Capítulo 13

Marina foi para a sala de cirurgia. Os seus pais foram até a recepção cuidar da parte do pagamento.

HUGO. Não se preocupem com isso, ela será atendida pelo meu plano, o hospital irá custar tudo.

LÚCIA. Muito obrigada senhor, dá para ver que são pessoas boas, e muito responsáveis... O seu filho também é muito educado e responsável.

RAFAEL. Outro garoto com toda certeza não assumiria a sua responsabilidade, parabéns por ter educado o garoto tão bem!

LUCA. Muito obrigado senhor, não queria que isso estivesse acontecendo.

Marina terminou a cirurgia que não levou mais de uma hora. Eles entraram no quarto e ela estava sentada na cama. O braço da mão operada estava imobilizado, ela sorriu para os pais tentando tranquilizar eles.

MARINA. Estou bem... Senhor Hugo, ainda está aqui?

HUGO. Sim, só voltamos quando tivermos certeza que está tudo bem com você.

Luca caminhou até ela e beijou a sua mão. Ela puxou rápido e olhou para os seus pais.

LUCA. Desculpa!

Ela teve alta no mesmo dia, meu pai e meu irmão voltaram para casa. No carro, o meu pai até tentou arrancar alguma coisa do Luca, mas ele é muito discreto e não disse nada.

HELENA. Que bom que ela está bem... Filho, onde vai? O almoço já vai ser servido.

LUCA. Estou sem fome, mãe... Depois como algo.

Fomos almoçar, todos estavam muito descontraídos , conversavam e davam gargalhadas. Enzo aproveitou para ficar me olhando e fazendo gracinhas. E assim foi o nosso final de semana interminável, na segunda tinha faculdade e tinha minhas escapulidas com o Enzo.

MARINA. Bom dia, pessoal!

Marina chegou por trás de mim e do Luca.

LUCA. Bom dia Mari, como está o seu dedo?

Eles conversaram tranquilamente até uma garota se aproximar e pendurar no pescoço do Luca. Enzo estava chegando no exato momento.

LUCA. Lavínia? O que está fazendo aqui, me solta!

Ele ficou uma fera por ver ela, e principalmente por ter agarrado o seu pescoço.

LAVÍNIA. Queria matar a saudade que estou de você... Podemos conversar?

MARINA. Com licença, as minhas aulas já terminaram, até mais Liz!

Ela saiu muito chateada e com lágrimas nos olhos, sei que ficou com ciúmes pela presença da Lavínia.

LUCA. Lavínia, não temos mais nada para conversar, por favor, me deixe em paz!

LAVÍNIA. Estou grávida, Luca, como pode me deixar assim?

O meu irmão ficou sem palavras, ele não sabia o que dizer e eu muito menos.

LAVÍNIA. Sabe que esse filho pode ser seu... E pelas minhas contas, pode ser sim!

LUCA. Lavínia, depois conversamos... Estou com muitos problemas, não sei o que te dizer agora.

Aquele dia nem me encontrei com o Enzo. Luca ficou extremamente abalado pela presença da Lavínia, e pior, ela poderia estar grávida.

"Será que o que ela está dizendo é verdade? Coitada da Marina, o que vai fazer?"

LUCA. Não sei Liz, ainda não sei o que fazer!

Chegando em casa, Luca foi direto conversar com a minha e o meu pai. Ele sabia que o melhor era contar tudo o que estava acontecendo.

HUGO. Onde está a garota?

ANA. Acabou de bater no portão... Deixamos entrar?

Ana é uma figura, sabe de tudo e sempre fala as coisas na hora certa.

"Deixa ela entrar, vamos resolver isso de uma vez..."

Para a surpresa de todos, assim que Lavínia entrou chegou também a Marina, ela faz o mesmo curso que eu e o Enzo, combinamos de nos encontrar em casa para fazer um trabalho. Fiquei com ela na biblioteca enquanto o meu irmão resolvia as coisas dele, Enzo também estava e ficou preocupado com a situação do meu irmão.

ENZO. O seu irmão se meteu com quem não devia, da para ver o tipinho dessa aí.

MARINA. Muito parecido com o seu, a diferença é que ela é mulher!

Não aguentei e comecei a dar gargalhadas da cara que ele fez. Na sala pelo andar da conversa, o meu pai vai pedir um exame de DNA para saber se realmente o bebê é do meu irmão.

LAVÍNIA. Tudo bem, assim que nascer podemos fazer o teste... Estou muito envergonhada por tudo, mas realmente pode ser do Luca, ficamos muito tempo juntos... Estaríamos até hoje se não tivesse pisado na bola.

HUGO. Não precisa esperar, vamos fazer agora, é rápido e não vai doer nada.

Eles foram e logo estavam de volta, Luca foi direto para a biblioteca, ele queria falar com Marina mas não sabia como. Ela olhou para ele e em seguida virou o rosto.

LUCA. Acredito que não é minha essa criança, se for darei o meu nome e serei um pai presente na vida dela.

MARINA. Fico imensamente feliz por você... Deveria se casar com ela, uma criança precisa de um lar.

LUCA. Sou jovem demais para me casar, ainda mais sem amor! Marina, podemos conversar um minuto?

Enzo e eu saímos da biblioteca, a minha mãe nos observava da cozinha, fomos até ela.

HELENA. Ele gosta dela, mas acho que ela não vai aceitar essa história de gravidez.

MARINA. Ela vai te dar um filho...

LUCA. Pode não ser meu... E gosto de você, não dela. Marina, realmente estou muito apaixonado, e quero que namore comigo, se aceitar irei ainda hoje falar com os seus pais.

MARINA. Não Luca, nunca vou aceitar você ter que ficar vendo essa tal de Lavínia... Sou egoísta e muito ciumenta, isso com certeza iria me matar.

Ela saiu da biblioteca com os olhos carregados de tristeza e dor. O seu amor pelo meu irmão era realmente verdadeiro. Marina se fez de durona enquanto o meu irmão foi para perto da piscina, ele ficou sentado sozinho.

HELENA. Marina está tudo bem?

MARINA. Sim...

Ela tentou, mas imediatamente o choro saiu. A minha mãe abraçou ela, Luca entrou na cozinha e viu aquela cena, os seus olhos encheram-se de lágrimas.

HUGO. Amor faz um chá para ela, se sentirá melhor...

Ela simplesmente não conseguia parar de chorar, Enzo fez um sinal para o Luca ir até lá e abraçar ela.

LUCA. Marina, sei que pedir desculpas não irá resolver nada... Mas não quero nada com a Lavínia, gosto de você e quero muito que seja a minha namorada. Falei com você na biblioteca, talvez tenha pensado que é enrolação, mas não! Aqui diante dos meus pais quero te pedir em namoro e se disser que sim, peço permissão aos seus pais.

A minha mãe sentou-se com a mão na boca toda emocionada, o meu pai estava todo orgulhoso olhando a postura dele. Marina, no entanto, ficou em silêncio e depois abaixo a cabeça.

MARINA. Não posso aceitar Luca. Gosto muito de você de verdade, mas se for o pai do bebê vai sempre ter contato com ela, isso me deixaria louca... Não quero dividir você com ninguém, muito menos ter pensamentos absurdos de sumir com um inocente.

Quando ela disse isso o meu irmão ficou assustado, o meu pai, no entanto, abraçou ela dando gargalhadas.

HUGO. KKK tem que pedir ela em casamento, não em namoro... Essa garota é para ser esposa, não namorada!

MARINA. Desculpa a minha sinceridade, não vou dividir o meu namorado com filho de outra mulher, muito menos com a mãe da criança. É melhor sermos somente amigos enquanto não está com ela, depois nem isso quero ser!

Ele ficou sem acreditar nas coisas que ela estava dizendo. A minha mãe serviu o chá para ela. Ele ficou parado inconformado com a resposta que acabou de receber, acredito que ele nunca havia recebido um não.

Terminamos o trabalho e o motorista dela a buscou, o meu irmão até tentou alguma proximidade, mas não conseguiu.

HUGO. Está tudo bem Luca?

LUCA. Não pai, estou com dor de cabeça, vou dormir um pouco!

Enzo também foi embora, ele me enviou uma mensagem dizendo para ir dormir na casa da minha tia hoje. Logo fui correndo falar com os meus pais. Eles estavam preocupados com uma confusão na escola da Sanny, pelo que entendi, a garota bateu em outra criança.

HELENA. Tudo bem Liz, a Emily está no ateliê, vai para lá e só depois para casa deles, ok?

"Sim, mãe... Tchau para todos."

Chegando no ateliê encontrei o descarado olhando para a recepcionista com uma cara de safado que me embrulhou o estômago.

"Oi Enzo, estou te atrapalhando?"

ENZO. Oi Liz, a minha mãe já está te esperando...

Sínico, simplesmente agiu como se não estivesse fazendo nada demais. A tia Emily logo apareceu, e sinceramente estava arrependida de ir para casa dela.

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