ouvintes, aqui é a rádio oficial de Selena, trazendo uma seleção especial para os corações apaixonados..."

Enquanto a música toca, Anneliese reconhece a melodia e a letra, cantada por Zezé de Camargo e Luciano. "Mentes Tão Bem". Apesar de não ser exatamente o seu estilo preferido, ela compreende a preferência dos habitantes de Selena por músicas Sertanejo.

A atmosfera do ambiente se enche de nostalgia e melancolia enquanto a música preenche o espaço da cozinha. Hanna Weber, a matriarca da família, está ocupada preparando o jantar, acompanhada por uma mulher de cabelos loiros. Anneliese observa a cena, tentando identificar se aquela é Elena ou Sarah, mas a semelhança entre elas torna a tarefa difícil.

— Desculpe, mas todos aqui precisam usar toucas ou lenços no cabelo", disse a mulher, a matriarca do local.

— Desculpe, é que passei horas na recepção e ninguém me atendeu. Resolvi verificar aqui para ver se tinha alguém, respondi. A mulher loira, que estava secando as mãos em um avental, se ofereceu para me ajudar e seguiu em direção à recepção.

— Peço desculpas pelos modos da minha mãe. Sou Sarah, ela se apresentou, estendendo a mão para mim. Seus olhos azuis-acinzentados me fizeram lembrar de Sarah , minha antiga amiga. Elena tinha olhos azuis, mas Sarah tinha azuis cinza. Sarah era aquela que eu mais odiava. Éramos melhores amigas, mas ela me levou para uma armadilha. Demorei um pouco para estender a mão para cumprimentá-la, enquanto revivia meu passado, com a música "Mentes Tão Bem" ecoando ao fundo.Finalmente, cumprimentei-a, embora seu sorriso só aumentasse minha raiva. Na verdade, eu estava repleta de ódio, determinada a machucá-la assim como ela me machucou.

— Então, você quer um quarto?,ela perguntou com simpatia.

— Sim, um quarto.

— Por quantos dias você pretende ficar?

Ela pegou uma caneta para anotar, e percebi que o computador ali era mais para decoração, já que ainda anotavam tudo manualmente.

— Por tempo indeterminado. Preciso resolver alguns assuntos por aqui, então pode demorar.

— Entendi. Vou apenas registrar o dia em que você está fazendo o check-in. O valor é de 150 reais por noite.

— Tudo bem.

— Oferecemos café da manhã, e por uma taxa diária adicional, você pode ter direito ao jantar. O almoço não é servido aqui.

— Está ótimo.

— Entendido. Você quer que a janta, já esteja incluso?" Ela tentou entender.

— Sim, por favor. Posso subir para o quarto? Estou completamente molhada.

— Ah, desculpe pela falta de educação. Pode subir. Se quiser, faço um chá para você. Não quero que minha mais nova hóspede fique resfriada.

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Comments

LadySillver34

LadySillver34

gostei 😃 com certeza e cerveja 🍻

2024-04-01

2

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Atualizado até capítulo 47

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