8. Boa noite Ro

Luiza

Fui pro meu quarto, assisti alguns filmes e depois subi pra piscina pra pensar.

Eu gosto do Rodrigo, ele é o único aqui com quem eu sou eu mesma. Ele não me trata com uma dondoca rica e metida, nem nada do tipo, ele me trata como eu sou, me trata como outro ser humano qualquer. E isso me faz tão bem.

Eu vou a tantas festas com o Bryan, onde eu preciso ser a esposa do CEO multimilionário, que às vezes até eu me esqueço quem eu sou de verdade. Aquela garota espontânea e brincalhona, que vivia fazendo arte junto com o pai, que ama desenhar, cantar, ver as estrelas e o por do sol. Essa é a Luiza de verdade, e não todas aquelas mentiras que saem nas revistas sobre a metida esposa de Bryan Jhonsons. Nem mesmo nome eu tenho nessas reportagens, é sempre a esposa de Bryan, nunca a Luiza Martinelli.

Passaram uns 40 minutos mais ou menos quando derrepente alguém entrou no cômodo.

Rodrigo : Há... Oi... Desculpe, não sabia que estava aqui... É que como disse que eu podia usar esse local pra pensar, achei que não teria problema... Não queria incomodar, vou descer.

Luiza : Ei.

Ele me olhou rapidamente.

Luiza : Não há incômodo algum, pode ficar.

Ele me olhou confuso então fiz sinal para que ele entrasse na piscina.

Rodrigo

Eu e ela numa hidro, tá de sacanagem, só pode.

Rodrigo : Acho melhor não, eu volto outra hora.

Luiza : Para de besteira e entra logo. Você não disse que precisava pensar, então, duas cabeças pensam melhor que uma kkkk.

Nesse exato momento só uma cabeça minha está pensando, e com certeza não é a cabeça certa.

Tirei a roupa, ficando de cueca e então entrei na piscina com ela. Sim, eu estava de cueca, já que eu não tinha sunga. Não imaginei que teria mais alguém aqui, então não vi problema em vir de cueca. Tentei ao máximo esconder meu membro parcialmente duro ao entrar na piscina, mas foi difícil.

Nunca nenhuma garota mexeu assim comigo, sem ao menos fazer nada. Só de me olhar já me deixava maluco. Ela é extremamente linda, e com aquela roupa, ou melhor, com a falta de roupa, eu ficava ainda mais doido.

A água estava quentinha e eu estava até que tranquilo, na medida do possível, até que ela veio e ficou do meu lado, extremamente próxima a mim. Vim pra relaxar mas estou mais tenso do que antes.

Evitei contato visual, porque sabia que se eu a olhasse ia fazer merda.

Começamos a conversar, papos aleatórios, nada a ver com nada. Demos várias risadas, e ela tinha um sorriso tão bom, que me fazia querer ver ela sorrindo pra sempre.

Até que ela me solta palavras que cheguei a sentir um frio na espinha ao ouvir.

Luiza : Eu gosto de você Rodrigo...

Ela fez uma pausa, e nesse momento pude sentir o suor frio escorrendo pelo meu corpo, ainda tentando não manter contato visual, mas estava impossível.

Luiza : Quero dizer.... É...

Ela claramente estava sem graça com o que disse, acho que percebeu meu nervosismo ao ouvir.

Luiza : Eu sei que acabamos de nos conhecer, mas sinto como se te conhecesse a vida inteira.

- Talvez seja porque você me trata como ser humano. E a muito eu não tinha alguém que me tratasse assim.

Rodrigo: Ué, e você não é um ser humano?

Luiza : Quero dizer que me trata como um ser humano normal, como eu realmente sou.... Sabe, por ser esposa do multimilionário Bryan Jhonsons, é como se eu fosse só isso. A esposa dele, e nada mais. E você faz eu sentir que sou mais que isso, e que ser a esposa dele não significa tanto assim. No fim ser a Luiza Martinelli importa muito mais, ser eu mesma que realmente importa, entende?

Eu estava com os braços abertos na borda da piscina, e ela simplesmente se afofou em meu peito, e ali ficou. Fiz carinho em sua cabeça, nem eu entendia essa aproximação nossa. Nos conhecemos a tão pouco, mas ela já parece ser tão importante pra mim, não sei explicar esse sentimento.

Luiza

Não sei porque deitei em seu peito, só sei que ali eu me senti segura, me senti bem, como a muito não sentia. Foi maravilhoso ficar deitada ali, tanto que logo eu adormeci em seu peito.

Acordei, não sei quanto tempo depois, com ele me fazendo carinho em meu rosto e em meus cabelos. Acredito que tenha apenas cochilado, mas realmente não sei dizer quanto tempo eu apaguei.

Luiza : É melhor eu ir pros meus aposentos.

Falei já me levantando e me retirando dali, pois acabei por perceber o quão errado era eu estar nos braços de outro homem. E se alguém entra ali? Lógico que raramente alguém entrava naquele local, mas não iria pagar pra ver.

Rodrigo

Ela se levantou, e meu Deus, que corpo, apenas com um biquíni amarrado, e a parte de baixo era uma calcinha fio dental. Não pude me conter em olhá-la dos pés a cabeça. Antes eu via pouca coisa, por conta da água, mas agora que se levantou, junto a ela, meu amigo também resolveu que deveria se levantar.

Tentei segurar o desejo, mas acredito que ela percebeu o quanto eu a encarava, olhando cada milímetro daquele corpo maravilhoso.

Foi então que ela saiu da piscina e correu pegar uma toalha para se enrolar. Nisso ela saiu daquele cômodo, acredito eu que tenha ido direto para seu quarto, me deixando ali naquela situação.

Levantei, saindo da piscina e indo para o banheiro que havia ali, e tomando um bom banho gelado pra ver se apagava aquele fogo que ela causou em mim.

Depois do banho tomado, desci pro meu quarto, porém ao passar pelo corredor dos quartos da casa, notei que a porta do quarto da Luiza estava aberta, e Bryan estava lá dentro, conversando com sua mãe ao telefone. Aparentemente a sogra de Luiza realmente era uma megera, e a odiava. A velha falava cada barbaridade, que minha vontade era entrar naquele quarto e mandar aquela velha pra p*ta que pariu, mas como não podia fazer isso, passei de fininho, e desci, mas antes de ir pro meu cantinho passei na cozinha pra ver se tinha alguma fruta já que estava com fome, e pra minha surpresa me deparei com Luiza sentada a mesa olhando pro nada, com um copo de suco de laranja sobre a mesa.

Rodrigo : Tá tudo bem Lu?.. Digo.. Luiza desculpe.

Falei sem graça.

Ela me deu um leve sorriso e me respondeu.

Luiza : Não precisa se desculpar, a muito tempo ninguém me chama de Lu. Meu pai me chamava assim.

Ela ficou distante por alguns segundos, creio eu que lembrando do pai.

Rodrigo : O que faz aqui na cozinha?

Luiza : Estava dando um ar. Minha sogra ligou pro Bryan, e não tenho condições nem de ouvir a voz daquela mulher. Me dá nos nervos só de imaginar tudo que ela está falando agora pro Bryan. Ela adora envenenar ele contra mim.

Rodrigo : Puts, sogra é complicado. Mas relaxa, se Bryan está com você é porque te ama, e não dará ouvidos a mãe.

Luiza : É, pode ser.

Notei uma tristeza em seu olhar quando ela disse isso, mas tentei não reparar muito.

Rodrigo : Preciso ir, mas se quiser posso ficar lhe fazendo companhia.

Luiza : Não, tudo bem, pode ir... Acredito que minha sogra já deve ter parado de encher o saco e que eu já posso subir também.

Ela me olhou com um olhar tão tênue que cheguei a me sentir tão bem, não sei explicar, era como se tudo que eu precisava no mundo era que ela ficasse bem pra que eu pudesse ficar também.

Ela se levantou, veio e me deu um beijo na bochecha.

Luiza : Boa noite Ro.

Ela fez questão de enfatizar o Ro, para que eu notasse que ela realmente não se importou com o Lu.

E falando isso ela saiu da cozinha antes mesmo que eu pudesse responde-lá.

Então tudo que me restou foi seguir para o meu quarto para dormir um pouco e descansar desse dia louco.

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