VÍCIO

Víctor

Devo estar doido mesmo. Um homem como eu que tem e mora em uma mansão, alugar uma casa velha dessas caindo aos pedaços em um bairrozinho desses de periferia. Onde estou com a cabeça. Pergunto pra mim mesmo, mas ná sabendo da resposta. Estou com a cabeça na doida da praia. Ela me enlouqueceu de vez. Eu não sei mais o que fazer com isso que sinto que já virou vício. Não posso e nem consigo ficar um dia sem vê-la e agora já está se tornando pior, preciso tê-la, mas como? Como?

Chego em minha mansão e dou ordens aos meus funcionários para organizar a casa que aluguei e a deixar habitável para mim. Eles se assustam quando falo que aluguei um outro imóvel e que pretendo ficar lá. Eles estavam com medo de serem demitidos, mas sem explicar a situação dei um jeito nisso. Dei férias remuneradas de 6 meses para todos. Alegres nem questionaram mais e de imediato cumpriram minhas ordens.

Com os meus empregados avisados, vou para o escritório. Eu passo o resto do dia trancado em minha sala resolvendo problemas e mais problemas. Entrando e saindo de várias reuniões. Até que chega o final do expediente. Ah! Finalmente.

Agora vou para a minha nova casa, a casa do lado da Adele. Eu não contratei ninguém para trabalhar lá. Quero ficar só e ter o máximo de privacidade. Saio direto do escritório, entro em meu carro e dirijo. Dispensei o meu motorista, morando lá não vai dar pra bancar de ricão. Tenho transparecer ser mais humilde.

Não vou falar pra ela que sou empresário bem sucedido. Ela pode suspeitar e desconfiar das minhas intenções em morar lá. Não quero espantá-la e som aproximá-la. Vou me fazer de homem trabalhador e "funcionário do mês". Assim vai condizer com minha opção em morar ali naquele bairro e ela não irá estranhar.

Sigo em direção a casa. Estou ancioso para chegar. Penso que dessa forma terei mais oportunidade para conseguir ela pra mim. E se eu não tiver eu planejo e crio essas oportunidades. Burro eu sei que não sou e ideias sempre sei que as tenho. Se não fosse assim não seria bilionário e não teria minha própria empresa.

Chego no meu lar doce e amargo lar. Digo isso, pois o doce deixo pra Adele e o amargo fica comigo. Apesar de não morar ainda sobre o mesmo teto, já me sinto morando com ela. O fato de estar mais perto de mim já enche o peito. Me sinto diferente em pesar que eu a qualquer momento independente da hora poderei vê-la.

Entro e me deparo com tudo limpo, organizado e pronto para morar. Observo cada detalhe e é impressionante a rapidez e a eficiência com que os meus funcionários prepararam tudo. Cada detalhe está só meu agrado, ele pensaram em bem e deixaram a casa com a minha cara. Percorro os cômodos admirado e surpreendo com o resultado.

Agora vou escolher o meu quarto, o que eu irei dormir. Lá tem 3 então meu critério para escolha é a doida. Preciso saber pra que lado fica o quarto dela. Já no andar de cima, caminhando no corredor eu escuto a música do James Arthur. Hã?! Sigo o som sem saber ao certo para onde estou indo. Entro em um quarto onde o som está mais alto e me deparo com um silhueta feminina refletida na cortina. Não posso acreditar é Adele.

Não ligo a luz, me aproximo da janela devagar. Abro uma brecha da cortina pra poder olhar. Ao constatar que é ela eu suspiro. Puxo a cadeira pra perto me sento e espio.

A janela do quarto dela da de frente com a minha. Então já decidi esse será o meu quarto. Fico ali sentado e imóvel eu a observo. Vejo ela andar de um lado para o outro. Ela está linda como sempre. Com um coque no cabelo percebo que ela está a organizar várias coisas.

Ela não percebe que esta sendo observada e age tranquilamente. Acho que ainda não sabe que essa casa foi alugada. Confesso que achei maravilhoso isso. Me agradeço mentalmente. Estou mais do que satisfeito e contente. Mais ainda estou admirado, por ela colocar a música de James Arthur pra escutar. Meu ego se infla naquele momento. Vejo que minha conversa com ela não saiu de seu pensamento.

E de repente ah! Eu não acredito! Ela começa a tirar a roupa. Sem piscar o olho não perco um só movimento dela. Me aproximo mais da janela contemplando a visão do paraíso. Ela tira a saia jeans e depois a blusa, ficando assim só de sutiã e calcinha.

Meu amigo fica mais do que excitado. Ele já duro como uma rocha pulsa. Vejo ela andar de um lado para o outro e depois sair do meu campo de visão. Eu não saio dali. Não quero perder a minha linda visão. Espero ela voltar nem que pra isso tenha que ficar mais tempo imóvel ali.

Como uma droga viciante eu continuo a esperar. Sinto um cheiro de flores e morango invadir o ar. Fecho meus olhos e me permito apreciar ainda mais o aroma. Ela deve estar no banho. E depois de um tempo ela aparece novamente, enrolada em uma toalha e de cabelos molhados. Eu estava certo.

Ah! não sei se vou aguentar mais isso. A visão que estou tendo e a visão mais bela que já contemplei. Isso que estou fazendo é errado e eu sei. Mas não consigo sair dali e me afastar. Estou hipnotizado, não consigo parar se olhar.

Vejo ela pegar o hidratante e passar em seus braços. Em seguida ela apoia o pé na cama e espalha o produto em suas pernas. Que delírio! Ela me deixou louco! Me tirou o ar e me deixou sem fôlego! Eu estou em outro mundo.

O movimento que ela faz parece que vai tirar a toalha. E eu já de boca aberta me debruçando sobre a janela respiro com dificuldade. Meu coração bate tum tum tum de acelerado acho que dá pra escutar ele até do outro lado. Estou prestes a vê-la como ela veio ao mundo. Sei que pareço indecente. A sensação que tenho é que devo ter consumido algum entorpecente. Eu estou a mercê de tanta beleza. O maior prazer estar em conhecer sua ingenuidade e pureza.

Como um torcedor fanático de time de futebol em final de campeonato torço e fico na expectativa dela tirar a toalha. Ela se desenrola da toalha felpuda. E quando penso comigo, " finalmente irei vê-la nua". E drog@ não acredito! Não aguentei e g@zei aqui e assim ao vivo.

Do nada ela volta a se cobrir e se vira. Estranho a reação dela, mas fico no aguardo. Vejo ela sair de novo do meu campo de visão. Subitamente o pai dela aparece no quarto. Ele fala algo apontando para a minha janela, porém eu não escuto. Ele se aproxima e coloca a cabeça para o lado de fora. Eu fecho a brecha da cortina e me abaixo rápido. Já imagino o que ele falou com ela. Com certeza deve ter dito que a casa vizinha foi alugada. A espreita volto aos poucos a olhar.

Vejo Sebastião o pai de Adele conversar e ela a concordar. Ela balançando a cabeça e ele fecha as cortinas. Drog@! Drog@! Fui barrado bem na melhor parte. Mais mesmo assim não desanimo. Fico ali ainda insistindo.

A cortina não parece ser tão transparente mais ainda dá pra ver. Vejo o pai dela saindo e depois uma silhueta nua existindo. Ela sem toalha se vestindo. Ah! que visão tão bela e magnífica. Depois de vestir ela apagou a luz. Deve ter ido dormir, eu deduzo. Vou tomar banho e me limpar. Só posso estar doente, virei indecente. Além de pervertido um tarado.

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