Capítulo Três

Diante da voz estranhamente conhecida, Zhacary se vira, sorrindo amplamente quando reconheceu a mais velha que como ele, pareceu brilhar de alegria.

Daphne Louise era a a Baronesa de Louise, a antiga companheira de sua mãe, e a única pessoa fora do marquesado que sabia que o platinado em sua frente, não era filho legítimo do Marquês. A mulher em questão, assim como seu sorriso e alegria em vê-lo denunciava, havia visto de perto boa parte da infância do menino em sua frente que agora, era um homem.

Instantaneamente e ignorando completamente os olhares das jovens que os envolvia, Zhacary não tarda em abraçar a mais velha que, com carinho, aceita a demonstração de afeto com alegria e calma. Ela só havia percebido a saudade que havia sentido do garoto ali, naquele momento.

— Você cresceu tanto Zhacary, soube que você conseguiu administrar facilmente toda as suas terras desde que as tem, ¡estou tão orgulhosa de você meu menino! — sua voz abafada e embargada ecoa baixo, fazendo o mais novo soltar uma risadinha enquanto se afastava e sorria largamente.

— Também estou imensamente feliz em revê-la Baronesa. — assim como seu sorriso largo, a mulher também estava resplandecente, embora precisou de um pouco mais de tempo para que pudesse recuperar sua compostura, e ela o faz com uma tosse, ao mesmo tempo em que endireitava seu corpo e se direcionava para a mesa, acenando para que alguém.

E outro sorriso iluminou os olhos cinzas de Zhacary quando avistou Jennye — a única filha da baronesa — se aproximar timidamente. E ao contrário do abraço íntimo — e inaceitável — do platinado para com Daphne, desta vez ele apenas se curvou suavemente perante a jovem, tomando uma de suas mãos e beijando suave a mesma. A jovem castanha sorri suave com o gesto.

— Bem-vindo de volta ao marquesado. — Jennye sorri docemente, recebendo um leve acenar por parte do platinado antes de por fim, ele se virar para Lucinda que se encontrava completamente alheia à situação.

E quase que compreendendo instantaneamente o que o seu irmão maia velho lhe dizia, Lucinda se levanta belamente com um enorme e alegre sorriso no rosto, cumprimentando ambas aa mulheres com uma entiqueta social perfeita.

— Prazer em conhecê-las, Baronesa e Senhorita Louise, eu sou Lucinda Philipp, do marquesado Philipp. — a menina diz alegre, voltando a sorrir amplamente diante à risada da mais velha, que alegre e com uma fina camada de lágrimas em seus olhos — a qual não pode disfarçar —, logo tratou de voltar a atenção dos jovens ao seu redor para a mesa que anteriormente os Philipp’s compartiam, tratando de se acomodar na mesma com sua filha, que alegremente aceitou o convite de se juntar aos mais jovens.

Tanto a baronesa quanto sua filha possuíam belíssimos cabelos levemente loiro platinado e olhos rosados. O riso das duas também eram parecidos, e os mesmos, ecoando vezes ou outra pelo estabelecimento trouxe de certa forma, ao ambiente, uma leveza e calidez que desde a entrada de Zhacary, aparentava ter se evaporado.

Obviamente os olhares das outras jovens que ali se encontravam voltavam vezes ou outra para o grupo incomum que riam e conversavam sem se importar se aparentavam serem rudes ou não, foi estranho, óbvio, mas divertido para as senhoridas que aos poucos devido à influência em questão, deixavam aos poucos as formalidades de lado, sentindo-se também, mais a vontade no ambiente.

Logo as vozes aos poucos inundavam a doceria, as risadas e as brincadeiras, junto com as piadas e fofocas percorriam toda a sala, permitindo que as jovens mulheres fossem mais expressivas e abertas em suas conversas. Quase como se não se importassem com o que as outras da mesa do lado ouviriam, ou acharia sobre sua educação familiar depois daquele breve encontro.

Zhacary estava animado, divertindo-se com as conversas de Jennye, de Lucinda e da Baronesa, degustando inconscientemente da maneira em que elas se interagiam entre si. Era engraçado, de fato, o mago se sentia um velho pai observando suas crianças se divertirem enquanto ficava apenas lá, sorrindo suave até mesmo para o vento.

Filhos...

Zhacary sempre quis tê-los, embora fosse um pouco difícil para o mesmo, tanto pelo fato de que ele não só temia não ser capaz de cuidar bem de uma criança sozinho, quanto também por conta de que de certa forma, ele não podia tê-los.

O mesmo engole em seco mediante a lembrança do "presente" que sua mãe deu. Zhacary respira fundo.

Naquele mundo em que viviam, devido a existência de magia que abrangia grandemente alguns, e de forma escassa à outros, não era muito difícil que um casal do mesmo sexo pudesse ter filho. Infelizmente Zhacary não sabia explicar muito bem como tudo funcionava biologicamente no corpo humano. Mas ele sabia dizer perfeitamente que nem sequer um mago de alto escalão poderia fazer algo quando um dos parceiros era infértil.

Embora Zhacary verdadeiramente cogitasse a possibilidade de adoção — já que teoricamente ele também era adotado —, não havia como ele acolher uma criança com este intuito sem que estivesse casado, e mesmo que ele estivesse, o que garantiria que seu cônjuge também apoiaria esta ideia? Nada.

Outro suspiro suave escapa de Zhacary, e notando que seu afilhado estava outra vez perdido em seus pensamentos, Daphne toca suavemente o ombro do platinado, fazendo-o se focar nela outra vez.

— Perdoe-me, não estava prestando atenção. — Zhacary diz com um sorriso, fazendo Lucinda negar a cabeça algumas vezes antes de soltar um "esses jovens de hoje em dia", fazendo com que uma leve risada escapasse de Jennye, e de sua mãe ao seu lado.

— O Festival que ocorrerá na está próximo, assim como a festa de maior idade do irmão mais novo de vossa Alteza, o prometido de nosso Príncipe. — a Baronesa inicia, fazendo Zhacary menear a cabeça concordando vezes ou outra. — Assim que eu estava me perguntando se você poderia acompanhar Jennye no Festival, e na festa de maior idade do filho do Duque. — Daphne dia suave, sorrindo amigavelmente para o mais novo. — Claro, se assim você puder, e obviamente, quiser. — ela logo trata de se apressar, temendo que Zhacary tivesse encarado suas palavras como se fossem uma ordem. O mesmo solta uma risadinha, tomando uma das mãos da mais velha enquanto acariciava-a suavemente e com carinho.

— Seria mais do que um prazer acompanhar a senhorita em todas as festas. — Zhacary solta um tom de voz e um sorriso galanteador para Jennye, a qual solta apenas uma risada, dizendo-se estar indignada com sua falha tentativa de "cortejo".

Mediante as palavras da mais velha, Zhacary apenas leva uma das mãos ao peito, mortrando-se ofendido pelas escolhas de palavras da mesma. E como consequência, devido à sua expressão exagerada, não demorou-se a ouvir a risada doce de Lucinda.

A qual apenas se divertia, observando os jovens em sua frente enquanto comia de seus doces, e bebia de seu suco imensamente alegre por ter feito Zhacary acompanha-la até a doceria aquela manhã.

Aquele dia definitivamente estava sendo divertido para a menor.

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