Sol estava dentro do ônibus, observando a cidade pela janela. Uma cidadezinha simples, com casinhas estilo colonial, telhados de barro, e a praça principal bem cuidada. Tudo parecia tranquilo, pacato demais para seus padrões urbanos.
“Não acredito que estou indo passar minhas férias aqui…” — suspirava, olhando o céu carregado de nuvens escuras. — “Ehhh… escolhi a roupa certa.” Passou o olhar pela roupa que usava, percebendo o risco: branco em dias de chuva e barro. “Perfeito… combinação perfeita.”
Quando desceu do ônibus, pegou a mala grande, arrastando-a pela estrada de paralelepípedo improvisada. Na outra mão carregava uma mala menor, equilibrando-se precariamente no caminho escorregadio.
Ao abrir a bolsa, percebeu que o celular havia descarregado. “Ótimo! Que sorte a minha…” — resmungou, tentando encontrar alguém para perguntar informações. Alguns riam de sua expressão desesperada, outros sacudiam a cabeça negativamente.
— Bora Sol… não vai dormir na praça, né! — falou para si mesma, tentando manter o bom humor.
Após algumas perguntas, conseguiu localizar a direção da Fazenda Albuquerque. Embora muitos moradores estivessem intrigados com a pergunta, ela finalmente recebeu a informação necessária e começou a caminhada.
A estrada de chão batido se estendia à frente, com mato dos dois lados e, ao longe, pastos cheios de gado. Com cada passo, a lama subia e deixava seus tênis completamente vermelhos.
— Que ódio! — gritou, olhando para os sapatos. Um trovão cortou o céu logo em seguida.
— Que ótimo… só me faltava essa! — resmungou novamente. Tentou acelerar o passo, mas parecia que a estrada não tinha fim. As primeiras gotas pesadas começaram a cair sobre sua cabeça, molhando cada fio de cabelo.
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Na fazenda:
Max estava em pé na área externa do casarão, um pé apoiado em um tronco, segurando uma xícara de café quente. Observava a chuva forte cair, acompanhada pelos trovões que cortavam o céu.
— Minha plantação agradece… — murmurou baixinho.
— Maria, vou à cidade buscar alguns suprimentos e preciso verificar algumas coisas também… — disse, tomando um gole do café.
— Mas, senhor… essa chuva… é perigoso… — disse uma senhora de cerca de 70 anos, aproximando-se com as mãos secas no pano de prato.
— É só uma chuva, Maria. Vou pegar o Jeep Wrangler e volto rapidinho. — Max sorriu, confiante.
Ele correu sob a chuva até o carro estacionado, entrou, ligou o motor e seguiu pela estrada enlameada, sem se preocupar com o vento gelado que batia contra o rosto.
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Sol narrado
Continuava andando, completamente encharcada. A chuva tornava difícil enxergar, enquanto a roupa branca grudava em seu corpo, dando a sensação de estar quase nua. Seus tênis, agora completamente vermelhos de lama, pareciam impossíveis de limpar.
As malas, pesadas e molhadas, tornavam cada passo um desafio. As rodinhas se enroscavam na lama, tornando quase impossível puxá-las.
Enquanto avançava, ouviu o som de um veículo se aproximando. Cobriu os olhos com a mão para tentar enxergar através do dilúvio e murmurou para si mesma:
— São faróis… finalmente.
O carro não diminuía a velocidade. Assustada, Sol recuou para o acostamento quando percebeu que se tratava de um Jeep seguindo em direção à cidade de onde havia vindo. Irritada, gritou:
— Desgraçado!!
O Jeep continuou alguns metros, antes de reduzir a velocidade, dar marcha à ré e parar ao lado dela. O vidro do motorista se abaixou, e o homem dentro do carro avaliou rapidamente a situação: primeiro o corpo dela, depois as malas molhadas e enlodadas.
— Precisa de ajuda aí, menina? — perguntou, com a voz firme, mas sem perder a compostura.
Sol respirou fundo, molhada, cansada. Olhou para o homem, tentando esconder a mistura de frustração e alívio.
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Atualizado até capítulo 36
Comments
Denise
Meio complicado e muito perigoso a Sol aceitar "ajuda" de um desconhecido, mesmo que ela e suas malas estejam encharcadas. Contudo, caso o Max se apresente, tudo bem. É arriscar.
2024-07-07
1
Maiza Leite
Achei que ele não tinha visto
2023-12-26
5
Carleuza Almeida
kkkkk essa menina vai tirar seu sossego e controle Max 🤭🤭🤭
2023-12-12
17