RECUSO-ME A SER COMO ANTES 2 PESSOAS DOIS DESTINOS

Capítulo 20 - Um sentimento caloroso

April tinha acabado de cozinhar, não tinha de fazer nada sofisticado para a sua suposta família esta manhã e a única coisa que ela sempre quis provar foram as suas panquecas de mirtilo e bacon estaladiço com xarope. Ela tinha feito panquecas até demais, mas estava animada com a ideia de comer o que quisesse.

April virou-se ao ouvir Deans tossir. "Se já acabaste, não te vou atrasar. Tenho a certeza que estás muito ocupado hoje..."

Mas ela foi interrompida. "Estás a expulsar-me?" Os olhos do homem esbugalharam-se e fitaram-na.

De repente, ela sentiu frio. Fechou os olhos e respirou fundo. Estava a pensar se o devia expulsar ou não.

"Em..." A April olhou em volta, porque é que ele queria ficar? Ela tinha uma pilha de panquecas na mão e deu um pequeno suspiro enquanto praguejava interiormente. Ela deu um sorriso brilhante e respondeu. "Gostaria de ficar para o pequeno-almoço?

Ele conteve o sorriso, embora interiormente estivesse a dar pulos de alegria, não só porque ela o convidou a ficar, mas também porque ele podia provar a sua comida caseira. "Claro." Ele lutou contra a vontade de correr para a mesa e puxar a cadeira dela. Ele sentou-se enquanto ela pousava o prato de panquecas na mesa.

A April sentou-se em frente ao seu vizinho e depois apercebeu-se que ele precisava de um prato, levantou-se e foi à cozinha buscar-lhe um prato e talheres, sentindo a falta do seu sorriso adorável enquanto ele a via tratar dele. Se ele pudesse desfrutar disto todos os dias, não sabia como é que alguma vez iria trabalhar.

Ela senta-se no lado oposto da mesa. Estava com muita fome, depois de todas as lutas que tinha vivido. Ela enche a chávena de café dele e depois a dela, não sabia o que dizer, o momento era tão calmo e parecia tão relaxante e íntimo. Sentiu borboletas.

O homem põe-lhe panquecas e depois bacon frito no prato sem dizer nada. Os seus movimentos são fluidos como se ele estivesse a fazer isto tudo para ela desde sempre, e depois enche o seu próprio prato.

A April sente-se um pouco estranha. Não está habituada a ser servida pessoalmente, olha para o homem que está sentado à sua frente. Para além de Tom, ela não comia com ninguém há anos e, de repente, ficou feliz por ter companhia na sua nova casa. Por isso, sente-se muito estranha quando o homem lhe serve a comida sem esforço.

"HUmmm... Obrigada". Ela dá uma dentada e começa a comer. Olhou para ele e disse lentamente: "Provavelmente é um pouco tarde mas, olá, sou a vossa nova vizinha, April Jones".

"Olá April, chamo-me Dean Davis." Ele estendeu-lhe a mão e ela também, apertaram-se enquanto se cumprimentavam.

"Prazer em conhecer-te, Dean." Ela sorriu para ele e depois deu uma dentada na panqueca.

No entanto, não viu o olhar de Deans. Ele, naquele momento, estava cheio de felicidade como um adolescente apaixonado.

Ouvi-la dizer finalmente o seu nome foi o som mais reconfortante para os seus ouvidos. Soava tão doce, tão suave, que ele estava desejoso de mais. De bom humor, continuou a comer toda a comida que ela cozinhava.

O que fez com que o seu coração amolecesse ainda mais foi o facto de ele querer realmente voltar a segurar a sua pequena mão e nunca mais a largar. Pensando nisso, ele jurou por dentro que nunca a deixaria ir.

Pensou na reação dela ao dizer-lhe o seu nome, ela não o tratou de forma diferente das outras pessoas que só se aproximavam dele pelo estatuto. As mulheres queriam aproximar-se dele pelo seu nome de família, pelo seu poder, pelo seu dinheiro e pelo seu estatuto. Os homens queriam ser seus amigos para fazer negócios ou ter uma participação na sua empresa. Ele tinha poucos amigos em quem pudesse confiar plenamente e agora tinha-a a ela.

Sem o conhecimento de Dean, April não fazia ideia de quem ele era e não se importava, por isso, mesmo que fosse o Presidente sentado à sua frente a tomar o pequeno-almoço, ela continuaria a encolher os ombros com indiferença.

Como queria saber mais sobre ela pela sua própria boca, fez-lhe algumas perguntas.

"Estas panquecas são fantásticas, gostas de cozinhar?"

"Sim, quando posso comer a comida que cozinho, sim." Ao ver os seus olhos interrogativos, ela decidiu desviar o assunto. "O que é que fazes na vida?"

"Negócios, porque perguntas?" Dean esqueceu-se de tentar perceber o que ela queria dizer, em vez disso concentrou-se na pergunta. Será que ela também andava atrás dele por dinheiro, não pode ser, o anjo dele não é assim.

"Oh, nada, só estava a pensar, eu próprio arranjei o meu primeiro emprego ontem.

Dean parou de comer quando ouviu isto. Na sua vida passada ela nunca viveu ao lado dele e não tinha um emprego, será que tudo isto é apenas uma coincidência?

"Parabéns, onde é que vais trabalhar? Isto ele tinha mesmo de saber.

"Walker Interiors, fazem tudo, desde arquitetura, design de interiores, até paisagismo. Mas eu vou ser designer de interiores a partir de segunda-feira."

O rosto de Deans iluminou-se, parecia que outra oração tinha sido atendida. Mas ele recuperou rapidamente a sua compostura indiferente e respondeu. "Boa sorte na segunda-feira."

Mal sabia April os esquemas que Dean estava a fazer na sua cabeça enquanto acabavam de comer.

Depois do pequeno-almoço, Dean ofereceu-se para ajudar a lavar a louça, o que April achou aceitável, uma vez que ela tinha cozinhado o pequeno-almoço.

Enquanto ele lavava a louça e ela secava, ela avaliou o homem. Finalmente apercebeu-se de como Dean era muito mais alto do que ela.

Se ela se lembrava bem, antes, quando se encontraram na porta da frente, a cabeça dela só alcançava o peito musculoso dele.

Inconsciente das suas próprias ações, os seus olhos nunca deixaram o homem ocupado enquanto ele se encarregava de secar os pratos e ela tinha um ligeiro sorriso nos lábios. Por alguma razão desconhecida para ela, Dean, naquele momento, dava à sua casa uma sensação de calor.