13

Somente longe da presença de Anthony, foi que Sara pôde respirar aliviada, ela se dirigiu para o escritório, sentou-se numa poltrona de couro preto que havia no canto do escritório, pegou o celular e pôs-se a buscar algo legal para assistir.

Nessa casa, o tempo parece passar muito devagar, talvez seja pela péssima companhia Sara constatou.

Estando sozinha e sem nenhuma tarefa para fazer naquele momento, Sara se pegou pensando em como o seu pai está e se sente a falta dela, ela pegou o telefone e com as mãos um pouco trêmulas pensou em ligar para Rafael, ele foi cruel com ela, mas isso não matou o amor que Sara sente pelo seu pai.

O telefone tocou várias vezes e só quando ela estava prestes a desistir foi que Rafael atendeu dizendo:

—O que foi Sara, não vai me dizer que não deu conta do serviço?—Ele falou com uma arrogância gratuita, ela se sentiu desconfortável por estar se sujeitando aquilo, mas ela engoliu tudo que ela dizer sobre ser pai de verdade, sorriu e disse:

—Não é o trabalho dos sonhos, ele pode me levar para a prisão ou coisa pior, o problema é que estou aqui por culpa de pessoas desprovidas de qualquer sentimento bom...O senhor está incluso nessa lista, o senhor Alfredo é completamente louco, me disse várias coisas que acabei percebendo que ele mentiu pra mim, me jogou num sanatório e não atende mais o telefone, estou com medo e por o senhor ser o meu pai eu pensei que pudesse me ajudar, eu não quero ficar aqui...

Sara continuou a falar pelos cotovelos, sempre chorando e usando palavras melancólicas tentando tocar o coração de Rafael e talvez por estar focada demais em fazer um bom drama, ela demorou a perceber que Rafael já havia encerrado a chamada.

Nem é preciso dizer o quanto aquilo machucou Sara, ela chorou ainda mais e jurou para si mesma que nunca mais ligaria para aquele homem, será?

—Que Deus me perdoe por me desligar de vez da minha família...eles me abandonaram primeiro—ela resmungou para si mesma e ficou ali pensando no que fará de sua vida de agora em diante, no primeiro momento, Sara pensou em pedir ajuda de Lia, mas a garota é apenas uma funcionária de uma floricultura e certamente não tem dinheiro suficiente para Sara fugir do país, então ela resolveu deixar as coisas como estão.

Ela ficou ali sentada, pensando em como seria se ela não tivesse assinado aquele maldito contrato, ela até se perguntou se as tais punições citadas por Alfredo são realmente tão ruim assim, ela chegou na mansão da família Albuquerque praticamente de mãos vazias, ali já passou fome e foi tratada como um animal por Anthony, nada falado por Alfredo teve validade até aqui, então as punições podem não existir, certo?

A cabeça de Sara estava uma bagunça, ela se ajeitou na poltrona e ficou ali pensando na vida e acabou dormindo sem perceber.

...

“Cof-cof"

O barulho de pessoa tossindo tirou Sara de seu sono tranquilo, ela olhou na direção do barulho e viu Elias, empurrando a cadeira de rodas de Anthony para o interior do escritório.

Vendo aquilo ela deu um pulo da poltrona, logo estava de pé, com as mãos para trás e esboçando um sorriso tímido e disse:

—Que bom que vamos voltar ao trabalho, já estava cansada de não fazer nada—ela disse sorrindo, porém seu riso desvaneceu quando ela percebeu que Anthony fez uma careta após ouvir a voz dela.

—Pode ir agora Alfredo, se precisar eu te chamo—falou Anthony e logo girou as rodas de sua cadeira na direção da mesa do computador, dessa vez ele não errou, e isso o fez esboçar um pequeno sorriso, Sara ficou encantada com aquele sorriso e também sorriu, mas no minuto seguinte ela lembrou-se que aquele homem é chato e só merece ficar sozinho, então ela parou de sorrir, assumiu uma postura profissional e disse:

—O que o senhor quer fazer agora? Percebi que o senhor trouxe alguns documentos consigo, vamos analisá-los ou o senhor tem algo em mente?

Anthony percebeu a mudança no jeito dela falar, ali estava apenas uma funcionária cumprindo suas funções, porque será que ele ficou um pouco triste por constatar aquilo?

—Relatórios-ele respondeu num tom seco e logo colocou vários papéis sobre a mesa, Sara não disse mais nada, apenas colocou uma cadeira um pouco afastada do chefe e pôs-se a ler normalmente, dessa vez ela não fez tantas repetições, e também não deu opinião sobre nada, ela não vai mais tentar ajudar quem não quer ser ajudado.

Após ler dois relatórios, Sara pegou o terceiro e dessa vez ela percebeu que era diferente, o analisou brevemente e percebeu que se tratava de um projeto, pelos altos lucros ela viu que se tratava de um dos documentos que Alfredo ficou de enviar.

“Aquele homem ainda vai me enlouquecer, babaca”, ela bufou mentalmente enquanto lembrava de Alfredo dizendo que mandaria projetos somente na próxima semana.

Sara se sentiu enganada outra vez, mas tentou disfarçar a sua raiva e continuou a ler os outros documentos,  já os enviados por Alfredo, ela colocou num canto separado, ela não vai roubar aquele homem.

Como ficaria a sua consciência depois disso? Sara não está afim de descobrir.

Eles ficaram ali por muito tempo, quando Sara terminou de ler, Anthony pediu uma caneta e também orientações sobre onde deveria assinar, Sara se aproximou e disse:

—Certo, não faça nenhum movimento ainda..eu vou colocar a sua mão no local exato—disse ela e logo segurou na mão dele, o toque dela era forte e ao mesmo tempo tão delicado, o cheiro dela também é bastante agradável, Anthony sentiu algo estranho percorrer o seu corpo e por um momento pensou em desistir de tudo e deixar aquela mulher fazer a diferença na vida dele, mas no minuto seguinte ele parou de pensar aquilo e focou somente em escrever o mais reto possível.

No final da tarde, Anthony deu o serviço por encerrado, Sara se despediu dele e logo caminhou na direção da porta e antes que ela girasse a maçaneta, Anthony falou de repente:

—Fique para o jantar senhorita Sara, talvez você goste da comida da Ana—disse ele quase que automaticamente, o rosto dele estava levemente vermelho, talvez fosse vergonha.

Acontece que Alfredo disse a Anthony que havia enviado dois projetos superfaturados, na cabeça de Anthony Sara é uma ladra e já fez o serviço, e talvez ela terá o mesmo destino das outras esposas, então ele acha que aquela podia ser sua última refeição decente daquele jovem.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***