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Do topo da escada Sara ainda podia ouvir a voz empolgada de Roberto, falando sobre o local do casamento e também sobre onde irão passar a lua de mel, era claramente uma grande provocação, mas Sara fingiu não ouvir nada e continuou o seu trajeto.

Ao chegar no seu quarto, Sara trancou a porta e sem se incomodar com os apetrechos que ela usava naquela noite, Sara se jogou na cama, enfiou o seu rosto no travesseiro e chorou muito, era difícil acreditar que uma relação de 3 anos se acabou assim, de uma forma tão patética.

Sara sentiu tanta dor no coração que era difícil pra ela respirar normalmente, ela sabe que alguém tramou aquilo, mas ela vasculhou a sua mente e não encontrou ninguém suspeito.

É certo que ela não tinha relações sexuais com o namorado, mas ele era muito carinhoso e fazia declarações de amor  frequentemente, eles viveram momentos incríveis, mas agora acabou, ou melhor dizendo, alguém destruiu.

—Nem vou perder o meu tempo tentando entender o porquê de tanta maldade, vai ver o Roberto não me amava tanto assim, já que não me deu nem mesmo o beneficio da dúvida—ela disse a si mesma enquanto tentava limpar as lágrimas que insistiam em cair.

Lembrando das palavras de Roberto agora a pouco, Sara relembrou que recentemente abdicou de seu emprego, porquê Roberto queria que ela se dedicasse a família, ela se sentiu ainda pior e outra onda de tristeza invadiu o seu coração.

Ela abriu mão de seu emprego de secretária num consultório odontológico por amor ao Roberto, mas ele não gastou uma hora sequer para investigar a veracidade daquelas fotos, que jeito estranho de amar.

Sara ficou no quarto por mais de duas horas, ela estava com fome, mas não queria assistir o amor de sua vida planejar o casamento com outra pessoa, com certeza isso está doendo muito.

Sara ficou deitada, chorando e relembrando o passado e assim ela acabou dormindo sem perceber.

...

O relógio no pulso de Sara marcava exatamente 5:45 da manhã, um pouco zonza ela levantou-se da cama e foi tomar um banho quente, além de se sentir suja, ela queria que toda a sua dor descesse pelo ralo.

Debaixo do chuveiro Sara chorou muito, batendo no peito e puxando os seus próprios cabelos, relembrando com muita tristeza tudo que aconteceu na noite passada, dizendo ser a última vez que iria chorar por causa do Roberto, será?

Após termina o banho e escovar os dentes, Sara foi direto para o closet, escolheu apenas uma calça jeans azul, uma blusa branca e tênis de mesma cor, passou um pouco de perfume e amarrou os cabelos num coque alto, a roupa é bem simples, mas a deixava cada vez mais linda.

Após se vestir, Sara pegou a sua pequena bolsa e o celular e logo saiu do quarto a passos largos, ela realmente precisa tentar correr atrás do prejuízo, pois ficar sem emprego tendo a família que tem,  pode significar uma vida difícil para Sara.

Pensando que ainda estava cedo para tomar o café da manhã, imaginando que todos ainda estavam dormindo, Sara foi direto para a cozinha, onde encontrou Inês, a governanta

—Bom dia Inês, já tem café pronto?—perguntou Sara enquanto olhava para todos os lados, talvez estivesse procurando as outras funcionárias.

Inês sorriu e disse:

—Bom dia senhorita Sara, a família Alves já está reunida na sala de jantar, já levamos todos os alimentos para lá —Respondeu Inês quase fazendo Sara ter um troço, ela olhou no relógio e constatou que era ainda muito cedo, lembrou-se também de que eles só costumam tomar café por volta das 8:00h, o que será que mudou? Será se está acontecendo algo agora?

Parada em meio a cozinha, a mercê do caos que estava a sua mente, Sara demorou a perceber que Inês olhava fixamente para o abdômen, constatando isso, Sara esboçou um sorriso falso e disse:

—Aqui não tem nada..somente minhas tripas roncando de fome.

Ouvindo aquelas palavras, Inês ficou um pouco envergonhada e  logo falou:

—Desculpe senhorita, as pessoas falam...

Sara interrompeu as palavras de Inês dizendo:

—Sei, mas não podemos acreditar em tudo que nos dizem, se eu realmente tivesse grávida você seria uma das únicas pessoas que merecia saber disso.

Após termina de falar aquilo, Sara deu um abraço apertado em Inês e logo saiu sem dizer mais nada, a jovem sorria, mas Inês ainda podia ver muita tristeza.

Então, Sara se dirigiu para a sala de jantar, todos estavam reunidos, esboçando sorrisos calorosos e conversando animadamente, Sara saudou a todos e daí sentou-se bem longe da família Alves.

Estando em meio a sua família,  Sara lembrou-se do que aconteceu na noite passada e mesmo sabendo que poderia ser repreendida, Sara tossiu levemente e disse:

—Pai, desde jovem eu tive minha palavra frequentemente comparada a nada, mas agora eu tenho 22 anos e acho que agora ela há de valer alguma coisa, eu não trai o Roberto, e o principal, eu não estou grávida, por favor me ajude a provar minha inocência.

Enquanto falava, Sara fez um esforço sobre-humano para chorar, isso porque ela estava sendo sincera, mas Rafael apenas sorriu e não proferiu nenhuma palavra.

Nesse momento um sentimento de impotência invadiu o corpo daquela jovem e sem querer ela deixou uma lágrima pesada cair de seu olhar, Rebeca notou e disse:

—A nossa buchudinha está sensível, precisamos cuidar melhor dela Rafael.

Após dizer aquilo, Rebeca se levantou e foi até Sara, sentou-se perto dela e começou a colocar vários tipos de alimentos no prato de Sara, a jovem ficou em dúvida, ela não sabia se deveria rir ou chorar, que situação difícil.

Sara já estava buscando palavras para afastar Rebeca, mas nesse momento Anabela sentou-se do outro lado e pôs-se a conversar sobre assuntos relacionados o tal bebê de Sara, era tanta melação, que Sara se agoniou, se levantou e disse:

—Está com vocês é realmente muito bom, mas eu preciso ir agora—Sara sorriu, mas o seu sorriso desvaneceu quando Rafael se levantou abruptamente e disse entre os dentes:

—O seu cinismo é nojento, não esqueci da minha promessa de ontem-ele falou fazendo o corpo de Sara tremer por inteiro, era medo.

—Por ser o meu pai eu achei que deveria lhe dizer sempre a verdade, mas se ela lhe soa cinismo eu não posso fazer nada, com licença-disse Sara e logo planejou sair dali, ela queria chorar, mas não na frente daquelas pessoas.

Por conta das palavras de Sara, Rafael ficou muito irritado, bateu na mesa com força e disse:

—Vá arrumar as suas malas, você vai partir ainda hoje.

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Comments

Andreia

Andreia

Com certeza é a dupla de cobras que aprontaram e ainda por cima tem um pai escroto😡😡

2024-05-11

8

Maria Auxiliadora Auxi

Maria Auxiliadora Auxi

quem tem um pai desse não precisa de inimigo nem antes nem durante.O seu futuro a Deus pertence Deus os abençoe sempre.

2024-04-10

41

Angela Valentim Amv

Angela Valentim Amv

Oh mundo da voltas tomara que eles possam depender dela pra alguma coisa e ela de o troco .

2024-05-14

0

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