Acordo e hoje é sábado, estava desanimada e querendo-me sentir livre, então desço até a cozinha e pego algumas frutas, um pedaço de bolo de chocolate, iogurte e bolachas, coloco tudo dentro de uma mochila, pego também a minha boneca preferida, um livro de Alice no País da Maravilha e vou fazer um piquenique na floresta.
Ao chegar lá sento-me em baixo de uma árvore, tiro o lanche da mochila e fico a brincar com a minha boneca, depois de um tempo começo a ler a história.
Rapaz – Posso sentar e ouvir a história?
Mel – Você de novo?
Rapaz – Prazer Alan, sabia que iria te ver novamente.
Mel – Sou a Mel.
Alan – Posso sentar Mel?
Mel – Sim!
Voltei a ler a história e o Alan olhava-me com um olhar encantador. Assim que a história termina, fomos fazer um lanche, comemos tudo que havia trazido, logo em seguida despedir-me do Alan e fui para casa, estava feliz com um sorriso estampado no meu rosto.
Os dias foram se passando e a minha rotina continua a mesma, de casa para escola e da escola para casa, as vezes ia à floresta na intenção de ver o Alan e não o encontrava em canto nenhum.
Hoje é segunda-feira dia da apresentação da maquete, estava bastante confiante, pois eu fiz um ótimo trabalho, porém meio insegura de falar em público. Então a professora chama-me para apresentar e percebo que os meus colegas riam. Respirei fundo e fui para frente da sala, quando mostrei a minha maquete todos olharam admirados, então comecei a explicar sobre a energia eólica, e com a forçado vento as luzes da cidade da maquete acendem e todos batem palmas impressionados.
Pela primeira vez sentir-me especial, sentir-me importante e gostei dessa sensação. Deste dia em diante comecei a falar nas aulas, e expor as minhas opiniões e sempre que havia outros trabalhos todos da turma queria fazer comigo. Destaquei-me na escola com as melhores notas, disputei maratonas, fui monitora de outros colegas que tinha dificuldades e sentir o que é ser valorizada e reconhecida.
Professora — Mel, quero-lhe parabenizar pelo seu desempenho, em pouco tempo vem se destacando aqui na escola.
Mel — Obrigada professora, eu amo estudar.
Professora — Eu percebi, mas a vida não é só estudar, tem que fazer coisas com a sua família, percebo que é distante dos seus pais.
Mel — É tantas coisas que a senhora não entenderia, e também não me sinto a vontade de falar.
Professora – Se quiser conversar estou aqui.
Mel — Obrigada!
Fiquei a pensar sobre o que a professora disse, eu queria ter um tempo com a minha família, que eles me olhasse como todos aqui na escola me veem, mas infelizmente as coisas não sãoão como desejo. Tenho a escola como a minha família, aqui eu posso ser quem sou, posso-me divertir, conversar. Porém, nãoo gosto de falar sobre a minha família, ninguém acreditaria que sou filha dos Ribeiros, para todos da escola sou filha da Marta a empregada.
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Atualizado até capítulo 45
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