Túneis Obscuros

Capítulo Um - Túneis Obscuros

Estava escuro, silencioso, até que uma luz quadrada surgiu, dando vida ao local. Uma escada de terra e raízes de árvores com musgos se revelava, com a porta abrindo-se no alto do túnel. O barulho de engrenagens velhas e correntes pesadas, a poeira perturbando a luz que adentrava o túnel, até que a porta parou com um baque, e passos pesados na lama com cascalho revelaram a presença de quem estava ali.

A névoa foi a primeira a descer no túnel, mostrando o frio do inverno que se aproximava. Era incomum nevar naquela região, mas as neblinas faziam parte do ambiente, acompanhadas por fortes ventos e, muitas vezes, chuva de granizo. Por isso, existia uma lei: todos os moradores deveriam ter porões e mantimentos para uma estação inteira, seis meses, pois os campos não produziam alimentos, e os animais não se reproduziam nessa época, enquanto a chuva frequentemente danificava as casas.

Ao descer as escadas com passos pesados, percebi que o Cavaleiro Negro estava presente, seguido pelos passos mais leves da Rainha da Guerra e de Naberius o príncipe, que, mesmo fraco, insistia em ajudar.

Com uma lamparina mágica feita por fadas, o local se iluminava com uma forte luz azul. O frio fazia soltar fumaça pelas bocas, e Naberius, viciado em fumar, brincava com a fumaça de suas narinas, causada pelo frio.

"Então foi por aqui que fugiram? Por isso não encontrava rastros deles nos bosques", disse Horobas indignado ao encontrar o túnel secreto no bosque, alem do fraco rastro de mana deixado pelos criminosos.

Ainda era o mesmo dia em que Mel foi sequestrada, e havia uma fagulha de esperança por encontrar a Rainha da Construção. Ao menos viva desejavam, algo que não era normal obter.

"Entendo perfeitamente sua raiva. Nem eu sabia que esses túneis ainda estavam abertos. Como eles sabiam desses túneis?" Questionava Micaela sobre algo que ela considerava confidencial e inexistente.

"Fiquei sabendo que era de sua responsabilidade. Após meia década, pediram para enterrar todos esses túneis. Não podiam manter as manutenções deles, era melhor evitar desmoronamentos!" Naberius falava calmamente e lentamente, medindo suas palavras como sempre.

"Era um serviço que passei para a guarda real. Talvez tenha esquecido alguns túneis", tentava explicar a falha para proteger seu irmão Lúcio.

Mas Naberius se irritou, alterando a sua voz com a Rainha da Guerra, num tom ríspido e autoritário.

"Acontece que você deveria ter supervisionado. Você é a Rainha da Guerra, e ele apenas o seu general da guarda real, e sua responsabilidade!"

Micaela ficou espantada com a raiva repentina de Naberius. Horobas parou ainda olhando para frente ao túnel, enquanto Micaela encarava Naberius que estava atrás.

Um silêncio pousou naquele túnel. Naberius, na tentativa de se acalmar, pegou o seu charuto. Aceitei tranquilamente com as mãos trêmulas o charuto e, ao tragar, soltou a fumaça para cima, se acalmando, retornando a falar com ela num tom mais baixo.

"O que eu queria dizer é que família não se deve misturar com os nossos deveres reais. Já bastou a falha no Canyon e agora outro erro de túneis não visto aqui no reino. Como supõe que a corte vai enxergar isso?"

Micaela, enfurecida, aproximou-se de Naberius, apontando o dedo na cara dele e falou brava e seriamente, porém num tom baixo e lento, soltando a sua raiva nele.

"Eu sou a Rainha da Guerra, o senhor é um príncipe! Não se esqueça, entendeu?"

Naberius manteve o olhar firme e postura, com um olhar frio e sem medo.

"Peço desculpas. Eu tomarei cuidado com o meu tom de voz, majestade."

"Acho bom mesmo!" disse ela furiosa, virando as costas, mas foi surpreendida por Horobas que pareceu irritado, Ela se assustou, com a postura intimidadora dele.

A altura de Horobas e a sua robustez na armadura dentro daquele espaço pequeno deixou um sentimento de inferioridade nos dois, que se sentiam como formigas diante de um poderoso predador.

Horobas, com a sua voz calma, mas firme, demonstrava irritação.

"Olha, quero deixar uma coisa bem clara aqui... Eu não pedi ajuda de vocês, eu não preciso de vocês. Sou um assassino, rastreador, sou duas vezes melhor do que os dois juntos multiplicados por dez! Então, parem com essa discussão infantil e de atrasar-me na procura por rastros dos invasores. Pois, senão teleportarei os dois de volta para o castelo e partirei sozinho! Estamos entendidos?" Horobas não se deixou levar pelos cargos de realeza, não medindo palavras ou o seu tom intimidador com eles.

Micaela, assustada, ficou sem falar, com vergonha diante dele. Um arrepio e frio na barriga ficaram na garota, paralisada diante dele.

"Sim! Sim, senhor!" Respondeu ela com um tom mais agudo, com medo dele.

Naberius balançou a cabeça concordando, mas não manteve contato olho por olho com Horobas.

O cavaleiro negro virou as costas e prosseguiu, deixando os dois atrasados ainda com calafrios.

"Caralho, me borrei todinho!" Comentou sarcasticamente Naberius, seguindo em frente.

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