Capítulo 13

Aiden sentou-se no sofá calmamente, havia alguns guarda-costas desconhecidos que possivelmente vieram junto com a Senhora Iria.

Era a mesma mulher das lembranças que tinha visto do antigo dono do corpo, suas características unhas pintadas com esmalte vermelho lhe eram desagradáveis.

Tudo nela lhe era incômodo, sem mencionar que foi a pessoa quem o trancou.

"Como já lhe disse à sua assistente, não assinarei até que me deixe sair desta casa e tenha a segurança de que a senhora não voltará a interferir na minha vida nem na do meu filho", replicou Aiden olhando para a Senhora Iria com segurança.

Seu olhar prepotente era irritante, a Senhora Iria só recebia relatórios sobre seu estado, nunca o havia voltado a ver desde que falou com ele para lhe indicar que ia ficar na casa.

Não era a pessoa que imaginou, doente e sem vontade de viver, embora parecesse abatido e magro, tinha uma grande segurança que o rodeava.

"O que pretende ao sair de casa? Informará a todos o que viveu aqui? Não lhe será possível porque a minha família tem muito poder, não poderá dizer uma palavra, não deixarei que cubra a minha família de vergonha", disse a Senhora Iria com um olhar altivo.

Aiden apenas começou a rir alto.

"Vergonha à sua família? Eu é que deveria sentir vergonha por tais difamações e injustiças, acha que a sua família é assim tão importante para mim?", disse Aiden rindo.

Sua risada se ouviu por todo o lugar, era uma risada estridente.

"Ha ha ha, poder, poder, todos se sentem seguros ao estarem cobertos de dinheiro, e o quê? Quando morrerem vão levá-lo para a tumba? Todo o seu poder irá com vocês? Nada é para sempre, querida Senhora", disse Aiden enquanto continuava rindo.

Conhecia muita gente assim, estava rodeado deles, pessoas que se sentem fortes e invencíveis por terem muito dinheiro, mas nada podia vencer a morte.

"Impertinente! Já perdeu a cabeça, acha que o poder não é importante? O que pode fazer contra mim? Não é ninguém comparado comigo", gritou furiosa a Senhora Iria apontando para Aiden.

"Eu salvo vidas enquanto a senhora tranca pessoas, aí está a diferença de poder", disse Aiden encolhendo os ombros.

"Enquanto eu confio nas minhas capacidades, a senhora só confia no seu dinheiro e poder que lhe foram dados em bandeja de prata, ou diga-me querida Senhora, por acaso obteve esse poder por conta própria?", perguntou Aiden com um sorriso.

A Senhora Iria estava furiosa, nunca ninguém a tinha tratado assim, como se fosse alguém insignificante.

"Não pense que se pode meter comigo, não tem ideia do que implica ser uma ômega dominante, esse é o meu valor, alguém como você nunca entenderia, um ômega de baixa categoria como você jamais entenderia as responsabilidades que tenho que carregar, eu nasci numa família importante, nasci no seio de uma família naturalmente com poder", disse orgulhosa a Senhora Iria, um ômega recessivo não tinha comparação a um ômega dominante, eles encontravam-se na proteção dos ômegas, sempre requisitados, nascer ômega dominante assegurava um bom futuro.

"Ah, a isso se chama sorte", disse Aiden calmamente.

"Pergunto-me o que teria sido da senhora se não fosse ômega dominante, lamento dizer, mas não vejo qualquer capacidade na senhora além do poder que lhe confere a sua feromona dominante", disse Aiden suspirando com tristeza enquanto olhava para a Senhora Iria.

O orgulho de uma pessoa era frágil, o tremor cheio de fúria na Senhora Iria demonstrava-o.

"Já que a sua família é importante para si, cheios de poder e dinheiro, que necessidade tem de me manter aqui? Sou irrelevante afinal de contas, e tenha a certeza que nunca quererei vangloriar-me do facto de ter tido um bebé com o seu filho, já que é algo que me parece desagradável, não está nem nos meus pensamentos mais baixos o querer fazer parte da sua família, tenha isso por certo."

Nem ele, nem o antigo dono do corpo pretendiam entrar nessa família, se o tivessem ouvido desde o início, talvez tudo tivesse sido diferente para o anterior Aiden.

Os guarda-costas e a assistente, que observavam tudo em silêncio, não ousaram mover-se, pois sentiam a tensão e a aura perigosa que vinha de Aiden.

A Senhora Iria também não queria continuar envolvida com ele, tinha-se tornado alguém difícil de lidar, o melhor era mantê-lo longe dela e da sua família sem sujar as mãos.

"Não lhe darei nada, se esperava algo, não obterá nada, é certo que é alguém irrelevante, pude ter-me livrado de si facilmente, mas sou uma dama que não pretende ter sangue nas mãos."

Como os papéis ainda estavam no chão, a Senhora Iria ordenou a um guarda-costas que os pegasse.

Com os papéis já na mão, a Senhora Iria sentou-se no sofá distante de Aiden, este lugar era horrível e queria ir-se imediatamente.

"Já não quero ter que lidar consigo, tem sido um incómodo por muito tempo, irá desta casa sem levar nada que não sejam objetos pessoais, não volte a aparecer à minha frente nunca, não mencione a minha família para nada, e se em algum momento lhe ocorrer reclamar algo em nome da criança, tenha a certeza de que não o deixarei em paz até me livrar de si", disse a Senhora Iria.

"Espero o mesmo da senhora, não apareça à minha frente", disse Aiden com um sorriso.

Como o acordo devia ser completado com as exigências de Aiden, a Senhora Iria fez com que um advogado fosse à casa imediatamente para redigir o acordo.

Cada um tinha uma cópia do acordo, com as assinaturas de ambas as partes e também a do pai alfa da criança, todo o vínculo com aquela família finalmente chegou ao fim.

Quando tudo terminou, a Senhora Iria retirou-se apressadamente.

Aiden tinha finalmente a sua liberdade, o grande peso nas suas costas caiu finalmente, ia começar uma nova vida ao lado do seu filho.

Lá fora, antes de entrar no carro, a Senhora Iria deixou uma última tarefa ao chefe dos guarda-costas.

"Faça com que ele esteja presente e que presencie tudo em detalhe", disse com um sorriso e entrou no carro.

Este era o seu último presente para Aiden e também a sua demonstração de poder.

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