Capítulo 15

...🅳🅾🅼🅸🅽🅸🅲 🆂🅰🅻🆅🅰🆃🅾🆁🅴...

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...Dizem por aí que não tenho coração, mas há um motivo para isso. Em algum ponto distante do passado, cicatrizes marcaram minha alma. A vida me moldou de maneira peculiar. Ao longo da jornada, aprendi a me proteger, a construir muros ao redor de emoções frágeis. Hoje, sou um homem de mistérios, guardando segredos no meu coração que somente o tempo poderia desvendar....

...Enquanto voltávamos para a mansão no carro, meus pensamentos me levaram para alguns anos atrás. Lembranças de minha mãe surgiram, uma figura materna que deixou um vazio em mim até hoje....

...No silêncio da noite, as lembranças se desdobravam como páginas antigas de um livro. Recordações da sua risada calorosa e do seu abraço acolhedor inundavam minha mente. A saudade como uma sombra, pairava sobre mim enquanto percorremos as ruas iluminadas pela lua no conforto do carro....

...Ao recordar os momentos compartilhados, percebi como sua ausência moldou quem sou. Seus conselhos sábios e gestos gentis ecoavam em minha memória, deixando-me com um sentimento agridoce....

...A tragédia que marcou sua partida permaneceu como uma ferida aberta em meu coração. Um acidente de carro inesperado tirou-a da minha vida, deixando-me com a difícil tarefa de lidar com a perda e seguir em frente, carregando a saudade como uma companheira constante....

...Os muros que ergui quando minha mãe foi tirada de mim começaram a desmoronar lentamente quando Valentina entrou em minha vida, sem grandes pretensões. Me vi apegado a ela de uma forma inexplicável....

...Observo-a ao meu lado no carro, seus olhos distantes enquanto fitam as ruas pela janela. Quando contemplo aquela mulher, automaticamente recordo tudo que vivemos juntos. Foi algo épico, uma marca que permanecerá em mim....

...Não quero que ela me veja como malvado ou insensível. O motivo de não deixá-la partir é porque ela tem informações cruciais sobre a máfia e mulheres traficadas. Seguindo as regras da máfia, a única opção seria eliminá-la quando alguém sabe demais. No entanto, eu jamais faria isso, pois sua morte significaria a minha própria morte....

...A simples ideia de perdê-la para longe desse mundo faz meu interior se despedaçar. A ausência dela na minha vida seria uma morte interna, não gosto nem de pensar nisso....

...Tentei tocar suas mãos, mas num impulso, Valentina as afastou sem me encarar. Seus olhos permaneciam fixos lá fora, distantes do momento que eu buscava compartilhar....

...O silêncio entre nós era denso, carregado de palavras não ditas. Tentei quebrar a barreira que se erguera, mas Valentina permanecia distante, perdida em pensamentos além da janela. Cada tentativa frustrada de conexão só aumentava a sensação de que algo vital escapava entre nossos dedos, como areia escorrendo por entre as mãos....

...Escolher um caminho diferente pode ter me tornado o pior, mas nasci imerso na máfia, onde as regras ditam o destino. Naquela época, Valentina não se alinhava com meu mundo mafioso. Contudo, pelo meu próprio prisma, ela era a mulher ideal, aquela que dissipou a escuridão por alguns preciosos meses. Quando partiu, levou consigo todas as luzes que iluminavam minha existência....

...Deixei escapar entre meus dedos a chance de felicidade. Agora, a vida me oferece novamente a oportunidade de conquistá-la, e eu não permitirei que ela saia do meu lado. Isso é certo....

...Ao chegarmos na mansão, meu pai exibia apreensão e preocupação pela minha demora. Expliquei a ele que alguns imprevistos surgiram, evitando entrar em detalhes específicos....

...Enquanto discutia assuntos cruciais para uma próxima viagem de negócios, marcada para daqui a alguns dias, pedi a meus seguranças de confiança que levassem Valentina para minha mansão e a mantivessem sob vigilância até minha chegada. E assim foi feito....

...Durante a conversa com meu pai, a ansiedade pelo que aguardava Valentina aumentava a cada minuto. Os assuntos de negócios ocupavam minha mente, mas meu foco permanecia na urgência de garantir a segurança dela. Enquanto delineamos planos para a viagem, a presença dela em minha mansão, guardada pelos seguranças, pairava como uma sombra na periferia dos meus pensamentos. O relógio avançava, e a necessidade de reencontrá-la impulsionava meu ritmo....

...Enquanto discutimos sobre nossos assuntos, meu pai trouxe à tona o tema do casamento. Decidi ser claro, afirmando categoricamente que não aceitaria. Coloquei uma pedra sobre esse problema que me perseguia, buscando encerrar aquela discussão antes que se aprofundasse....

...Ao concluir a conversa com meu pai, entrei no carro e parti. Na mansão, Marian, a governanta, me encontrou na sala e informou que recebeu Valentina, a acomodou no quarto, mas alertou que ela estava ardendo em febre. A preocupação imediata tomou conta de mim....

...— Marian, ligue para o doutor e peça para que ele venha até aqui. — dei as ordens enquanto subia apressadamente para o quarto de Valentina. A febre dela tornou a situação mais urgente, e a ansiedade pelo seu bem-estar dominava meus pensamentos....

...Ao entrar no quarto, me aproximei da cama e sentei ao lado dela. Verifiquei a temperatura de Valentina, confirmando que realmente estava ardendo em febre, enquanto ela resmungava algumas palavras. Em meio à febre, menciona repetidamente o nome de um tal Renner, acho que é o marido....

...— Valentina, se acalme. O médico está vindo examiná-la. — Respondi, buscando acalmá-la diante da agitação provocada pela febre. O receio pelo estado dela se mesclava com a urgência de cuidados médicos imediatos....

...Marian entrou no quarto e informou que havia ligado para o doutor, mas a secretária dele acabara de comunicar que ele viajou com urgência devido ao estado grave de seu filho. A preocupação aumentou, enfrentando agora a ausência do médico em um momento crítico para Valentina....

...— Renner… o seu aniversário. Mamãe te ama muito. — disse ela, choramingando....

...— Saia, Marian. Vou ficar aqui com ela. — ordenei....

...— Sim, senhor. — respondeu Marian ao se retirar do quarto, deixando-nos a sós enquanto Valentina murmurava palavras carregadas de emoção....

...— Droga meu amor, o que deu em você agora? — murmurei baixinho, dirigindo-me ao banheiro. Enchi a banheira com água fria, despi-me completamente, ficando apenas de cueca. Peguei Valentina em meus braços e a levei para a banheira, entrando junto. Ela se agarrou a mim, e aos poucos, os tremores cessaram....

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