CAPÍTULO 4

Carol acorda e se senta na cama olhando ao redor enquanto esfrega os olhos, ela se levanta e vai até o banheiro lavando o rosto e escovando os dentes com a escova extra que Bernardo sempre deixava no seu banheiro, ela prende o cabelo em um rabo de cavalo e sai do quarto encontrando Bernardo e o tio dele tomando café da manhã.

- Bom dia bela adormecida. Bernardo fala a olhando.

- Bom dia Caroline sua mãe ligou mas cedo e disse que tudo bem se não fosse a aula hoje, por isso não te acordamos,ela pediu para avisar que quer a senhorita em casa assim que acordasse. André o tio de Bernardo disse comendo uma fatia de pão.

- Bom dia gente, minha mãe realmente não está bem para mim liberar da aula assim. Carol disse se sentando ao lado de Bernardo.

- Lamento pela separação dos seus pais, mas desejo força para você e a Valéria superarem esse momento. André disse se lavantando e indo lavar o copo na pia.

- Obrigada André, você é um fofo. Carol disse com um sorriso.

- Já gostei de ver esse sorriso logo pela manhã amoreca. Bernardo disse colocando uma fatia de melancia no prato de Carol.

Carol tomou seu café e esperou Bernardo tomar banho e se arrumar, ele insistiu em levá-la em casa de bicicleta, quando ele terminou pegou sua chave e desceu as escadas com Carol logo atrás, os dois subiram na bicicleta e saíram rumo a casa de Carol que não ficava muito longe, Bernardo parou no portão e Carol desceu da bicicleta o agradecendo.

- Valeu pela carona amoreco, desculpa te dar trabalho e alugar seu tempo. Carol disse dando um beijo no rosto do amigo.

- Sabe que pode contar comigo sempre né. Bernardo disse e Carol balançou a cabeça positivamente.

- Agora vou encarar minha realidade. Carol disse abrindo o portão.

- Qualquer coisa me liga. Bernardo disse e saiu.

Carol entrou em casa e não encontrou a mãe na cozinha, foi até o quarto dela e ela estava encolhida na cama, Carol respirou fundo e se aproximou.

- Mãe eu já cheguei, quer que prepare algo?. Carol pergunta se sentando na cama.

- Não filha eu estou sem fome e quero ficar sozinha por agora, depois a gente precisa conversar sobre tudo isso, agora deixa a mamãe pensar um pouco. Valéria disse pegando a mão da filha.

- Tudo bem mãe, mas mesmo assim vou preparar um café. Carol disse se levantando e dando um beijo na mãe antes de sair do quarto.

Carol não disse nada mas a mãe estava muito mal parecia ter passado a noite em claro chorando, suas olheiras profundas deixavam isso bem evidente. Ela preparou o café e lavou a louça que estava na pia, pegou as almofadas e viu que o pai tinha recolhido o vaso quebrado, Carol foi para seu quarto e trocou de roupa indo se deitar no sofá da sala,ela acabou cochilando e acordou com o barulho do seu celular tocando alto, ela olhou na tela e era Laura ligando de chamada de vídeo, Carol não estava no clima para conversar então mandou apenas uma mensagem falando que mais tarde ligaria de volta.

Seu celular vibrou novamente e Carol olhou a tela pensando se iria ou não atender o pai pois estava muito brava com ele, mas acabou aceitando a ligação.

- Oi meu amor, como você está?. O pai pergunta do outro lado da linha.

- Como acha que estou pai depois de tudo que aconteceu, eu não sei como vai ficar as coisas agora que não está mais aqui. Carol diz segurando as lágrimas.

- Filha me desculpa por tudo isso, talvez não seja agora mas um dia você vai entender o motivo dessa decisão minha e da sua mãe. Carlos disse do outro lado.

- Não sei se algum dia vou entender, mas nesse momento está sendo bem difícil absorver tudo isso. Carol disse ficando em silêncio.

- Pode ficar tranquila que vou mandar um dinheiro extra todo mês na sua pensão para cobrir os gastos da casa até sua mãe se estabilizar. Carlos disse e Carol respondeu apenas um ok.

- Estou ajeitando a casa e em breve quero que venha passar os finas de semana comigo, agora eu tenho que ir trabalhar, fica bem meu amor qualquer coisa liga pra mim. Carlos disse finalizando a ligação.

Carol deixou o celular na mesa e foi para a cozinha preparar um sanduíche pois sua barriga já reclamava de fome, depois de comer ela passou pelo quarto de sua mãe que estava dormindo profundamente depois da noite turbulenta, voltou para sala e ligou a televisão colocando em uma série qualquer.

A noite chegou e Carol se levantou do sofá acendendo as luzes da casa, foi até seu quarto tomar um banho antes de ir ver a mãe e dessa vez a fez comer pelo menos metade do sanduíche e meio copo de suco.

- Mãe a senhora quer realmente ficar doente?. Carol perguntou se sentando na cama.

- Eu não quero mas estou sem fome. Valéria disse ajeitando a coberta.

- Por mais difícil que seja agora somos só nós duas, infelizmente a vida continua lá fora precisamos reagir. Carol disse tentando passar o máximo de força possível para a mãe.

- Meu amor as vezes eu custo a acreditar que você cresceu e já está se tornando uma mulher madura, obrigada pelo apoio sei que pra você também não está sendo fácil. Valéria disse puxando a filha para um abraço.

A campanhia tocou e Carol foi ver quem era e ficou surpresa em ver Bernardo no seu portão, ele havia trago uma sacola cheia de coisas que Carol amava comer e um mini panda de pelúcia.

- Que surpresa boa amoreco você adivinhou que eu precisava disso. Carol disse abrindo a sacola enquanto fechava o portão.

- E sua mãe como está?. Bernardo perguntou entrando na sala.

- Está bem melhor que ontem, mas vai levar um tempinho pra ela superar a separação. Carol disse se sentando no sofá.

- Achei que as meninas estivessem aqui. Bernardo disse pegando um chocolate da sacola.

- Elas me ligaram mas eu não estava no clima para conversar. Carol disse abrindo o pacote de batata.

- Passar esse período difícil com seus amigos vai te fazer muito bem. Bernardo disse e Carol apenas concordou.

Eles ficaram assistindo televisão e comendo até tarde, Bernardo teve que ir pois seu tio já estava atrás dele, Carol levou ele até o portão e se despediram com um abraço antes dele ir.

Carol entrou em casa apagando as luzes e indo para seu quarto dormir pois não teria como escapar do colégio no dia seguinte.

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