Capítulo 13

...🅳🅾🅼🅸🅽🅸🅲 🆂🅰🅻🆅🅰🆃🅾🆁🅴...

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...A sombra me envolvia enquanto permanecia observando a cena no canto escuro. O árabe levava a dançarina misteriosa consigo, mas algo em mim, um impulso irresistível, me fez seguir seus passos furtivos. A necessidade de ouvir o que ele dizia a ela tornou-se uma força condutora, uma obsessão que eu mal compreendia....

...Encostei o meu ouvido no outro lado da porta, fui testemunha das palavras que ele falava a ela. Cada palavra, cada ordem alimentava a chama dessa obsessão que eu mal conseguia conter. Não era apenas o desejo de protegê-la, mas algo mais sombrio, uma atração que se transformava numa força dominante. Isso é estranho, eu sei, eu também achei estranho, mas é algo que vai além de mim mesmo, é mais forte que eu....

...Não podia permitir que ela caísse nas mãos daquele homem, não por um senso de heroísmo, mas, porque a obsessão que crescia dentro de mim exigia a sua presença a qualquer custo. Era um desejo incontrolável, uma obsessão sem limites. ...

...Quando entrei naquele quarto que os nossos olhos cruzaram-se de pertinho, eu reconheci-a. Como não poderia reconhecer aqueles belos pares de olhos lindos, que um dia me olharam com tanto amor e devoção quando estávamos sempre compartilhando momentos felizes? ...

...Ah como era bom sentir novamente aquele corpo quente, e aquele cheiro tão doce que emanava de Valentina. Por pouco outro não a tocou, e isso não poderei permitir, ela me pertence!...

...— Valentina, minha Valentina, você terá muito tempo para aprender. Vou ensinar você, não apenas sobre o que é comportar-se, mas também como deve encaixa-se perfeitamente em minhas vontades e desejos mas insanos....

...Ela imobilizada, enfrentava-me com uma mistura de desafio e algo indescritível em seus olhos. O contato físico era um reflexo externo de uma luta interior, onde as linhas entre o que queríamos e o que resistimos destacavam-se. Nossos lábios agora estavam pertos, tão pertos que consegui sentir seu hálito mentolado....

...Valentina lutava contra os desejos que estava sentindo, o seu corpo dava-me essa impressão....

...Eu ainda mantendo Valentina imobilizada, sentia as batidas aceleradas do meu próprio coração, enquanto buscava entender as camadas complexas desse conflito....

...Em meio ao confronto físico, as barreiras emocionais começaram a ceder. Sua expressão antes desafiante, agora revelava uma vulnerabilidade que eu não esperava. Uma troca silenciosa de olhares desnudava verdades ocultas, e o desejo de entender aquilo que ela escondia se misturava com a ânsia de controle....

...— Solte-me. — Sua voz menos resistente, carregava um tom que quebrava a rigidez anterior....

...Um dilema interior emergia, pois ao mesmo tempo em que a desejava, também ansiava compreender o que a levava a resistir tão ferozmente....

...Libertei-a, permitindo que se erguesse da cama. O olhar entre nós carregado de intensidade, buscava decifrar as emoções que dançavam no limiar da compreensão....

...— Por que resistir tanto? — Perguntei, rompendo o silêncio. ...

...A busca pela verdade transformava-se num convite para confissões. Confissões essas, que ela não queria dizer-me....

...O toque do celular quebrou o silêncio tenso do momento. Enquanto mantinha Valentina sob meu olhar, atendi a ligação que nos interrompeu....

...— Ok, pai, estou indo. — Encerrei a ligação e devolvi o celular ao bolso. — Vista-se e vamos....

...As ordens eram claras, mas Valentina permanecia imóvel, envolta no lençol que lhe servia como proteção temporária....

...— Para onde!?...

...Minhas ordens foram confrontadas pela resistência de Valentina....

...— Qual parte você não entendeu? — Indaguei buscando uma resposta que pudesse transcender as barreiras que ela erguia....

...— Não vou me trocar enquanto estiver aqui no quarto, Sr. Dominic....

...— Não há nada que eu já não tenha visto. — Falei, olhando em seus olhos....

...— Não há nada que eu queira mostrar-lhe novamente. — A sua resposta carregada de determinação, ecoou como um desafio....

...Aproximei-me dela, cada passo carregado de cautela. Com todo cuidado ergo o seu queixo, forçando o contato visual....

...— Arrume-se agora mesmo. — Instruo, sentindo a gravidade de nossas interações carregando o ambiente. A determinação nas minhas palavras reflete a clareza de que eu não estava para brincadeira. — Faça isso, estarei lá fora esperando você. Mas entenda uma coisa, mia cara. Sairei porque eu não quero mais atrasos, tenho negócios a resolver e você com sua teimosia me atrasou bastante. Se eu quiser, eu posso muito bem sentar aqui nessa poltrona, e olhar você se vestir. — Falei entre dentes. — Eu odeio teimosias e você já deveria saber disso. — sai do quarto a deixando sozinha....

...Enquanto aguardo do outro lado da porta, peguei meu celular e liguei imediatamente para Diogo....

...— Ti voglio nel mio ufficio domani mattina, parleremo. ( Quero você amanhã cedo no meu escritório, teremos uma conversa.) — Dialoguei com ele em italiano....

...Assim que encerrei a ligação, a porta do quarto se abre, revelando Valentina atravessando-a. Agora, vestida num ajustado vestido que contorna seu corpo, cobrindo tudo com perfeição. Ela passa por mim, ignorando-me por completo....

...Decido segui-la, dando-lhe um espaço sutil. No corredor, percebo os olhares dos homens que a observam com desejo, uma cena que desperta uma irritação latente em mim....

...Diante do desejo indiscreto dos homens ao redor, lancei-lhes um olhar nada amigável. A expressão firme e determinada em meu rosto é como uma advertência silenciosa. Surpreendentemente, os olhares devoradores são rapidamente substituídos por cabeças abaixadas, como se minha repreensão silenciosa tivesse ecoado mais alto que seus desejos....

...Ao sair na rua, meus seguranças nos cercam, prontos para nos acompanhar até o carro que nos levará à minha mansão. Contudo, quando a porta se abre para que Valentina entre, ela surpreendentemente sai correndo, desafiando a lógica ao correr com aqueles saltos altos....

...Instintivamente, um dos meus seguranças se prepara para persegui-la, mas eu o impeço com uma ordem firme....

...— Lasciala. ( Deixe-a). — Dei ordens observando em qual rua ela entraria....

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