Capítulo 4

Ele foi instruído a não consumir mais supressores antes de receber alta do hospital, mas tinha vários ao seu alcance no quarto.

"Deve ser por isso que ele sempre acaba internado", Aiden voltou para o quarto após o jantar e continuou lendo o diário.

Devido ao ciclo de cio e ao medo de entrar em cio a qualquer momento, o dono original deste corpo aplicava o supressor várias vezes, sem mencionar o consumo de tranquilizantes e pílulas para dormir, tudo estava escrito no diário.

O que ele podia fazer neste momento era parar de tomar os comprimidos, era claro que este corpo estava intoxicado por medicamentos, o melhor era parar.

Mas seu corpo não reagiu como ele queria, o desespero, a ansiedade, a falta de ar, a irritabilidade, a insônia, tudo o atingiu no meio da noite.

A náusea também voltou e ele vomitou tudo o que havia comido.

Sentado no chão do banheiro novamente, Aiden controlou a respiração até se acalmar e começou a rir incontrolavelmente.

"Ha ha ha, isso é interessante", em um canto embaixo do azulejo, muito bem escondido, havia um crachá com seu nome.

Residência em Farmácia Hospitalar: Aiden Allen.

Com este crachá, Aiden podia entrar no laboratório daquela residência, seu campo favorito, Farmácia.

"Isso é incrível, ha ha ha", disse ele rindo.

"Não somos tão diferentes assim, somos?"

Ao voltar para o quarto, ele guardou o crachá dentro da pequena mala, ele tinha que ir ver o local ao amanhecer.

Aiden não dormiu a noite toda, ele sofreu muitas dores, mas não tomou nenhum medicamento.

Pela manhã, a dor havia diminuído um pouco, depois de tomar um banho ele se sentiu melhor, desceu para tomar café da manhã e se deparou com o rosto surpreso de Michael novamente.

"... Desculpe, é que você não costuma descer", disse Michael se desculpando.

Na verdade, desde que Michael veio para esta casa, ele não via Aiden andando por aí, ele estava sempre trancado em seu quarto.

"De agora em diante, vou fazer isso, então não se surpreenda", disse Aiden entrando na cozinha e se sentando na pequena sala de jantar.

Ele não viu o pequeno Isaac em lugar nenhum e presumiu que ele ainda estivesse dormindo.

"Este lugar é muito longe da cidade, como você consegue suprimentos?" Aiden perguntou.

"... Os guarda-costas são responsáveis por trazer o necessário", respondeu Michael.

"Então alguém está financiando esta casa, você sabe quem é?", perguntou Aiden olhando para Michael.

Era óbvio que alguém estava pagando aqueles guarda-costas e era responsável por pagar os suprimentos para a casa, eram apenas o necessário, não havia nenhum tipo de aparelho elétrico além das coisas da cozinha, o que dificultava sua investigação.

"Eu não sei, quando fui contratado foi por meio de um assistente, presumo que seja o pai de Isaac quem está fazendo isso", explicou Michael.

"Parece que não somos importantes para ele, quem deixaria seu filho crescer trancado e isolado neste lugar?", questionou Aiden.

Este lugar era muito remoto, sem fácil acesso à cidade.

"... Ele não se importa porque Isaac nasceu um ômega recessivo", Michael entendia muito bem porque o pai da criança havia abandonado o pequeno Isaac aqui, já que ele era o mesmo.

Aiden se levantou da cadeira abruptamente, assustando Michael.

"Com que idade você pode diferenciar seu gênero?" ele perguntou animado.

"Do... Desde o momento em que nascem"

Michael estava assustado e preocupado que Aiden não se lembrasse de nada, seu lapso de memória parecia sério.

E ele ficou ainda mais assustado quando Aiden começou a rir incontrolavelmente.

"Não acredito que sejam desprezados desde o nascimento, ele é apenas um bebê, imagino quantos casos como este devem existir", disse Aiden enquanto ria.

Isso era alucinante, Aiden tomou o café da manhã preparado por Michael e saiu de casa com sua mala na mão.

"Espere... P... Para onde você pensa que vai?" Michael perguntou apressadamente, seguindo Aiden.

"Trabalhar", respondeu Aiden calmamente.

Assim que os guarda-costas o viram, eles o pararam imediatamente.

"Para onde você vai? Você não pode sair", disse um deles.

"Sou livre para ir aonde quiser, ou sou um prisioneiro?", respondeu Aiden com um sorriso de canto de boca.

Os guarda-costas que o haviam pegado no hospital ficaram assustados ao ver seu sorriso e decidiram se afastar um pouco.

"Você não tem permissão para sair, é melhor voltar", disse um dos guarda-costas novamente.

"Quem não permite?" Aiden perguntou.

"Não cause problemas e entre na casa", repetiu o guarda-costas.

Michael estava assustado, escondido atrás de Aiden, esta situação era perigosa, ele não sabia como Aiden poderia enfrentar um grupo de alfas, mas era incrível.

"Não, eu não vou, eu não sou um prisioneiro e vou sair desta casa quando bem entender", disse Aiden sorrindo.

Os guarda-costas já estavam impacientes, prontos para usar a força para fazê-lo entrar na casa.

"Não se atrevam a me tocar, vocês não sabem com quem estão lidando, e se alguém me proibiu de sair desta casa, me coloque em contato com essa pessoa agora", disse ele olhando fixamente para o guarda-costas.

O guarda-costas não se atreveu a se aproximar, relatou a situação ao chefe dos guarda-costas através do comunicador e, depois de um momento, trouxe consigo um celular.

"Aqui está", disse ele, entregando o celular para Aiden.

No instante em que Aiden colocou o celular no ouvido, uma voz feminina irritada foi ouvida do outro lado.

[O que você pensa que está fazendo? Você não acha que já humilhou minha família o suficiente? Você está proibido de sair daquele lugar, eu não quero que ninguém saiba da desgraça e da desonra que você causou.]

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