Capítulo 5

Aiden sorriu. Mais problemas, pensou.

"Então é você quem me mantém cativo?", ele perguntou, divertido.

[O quê? Tanta medicação finalmente arruinou sua cabeça? Estou te avisando, não brinque comigo, volte para casa e cuide da sua vidinha miserável.], disse a mulher do outro lado do celular.

"Nossa, que crueldade, tratar uma criancinha assim. Acho que o dinheiro não compra educação", disse Aiden, rindo.

Sua risada foi tão forte que todos os guarda-costas se assustaram porque era uma risada aterrorizante. Só Michael estava impressionado e admirado.

[Insolente. Tanta medicação finalmente te afetou. Volte para o seu quarto e fique lá como sempre.], disse a mulher, irritada.

"Não vou até que me dê um bom motivo para me manter trancado. Caso contrário, vou continuar tentando sair", respondeu Aiden.

Ele tinha que ir para aquele laboratório de qualquer jeito. Se não saísse agora, era possível que nem o deixassem passar pela porta depois.

[Você sabe muito bem por quê. Você é uma vergonha para a minha família, não vou deixar ninguém saber disso.]

"E por que eu iria querer que alguém soubesse? Se ninguém sabe, é melhor para mim. Só quero seguir com a minha vida. Veja isso como algo benéfico para você também. É óbvio que você não gosta de mim, e seria melhor para você se livrar de mim sem problemas."

Como não houve resposta, Aiden continuou falando.

"Seria bom para você e para mim. Você não pode me manter neste lugar para sempre, as coisas não podem ficar escondidas por muito tempo. Se alguém souber, seria ruim para a família que você tanto aprecia."

[Isso é uma ameaça? Você vai contar para os outros se eu não deixar você sair?], questionou a mulher, irritada.

"Veja como quiser, mas sempre haverá alguém questionando meu paradeiro e seria bom que eu fosse visto em público, você não acha?", respondeu Aiden.

Segundo o diário, Aiden já havia permanecido por um longo tempo nesta casa, e a mulher do outro lado do telefone devia ser a mãe do Alfa que o atacou.

[Eu posso garantir que ninguém suspeite de nada como fiz até agora, você não pode me enfrentar.], disse a mulher, confiante.

"Tudo tem uma brecha, nem tudo pode ser completamente escondido. Sempre haverá alguém que descobrirá isso e poderia ser pior. Como você mesma diz, você está no controle e pode se livrar de mim facilmente se eu disser alguma coisa. Só peço para voltar ao meu trabalho", explicou Aiden.

Ele não tinha escolha a não ser se curvar um pouco por enquanto, depois poderia dar um jeito de resolver tudo.

[Então você não vai dizer nada e só quer voltar a trabalhar, mas já faz muito tempo, você acha que eles ainda te aceitariam? Pare de se iludir.], disse a mulher, rindo.

Aiden já estava irritado com a teimosia e a voz daquela mulher, respirou fundo para se acalmar e continuou falando.

"Eu me encarrego disso, e também me certificarei de que você possa se livrar de mim facilmente. Não peço nada além de um pouco de liberdade", disse Aiden.

Michael agarrou o casaco de Aiden, animado com a conversa. O Sr. Allen era incrível.

Depois de um longo tempo, a voz da mulher foi ouvida novamente.

[É verdade que estou cansada de você e do seu probleminha. Seria bom para mim não ter que cuidar de você e que você desaparecesse da minha vida... Passe o telefone para o guarda-costas.], ordenou a mulher.

Aiden passou o celular para o guarda-costas e esperou ele terminar a conversa.

O guarda-costas desligou a chamada, abriu a porta do carro e ordenou que Aiden entrasse.

Aiden sorriu, contente por ter alcançado seu objetivo e se virou para olhar para Michael, que estava atrás dele.

"Vou voltar um pouco tarde, tenho alguns assuntos para resolver. Fique tranquilo e cuide do pequeno Isaac, tudo vai melhorar em breve."

Michael assentiu, olhando para Aiden.

Aiden entrou no carro, esperando para ser levado. Foram os mesmos guarda-costas que o trouxeram do hospital que se encarregaram de levá-lo.

"Alfas?", perguntou Aiden, animado, enquanto o carro avançava.

Os guarda-costas não responderam e olharam para o outro lado. Era desconfortável viajar com ele.

"Acho que estou entendendo um pouco. Vocês são muito grandes e fortes em comparação ao lindo do Michael. Vocês têm uma aura diferente, sem mencionar que são muito altos, é uma comparação um tanto chata, a diferença é muito grande, mas é engraçado", disse ele, rindo alto.

Os guarda-costas se afastaram um pouco mais, encostando-se às janelas do carro, e o motorista apertou o volante com força. O riso de Aiden era aterrorizante demais.

A viagem durou duas horas, a cidade seguia seu curso normal. Aiden observava atentamente cada pessoa, tentando identificar quem era ômega ou alfa.

De certa forma, era fácil se ele se concentrasse na compleição física de cada pessoa. Os alfas tinham um bom corpo tonificado, eram altos, enquanto um ômega parecia mais delicado em comparação a um alfa, mesmo sendo homens, eles tinham traços diferentes, magros e não tão altos quanto um alfa.

Mas ainda havia os betas, o que complicava um pouco ver as diferenças entre um alfa e um ômega.

"Ômega, beta, alfa", repetiu Aiden várias vezes, observando as pessoas.

O motorista acelerou e parou em frente ao prédio onde Aiden costumava trabalhar.

"... Chegamos", disse um dos guarda-costas.

Aiden desceu imediatamente, olhou eufórico para o prédio e se dirigiu apressadamente para o centro de pesquisa clínica.

Ao passar pela guarita, foi parado.

"Você não pode passar, sua residência não é mais válida", disse o segurança.

Quase dois anos. Aiden havia perdido quase dois anos depois do incidente, e sua residência foi cancelada.

Antes que Aiden pudesse falar, um homem mais velho veio correndo de longe, vestindo um jaleco branco, e ficou olhando para Aiden surpreso.

"Aiden", ele disse, pasmo, enquanto o olhava.

Ao contrário dos outros, Aiden Allen trabalhava para o centro de pesquisa mesmo sendo residente, um jovem brilhante que havia desaparecido repentinamente e agora estava de volta.

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