Capítulo 6

Um ano depois ...

RAFAELA

Eu mudei muito nesse último ano, comecei a pegar pequenas causas para defender e todo aquele “glamour” e status que eu imaginava acerca da minha carreira foi por terra. É realmente muito difícil se fazer um nome de respeito dentro da minha área de atuação nesse país. E não é necessariamente o fato de ser bom, um bom profissional que define o sucesso ou a fama repentina. Sendo assim sou mais uma entre tantos profissionais no ramo. O que dizer do renomado LEONARDO ALBUQUERQUE VIEIRA, não têm nem como comparar com um figurão desse.Esse sim, tem honorários que dariam para me manter por seis meses. E quem diria que o homem que me ajudou a um ano atrás era ninguém mais, ninguém menos que o poderoso advogado que agora admiro tanto, bom quanto a isso preciso dizer de antemão e deixar bem claro que a minha admiração se restringe a área profissional apenas. Pois, ele tem uma vida bem libertina fora dos tribunais.

E realmente faz jus a fama que tem não para com mulher alguma, é o seu costume desfilar por aí com modelos e “socialites” vazias por dentro mais com tudo em cima por fora. Aquela mulher aparentemente perfeita no visual e muito distante da nossa realidade de meras mortais. Assim ele vive saindo nas colunas de fofoca, uma e outra vez e pior é que faz sucesso, pois se fosse o contrário a mídia não marcava tanto em cima dele assim como o fazem, lhe conferindo o título de celebridade.

Ele é conhecido por não se apegar a ninguém e viver de balada em balada. O baladeiro mais cobiçado do país. Também preciso ser justa a sua fama não se deve única e exclusivamente ao seu comportamento totalmente irresponsável em sua vida pessoal e por vezes permissivo tampouco ao dinheiro que possui mais sim, ao fato de nunca ter perdido uma causa sequer até o momento. O advogado imbatível. Pois, minha meta de vida será derrotá-lo, nos tribunais fazer com quer ele, saia desse altar da superioridade, vou torná-lo real, alguém humanamente acessível como os demais mortais.

💭Pensamento da Rafaela - como sou boba meu senhor Jesus, quem sou eu na fila do pão?...Oh! Garota acorda pra vida enquanto é tempo.

Quanto a minha relação com o meu irmão também, mudou bastante nesse período, pois ele está crescendo e como um homem não aceita muito bem a minha autoridade, aliás uma autoridade que sendo sincera não queria exercer, na verdade eu só queria ser a irmã mimada e protegida pelo irmão como é o normal nas famílias, é que as vezes esqueço que somos uma família atípica, que eu ocupo o lugar de mãe do meu próprio irmão e sempre me sentirei assim não por ser mais velha apenas. Mais por ele ser o grande tesouro que os meus pais me deixaram aqui na terra, ele é a minha única família, além de ser a foto cópia do papai e poder vê-lo sorrir e uma das melhores sensações que tenho hoje em dia. Mais ele não toma jeito, continua com aquelas amizades nada a ver. Eu até que consegui fazer com quer ele se matriculasse em uma faculdade e para cursar justamente direito. Mais ele é daqueles alunos que faz da sua aparição na aula, um grande evento e o pior é que ele é inteligente que só ele. É daquele tipo de pessoa que aprende fácil e tira boas notas mesmo faltando tanto. Se ele levasse mais a sério. Ah! Se ele levasse mais a sério.

O pior é que ele não leva a sério só o curso não. Também não leva a sua própria vida. Não se compromete com nada vive apenas perigosamente e ponto, como ele próprio gosta de dizer. E agora, deu para ostentar roupas e calçados caros a grande maioria de marcas famosas, e quando eu questiono ele responde na maior cara de pau que foi presente de umas donas aí. E eu realmente espero e prefiro que assim seja, pois é melhor ter um irmão bancado por mulheres que um marginal um bandido dentro de casa envolvido com todo o tipo de crime. Bom dos males o menor. Eu tento não me meter tanto não ser como fui no passado porque sinceramente não funciona e não funcionou bem, tanta rigidez, olha o que fizeram do meu Bernardo, um rebelde sem causa, involuntarioso e perdido na vida.

Eu sinceramente sou uma péssima mãe, é fato! Deus queira, que eu não tenha filhos um dia e também como seriam feitos por meio de mágica, nesse quesito da minha vida, sou o extremo fracasso. Me lembro da fase da adolescência em quer eu gostei de um garoto, um vizinho da nossa antiga casa, eu o queria tanto naquela época e jurava que, nós casariamos e seríamos felizes para sempre. Mais de repente tudo muda de uma hora para outra na vida da gente, eu perdi contato com ele, o meu namoradinho de infância, e ao longo dos anos seguintes, não tive mais que relacionamentos bobos, que nunca foram adiante e agora me encontro solteirona amarga e deprimida, só faltava criar gatos, para compor o quadro perfeito.

Eu não entendo muito sobre essa doença a DEPRESSÃO, e sinceramente deve ter níveis ou estágios dessa maldita tristeza sem fim que tomou conta da minha vida e eu nem sei dizer, quando isso aconteceu exatamente, talvez tenha, sido depois da morte dos meus pais ou até mesmo, antes eu não sei ao certo. O que sei é que as vezes fica tão DIFÍCIL, eu não vejo graça em nada ao meu redor e não me vejo fazendo e tendo nada lá na frente, simplesmente um branco.

Só isso, um branco e as vezes até me custa sair da cama, ou ter o mínimo de cuidado comigo, parece extremamente desnecessário, horas em quer eu me sinto desnecessária no planeta, como se eu estivesse ocupando o espaço de alguém que verdadeiramente merecesse estar vivo. E por mim sendo sincera, não estaria mais aqui, não mesmo, que importância tenho, pra quer sirvo, aí nesse momento, eu me lembro que mesmo o Bernardo já estando de maior, ele precisa de mim.

O pior mesmo é o preconceito das pessoas que não entendem que nunca sentiram na pele, e se acham no direito de julgar como frescura, que é uma fase passageira ou uma mera bobeira. Como se a vontade de viver plenamente com paixão fosse facilmente acessada dentro de nós, ou se estivesse naturalmente ao alcance de nossas mãos fazendo com quer tivéssemos o controle sobre os nossos risos e alegrias, assim seria muito fácil viver nesse mundo onde somos atropelados pelo egoísmo do outro, onde a nossa dor não é levada a sério, ou ao menos respeitada como deveria. E eu me pergunto )) Quando finalmente, poderei viver em paz, VIVER com amor? E rir os meus risos verdadeiros.(( E assim poder desfrutar da felicidade real, dos dias que merecem, ser vividos em plenitude e com paixão, sem culpas ou desejos irreais.

O tempo passa mais tanto Rafaela quanto Leonardo anseiam, por respostas as suas perguntas inquietantes e também conflituosas. Mais extremamente necessárias.

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