Aquele último dia estava sendo mais do que corrido para Zhacary. Lucinda e Ivan que estavam mais do que animados e eufóricos em participar do festival ao qual, finalmente havia chegado.
As ruas principais da capital estavam lotadas naquela noite, e a energia alegre e fascinante que cada atração portava, aos olhos do platinado que nunca esteve em um evento assim, era magnífico. Magos corriam e se divertiam com seus companheiros, assim como os pais riam e brincavam com seus filhos enquanto caminhavam com eles por toda a extensão das atrações.
O lugar onde ocorria o festival estava belamente iluminado, não só pelas luzes das lamparinas espalhadas a cada porcentagem de distância, como também pelas formas luminosas que os magos e os feiticeiros faziam. Deixando tudo ainda mais encantador, e mais deslumbrante aos olhos dos jovens.
Zhacary se sentia uma criança admirando cada ponto de luz que o abrangia, o sorriso e o brilho em seus olhos também reluziam perfeitamente para quem os quisesse ver. Ivan se divertia com a reação do irmão mais velho, para ele, o herdeiro do marquesado que outrora ele viu como uma figura dominante, aparentava — naquele momento — ser nada mais do que uma criança curiosa.
Já Jennye, apenas aproveitava do momento, amparando-se no braço do mais novo enquanto observava as pequenas bancas expoxtas nas calçadas com alimentos, enfeites e jóias feitos à mão, ao mesmo tempo em que Lucinda, a mais nova, se encontrava exatamente como o acompanhante ao seu lado: admirando tudo o que via.
A menor observou quando um mago um pouco ao longe fez uma pequeno círculo de luz para mostrar à alguns meninos, os quais riam alegres observando o fio luminoso simplesmente aparecer nas mãos do mago, e desaparecer sob suas faces.
— Irmão? — Lucinda chama alegre, segurando a manga da roupa negra que o platinado usava na tentativa de faze-lo olhar para ela. — Consegue, consegue!? – ela perfunta eufórica a medida que apontava freneticamente na direção do mago que vira. Um sorriso largo e doce abrange os lábios de Zhacary conforme ele compreendia o pedido da menina.
O platinado se abaixa ficando da altura de sua irmã, e Ivan, assim como Jennye, se atenta completamente aos movimentos do mais velho. Ansioso para observar a forma em que o mana de seu irmão se comportava.
Procurando então fazer a vontade da menina que com euforia o observava, Zhacary apenas aproxima ambas as suas mãos do rosto da menor, concentrando a quantidade normal de energia mágica que portava a medida que esfregava-as uma contra a outra provocando um atrito antes de por fim, aproximar suas palmas de seus lábios e soprar o vão entre suas mãos.
Instantâneamente, surgindo das palmas do platinado que se abriam aos poucos, revelava-se um pequeno coelho luminoso. O animal de mana, sacudindo alegremente seu corpo, logo fareja o ar ao seu redor antes de entre saltos, flutuar por entre o corpo de Lucinda procurando arrancar suas gargalhadas, antes de traçar um caminho em direção a Ivan e Jennye.
O irmão mais novo de Zhacary e estudante de magia, ficou encantado pela facilidade em que o mais velho teve em conseguir materializar o animal, assim como fazê-lo saltitar ao seu redor e se direcionar rumo à uma grande fonte no centro da praça da cidade.
Lucinda não compreendeu de início até onde Zhacary guiava o animal, mas seu irmão Ivan, sabendo aonde o pequeno coelho parecia querer direciona-los, apenas gargalhou, tomando a mão de sua irmã e logo tratando — à passos rápidos — de ir atrás do animal. Jennye soltou uma risada gostosa observando a interação dos dois irmãos enquanto agora, rodeava outra vez seu braço contra o de Zhacary, pressionando outra vez seu corpo contra o platinado a medida que passava a descansar seu peso contra o dele.
Jennye sentia frio, e percebendo tal coisa, o platinado não tardou em soltar o aperto da mesma de seu braço e rodear os seus ombros, aproximando-a ainda mais de si.
— Qual a sensação? — a mais velha inicia, fazendo Zhacary olha-la sem entendimento. — De ter mana percorrendo por suas veias? — Jennye conclui, andando lado à lado com o mago a medida que um tom de voz franco e "pesado" escapava de seus lábios. A jovem não tinha mana o suficiente para usufruir da magia que ela podia lhe oferecer, sendo assim, nunca teve a oportunidade de sequer, pronunciar o mais simples feitiço existente.
Para os plebeus, era costume não haver tanta energia mágica ou mana por entre suas famílias, mas para os nobres de tão alto rango quanto Jennye era, não possuir tais dons não era outra coisa senão, vergonhosa.
— Gélida. — Zhacary responde quase de imediato, guiando a jovem para onde seus irmãos anteriormente foram. A energia natural que o platinado possuía, de certa forma, portava uma fraca concentração de gelo. O que acabava contribuindo para que sua temperatura não fosse considerada... normal.
Sua resposta curta apenas fez com que um sorriso brindasse os lábios da senhorita ao seu lado. Antes de no fim, ela acabar avistando algo de seu interesse e assim, se afastar alegremente e aceitar de um feirante duas belíssimas máscaras perfeitamente decoradas que ele lhe oferecia.
A mais velha sorriu alegremente, agradecendo antes de tratar de paga-lo, mas em compensação, o homem apenas sorriu enormemente, feliz pela noite festiva com a qual participava. "Belas máscaras para um belo casal.", o feirante disse suave, arrancando um riso da Lady que com euforia agradeceu, logo tratando de voltar a caminhar em direção à Zhacary que com cautela, observava seus movimentos.
O platinado que logo se preparava para questionar os movimentos de Jennye, rapidamente banhou seus lábios com um sorriso quando ao fim, a jovem dama estendeu o “adorno” em sua direção.
— Deixe-me ver... — ela sussurrou para si mesma conforme agora, colocava ambas as máscaras na frente do rosto de Zhacary, o qual simplesmente esperava a menor escolher qual iria colocar nele, já que concerteza, ela não aceitaria um não como resposta.
A primeira colocada em sua frente era mais rústica, de um tom claro de laranja com um entorno mais largo. Mais masculino, embora ele fosse quebrado pelas jóias carmesins espalhadas por ele. Possuindo a forma e desenhos de uma raposa. Um ponto pontudo no lugar do nariz que lembrava um focinho, e pequenos triângulos acima que provavelmente representavam as orelhas do animal.
Então ela ergueu a outra, como a dela, também possuía uma forma de raposa, embora fosse completamente distinta em um tom negro, tando a sua cor quanto das jóias que lhe ornamentavam. Seu tom escuro contrastava de bela forma com os cabelos brancos de Zhacary e sua pele pálida. E com um sorriso Jennye se aproximou, quase colando seu corpo contra o dele conforme erguia a máscara e a posicionava corretamente sobre sua face.
Observando atento os movimentos da mais velha, o platinado se curva suavemente para que ela fosse capaz de colocar a máscara sobre seu rosto, e depois de ajuda-la a fazê-lo, ele novamente se afasta, olhando atentamente em direção dela.
— E então... o que acha? — Zhacary pergunta enquanto dava uma voltinha. Jennye solta uma risada doce enquanto agora, era ela quem se aproximava para que ele pudesse lhe colocar a máscara.
— ¡Tão bonito quanto uma bota de galocha! – ela diz alegre, fazendo como consequência, o platinado gargalhar alto e animado antes de no fim, segurar a mão da mesma e praticamente puxa-la em direção ao centro do local.
— Sabia que essa foi a coisa mais bonita que você já me disse? — a voz de Zhacary percorre animada e alta conforme ele andava apressadamente puxando Jennye com sigo. E agora, foi a vez dela de rir.
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Atualizado até capítulo 27
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