Max desceu de seu cavalo, deslizando a mão sobre o pelo negro do animal, fazendo um carinho na cabeça de Zeus. Levou-o calmamente para o lado do curral e amarrou-o. O animal era imponente, um manga-larga preto, arisco com qualquer pessoa que não fosse Max. Ele parecia reconhecer o dono, e somente ele permitia que montassem nele.
O dia começara cedo. Max estava em pé desde as quatro da manhã; uma das vacas prenhas começara a dar à luz, e ele precisou correr para ajudar. O filhote estava bem, forte, e Max sorriu satisfeito ao vê-lo se levantar cambaleante sobre as patas trêmulas.
Enquanto caminhava em direção ao casarão, avistou o senhor Sebastião se aproximando devagar. Um dos funcionários mais antigos da fazenda, ele conheceu o avô de Max e dedicou toda a vida à propriedade. O pai de Max havia dado a casa onde Sebastião morava, ainda dentro da fazenda, deixando claro que aquela era sua moradia, sua vida, seu espaço de anos.
— Sr… a colheitadeira do sul parou de funcionar, e os peões estão batendo cabeça para fazê-la voltar… — informou Sebastião, preocupado.
— Quantas vezes já falei para aqueles asnos não mexerem em algo que não entendem? — respondeu Max, franzindo a testa. — Ao invés de ajudar, vão acabar me dando mais dor de cabeça. Vou lá, Sebastião. Obrigado.
Max acelerou o passo em direção ao sul da fazenda. Enquanto caminhava, Maria, uma das empregadas, gritou para Sebastião:
— Tião! Telefone pra você!
— O que?! — respondeu ele, surpreso. — Ninguém me liga… só quem tem o telefone daqui é… — Sebastião sorriu, lembrando-se da filha, e correu em direção ao casarão.
— Filha… — disse, segurando a emoção na voz.
— Pai… como o senhor está? — respondeu Carla, sorrindo.
— Estou ótimo, minha filha. E você? E a minha netinha?
— Netinha… — disse Carla, rindo e com uma ponta de ironia. — Sua netinha já é quase uma mulher, já quase entra na maioridade. Mas a cabecinha dela… realmente ainda é de criança, não acompanha o amadurecimento. — Sua voz ficou dura, carregada de ressentimento.
— O que aconteceu?
— A Sol pode passar as férias com o senhor? — perguntou Carla.
— Claro, minha filha. Só não entendo o porquê disso agora.
— Tivemos alguns problemas, e acho bom ela passar um tempo no interior, afastada de algumas amizades, entende, pai? Será bom pra ela, mas se o senhor não quiser…
— Eu quero! — respondeu ele com firmeza. — Quando chega?
— Amanhã, o senhor a busca na cidade. O ônibus deve chegar aí por volta das 16 horas.
— Pode deixar, minha filha.
Eles se despediram e encerraram a ligação.
*********************************************************************************
Horas antes:
Sol entrou no apartamento, seguida de perto pela mãe e Antônio. No carro, Carla falava sem parar, brigando, gritando, totalmente descontrolada.
Antes de ir para o quarto, a mãe a chamou:
— Você não vai falar nada?? Até agora você não disse nada!
-O que você quer ouvir mãe? Por acaso me fez alguma pergunta, desde que me viu que está xingando, gritando.. não quis saber o que eu tinha para falar... você já tem tudo pronto na sua cabeça, agora vou para meu quarto.
-— O que você quer ouvir, mãe? — respondeu Sol, com a voz firme. — Por acaso me fez alguma pergunta? Desde que me viu, você só grita, xinga… não quis saber o que eu tinha a dizer. Já tem tudo pronto na sua cabeça. Agora vou para meu quarto.
— Olha aqui, mocinha… não vai ficar assim não. Você tem que entender o quão sério foi isso. Drogas, Sol! Desde quando você… — começou a mãe.
— Eu não uso isso, mãe. — Sol interrompeu. — Pronto, está resolvido. O pai de Jonathan resolveu tudo, não serei envolvida em nada. Ponto.
— Sol… — gritou a mãe. Sol se virou para ela. — Você está de castigo… você não vai viajar conosco para a praia. Como não pode ficar sozinha, por ser menor de idade, vai para o interior, ficar com seu avô.
— O quê?? Endoidou, mãe?! — gritou Sol.
— Carla… você está exagerando. Deixa a Solzinha viajar com a gente — interveio Antônio, tentando convencer a mãe.
Sol observou-o com desprezo. Aquela palavra, “Solzinha”, causou repulsa, e ela percebeu imediatamente a verdadeira intenção de Antônio em querer que ela participasse da viagem.
— Ok, mãe… — disse Sol, mantendo a calma, olhando para os dois. — Eu vou passar minhas férias com meu avô. Nem me lembro quando foi a última vez que o vi. Quero matar a saudade dele. Vou para o interior.
Antônio fechou o rosto, claramente descontente, mas Carla não percebeu. Ela se aproximou de Sol e a abraçou com carinho:
— Vai ser bom, minha filha! Sair dessa vida por enquanto…
— Sim… será ótimo, mãe. Eu me mantenho afastada… — disse Sol, olhando de canto para Antônio, sentindo nojo dele.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 36
Comments
Fatima Maria
SE LIVROU DO PROF MAL CARÁTER. UFFFFFFFF
2025-08-15
0
Adriane Alvarenga
Cretino.....merece cadeia....
2024-09-28
2
Gil Vania
espero que a mãe dela observe o que esse homem é um pedrfolio , nogentos
2024-09-12
2