Um sorriso escapa dos lábios de Zhacary quando outra vez depois de tanto tempo, seus olhos avistam a entrada do marquesado Philipp, a casa de seu pai.
Depois do platinado ter descido na plataforma de trem as margens da capital do Império após algumas horas de viagem, um antigo cocheiro da casa do Marquês se aproximou o reconhecendo. E o mesmo, assim como alguns anos atrás em que o levava e o trazia na carruagem, novamente estava ali para guia-lo de volta para casa. Zhacary não mentiria, ele praticamente transbordou de felicidade ao ver o rosto do antigo conhecido.
A viagem que ele tomou até sua antiga morada já era conhecida, a estrada de terra, as árvores e até mesmo as curvas que pegava. Era estranho e nostálgico para o herdeiro aquelas sensações e lembranças da infância que tinha, elas eram tão distantes e distintas de quem ele era agora, que de certa forma isto lhe incomodava.
Fazia anos que ele não via seu pai ou seu padrasto, principalmente depois que ambos tinham formado uma nova família. Levando isso em consideração, Zhacary não seria apenas mais um invasor no novo marquesado?
O platinado suspira espantando tais pensamentos, ele já estava próximo demais de sua antiga casa para pensar em dar meia volta e pegar novamente o trem. Principalmente agora que na porta da entrada da finca, aguardando ansiosamente sua chegada, os cabelos castanhos de seu pai já poderia ser facilmente distinguindo.
Um sorriso suave abrange os lábios finos do platinado. De fato, não havia como ele dar meia volta agora.
Ao longe e esperando pacientemente ao lado de seu esposo Stéfano junto com alguns servos da casa, Marco observava ansioso a aproximação da carruagem de sua família. O mais velho estava nervoso, e sabendo do estado do marido ao seu lado, o segundo Marquês da casa apenas sorri suavemente, tocando o braço do mais velho enquanto o fazia olhar para si.
— Alcalme-se homem, você não é mais um jovem que pode ficar nervoso desta maneira! — Stéfano diz divertindo-se da expressão de seu esposo enquanto portava um grande sorriso nos lábios, fazendo Marco sorrir em resposta antes de afastar seus cabelos ruivos de sua testa, e deixar um selar suave sobre ela. E então, sem mais tempo para perder, a carruagem para na frente do casal, revelando a imagem do filho que a tanto tempo o Marquês não via.
Marco faltou gargalhar a medida que se soltava do aperto de seu esposo e caminhava à passos largos em direção ao menino que agora, já se tornara um homem. A emoção e a alegria invadindo seu peito era demais para o mais velho suportar, e Zhacary, percebendo as lágrimas que se formavam nos olhos do castanho, apenas solta uma risada gostosa antes de abraça-lo a medida que sorria alegremente.
E Stéfano, à margem do reencontro familiar, se segurava junto com o mordomo ao seu lado para não acabar chorando. O ruivo, observando o abraço amável dos dois homens em sua frente enquanto um largo sorriso teimava em deixar seus lábios, apenas aguardava pacientemente a sua vez de se aproximar e cumprimentar o platinado que assim como seu marido, fazia anos que não via.
— Eu não acredito que o senhor não envelheceu nenhum pouco! — a voz juvenil de Zhacary soa, arrancando algumas risadas do mais velho que agora, se afastava para observa-lo melhor.
Marco então desceu seus olhos dos cabelos brancos de seu filho para os seus belos olhos cinzentos, antes de sorrir outra vez e segurando seus braços, se orgulhar do quão forte e alto ele havia se tornado. Zhacary estava belíssimo e saudável, com a mesma presença séria e sorriso de menino que ele se lembrava.
— Eu que o diga! O que diabos você comeu para crescer assim? Antes mal chegava em meu peito e olha só agora! — outra vez o castanho analisava a sua estrutura. — Está tão forte quanto um cavalo! — diante de suas palavras, foi a vez de Stéfano explodir em uma gargalhada.
— Isto era pra ser um elogio, querido? — o ruivo pergunta entre risos, fazendo que os outros dois homens o acompanhassem no mesmo. Ali estava a euforia, a intensa alegria e a sensação de êxtase que abrangiam os três familiares. Era quase impossível que naquele momento, ambos abandonassem aquele sorriso persistente que banhava seus lábios.
Depois de tanto tempo, Zhacary finalmente se esqueceu da sensação de vazia que diversas vezes durante o tempo, lhe acompanhava com afinco.
— Muito provavelmente não! — abrindo os braços levemente em direção ao padrasto, o platinado disse com alegria a medida que observou Stéfano não tardar em caminhar em sua direção na intenção de abraça-lo. Apertando-o fortemente em seus braços quando o fez. — Mas eu acredito que deva elogiar o senhor, já que com grande coragem decidiu se casar com este idoso ao meu lado. – a repreensão suave de Marco ao seu lado foi o suficiente para fazer com que tanto Zhacary quanto Stéfano, rissem em divertimento outra vez.
— Bom, já diziam os sábios que o amor é cego! — o ruivo diz com divertimento, ignorando o olhar do marido antes de assim como ele, deslizar as mãos pelos braços do platinado enquanto olhava em seua olhos. — Bem-vindo de volta Zhacary, estávamos ansiosos por sua chegada. — Stéfano diz com delicadeza e cuidado, deixando seu olhar transbordar carinho e assim como seu pai, saudade.
Zhacary, diante daquela recepção calorosa que não esperava, pôde apenas sorrir, recebendo um outro abraço de lado de seu pai enquanto outra vez, era guiado para dentro da casa da família a medida que ria e conversava com ambos os marqueses da finca, contando resumidamente e de maneira parcial, a sua simples vidas nas terras ao norte do Império.
E seria até engraçado se não fosse estranho o fato de que diante dos olhos de Zhacary, nada havia mudado naquele local desde quando havia ido embora. As cortinas, assim como o carpete do chão eram do mesmo tom que se lembrava. O ambiente de certa forma estava mais iluminado, as janelas um pouco maiores, mas do resto, era não só a mesma palheta de cores, como também o mesmo design.
Zhacary sorri outra vez, deixando-se ser invadido pela nostalgia e pelo sentimento de amor e carinho que obteve naquele local.
Seus dedos pálidos e ásperos devido ao trabalho braçal que também fazia deslizam com cuidado pelas paredes de leve tom cinzento, ao seu lado, de braços dados com o esposo, seu pai conversava alegremente, fazendo-o rir uma vez ou outra com alguns acontecimentos que havia vivenciado ou uma lembrança que o havia abordado.
E Stéfano, também envolvido por aquele sentimento de alegria e nostalgia que emanava dos dois homens ao seu lado, também ria e se divertia com as histórias que eram contadas por seu marido e afilhado enquanto observava com carinho e atenção, o platinado admirar com extremo cuidado cada canto daquela casa que também lhe pertencia.
E de certa forma aquela sensação de felicidade compartilhada era estranha para o ruivo.
Zhacary nem sequer era seu filho, mais lá estava ele, não só ansioso para apresentar os irmãos dele para ele, como também transbordava-se de alegria pelo mesmo depois de tanto tempo, estar novamente de volta ao lar.
Aquele definitivamente era um dia de comemoração, ¡um dia de festa! Obviamente não só para Zhacary, seu pai ou seu padrasto, mas também para cada um daqueles que uma acompanharam o desenvolvimento do mesmo desde jovem.
O herdeiro finalmente havia voltado para casa.
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Atualizado até capítulo 27
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