Capítulo 12

...🅳🅾🅼🅸🅽🅸🅲 🆂🅰🅻🆅🅰🆃🅾🆁🅴...

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...Era impossível ignorar o eco das palavras de Valentina. As revelações amargas sobre a minha própria ‘boate’ atingiram-me como um soco no estômago, as paredes que construí para esconder a verdade desmoronaram revelando uma realidade que preferi ignorar. Era como se meus olhos estivessem fechados esse tempo todo....

...O encontro inesperado no quarto escuro trouxe à tona não apenas o passado, mas também as feridas que, até então, permaneciam ocultas. Seus olhos, agora sem a máscara, eram janelas para a alma ferida, refletindo a dor que eu causei. Eu causei toda a sua dor, e eu me sentia mal por isso....

...A raiva pulsava através das palavras dela, uma torrente de acusações que eu não podia negar. Saber que meu próprio estabelecimento foi palco de atrocidades foi um golpe duro. Mas, como ela poderia entender que eu não estava ciente disso? Eu pedi para Diogo dar o castigo naquela que queria acabar meus negócios, sem imaginar de quem se tratava. Quando penso nisso, a fúria de mim mesmo, cresce no peito....

...Tentei me aproximar, buscando explicar, mas ela não permitiu....

..."Acabou com a minha vida."...

...As palavras ecoavam na minha mente, deixando claro as consequências devastadoras de minhas escolhas....

...Tentei responder, mas a fúria dela só aumentava. ...

...Ao prendê-la contra a cabeceira da cama, senti a amargura da verdade se manifestar não apenas nela, mas também em mim. Era hora de encarar as sombras que eu mesmo criei, de confrontar a escuridão que nos rodeava....

...— Não fale comigo dessa forma. — Minha voz áspera, buscava conter a fúria que crescia dentro de mim. Mas como poderia exigir respeito quando minha boate era um antro de degradação?...

...Libertei-a do meu aperto, dando espaço para respirar, mas as palavras dela continuavam a ecoar no quarto....

...Ela tinha razão em se sentir assim. Eu construí um império obscuro, onde vidas eram exploradas e destruídas. No entanto, sua história, suas lágrimas, trouxeram à tona a minha própria culpa, e minha fúria....

...— Eu juro que não sabia. — Tentei justificar, mas as palavras soaram vazias até mesmo aos meus ouvidos....

...Passei as mãos pelos cabelos, os bagunçando....

...Enquanto ela se afastava, permiti-me um momento de reflexão....

...— Vista-se e venha comigo. — dei ordens. Como sempre, não tem como mudar. Na frente dela, tenho que continuar sendo eu. Mas vou punir Diogo por isso....

...— Para onde? O único lugar que irei, é de volta para minha cidade e para meu... — ela fez uma pausa, me fazendo olhá-la....

...— Para meu!? — incentivei a continuar, mas ela não fez. Me aproximei dela....

...— Você casou? — indaguei....

...— Sim, casei e tive muitos filhos. — disse ela, fazendo minha raiva crescer....

...— Então, esqueça que tem filhos e marido. Porque não deixarei você sair daqui. Sabe muita coisa, que não deveria saber. — Minha voz ríspida ecoava a determinação de manter o controle....

...Ela, aprisionada entre minhas ordens e o peso do passado, enfrentou-me com olhos que denotavam uma resignação combativa. ...

...— Não pode manter-me aqui para sempre. — A voz dela era firme, mas permeada de desafio, ressoou no quarto....

...— Posso, porque você é minha. Devolvi o valor que o maldito árabe deu por você e paguei o valor extra. Você me saiu muito cara para ter que deixar você sair do meu lado. A partir de hoje me pertence, e farei com você o que eu quiser fazer....

...Senti um tapa arder em minha face....

...O silêncio que se seguiu ao tapa ecoou como um grito na sala. Cada palavra trocada era uma faísca alimentando a chama da confrontação entre nós....

...— Está louco se pensa que vai fazer comigo o que quiser. Não sou sua propriedade. — Vociferou ela, desafiante....

...Valentina, uma figura teimosa e indomável, enfrentava-me com uma coragem que eu não esperava....

...— Não importa o quanto tenha pago, não sou um objeto que você pode simplesmente adquirir e controlar. — Sua voz firme cortava o ar como uma lâmina....

...Em meio à tensão, a verdade emergia. As linhas eram desenhadas nos limites da resistência dela e na determinação de manter o controle que eu tanto prezava....

...A minha paciência esgotou. Valentina me fazia sentir desejo por ela ao extremo na mesma proporção que me fazia ficar irritado. Ela falava e não me dava oportunidade de falar algo....

...— Não era para eu estar aqui, por sua culpa eu vim parar nesse lugar. — Valentina começou a me bater....

...Por um impulso a joguei sobre a cama, prendendo seus braços acima de sua cabeça, deixando que seu corpo ficasse à mostra....

...— Você está aqui porque eu permiti, e porque eu quis. E as regras são definidas por mim aqui dentro. — Minha resposta saiu firme, tentava recuperar o controle que ameaçava escapar. — Então, comporte-se mia gioia....

...A respiração acelerada era um eco das emoções intensas que permeiam o ambiente....

...— Estou cansada de você, é um canalha e insensível....

...— Você acha que pode desafiar tudo, não é? — Minha voz sussurrada com intensidade, cortava o silêncio. — Mas não a mim. Não tente ultrapassar o meu limite Valentina, Porque apesar de termos a porra de uma história passada, não te dou o direito de me desafiar e muito menos me bater....

...Valentina, aprisionada sob meu domínio momentâneo, enfrentava-me com olhos que denotavam uma mistura de desafio e algo mais profundo. Só eu sei a vontade que fiquei de beijá-la....

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