Sol já estava de volta ao apartamento, mas o dia a tinha deixado inquieta. Seus amigos acreditaram na desculpa que deu, afinal, ninguém precisava saber o que realmente havia acontecido na escola. Eles a trouxeram para casa após as aulas, pois, em dois dias, ela e a mãe embarcariam para uma viagem à praia. Sol precisava terminar de preparar as malas.
Enquanto organizava suas coisas, o celular vibrou. Ela abriu o grupo dos amigos:
— Combinado então… às 8 nos encontramos na boate.
As mensagens se multiplicavam com planejamentos de quem buscaria quem e se iam de carro ou aplicativo. Sol respirou fundo e digitou:
— Gente, não vou não, não tô bem… mas divirtam-se por mim.
As respostas vieram em cascata, reclamando de sua ausência. Sol bloqueou o celular e voltou para as malas.
Com tudo pronto, sentou-se na sala para assistir TV. Sua mãe entrou animada, seguida pelo professor Antônio.
— Sol, meu amor! Antônio me contou que você conseguiu passar de ano! Estou tão feliz! — disse a mãe, abraçando a filha.
Sol retribuiu o abraço, mas percebeu o sorriso calculado de Antônio.
— Vamos comemorar! — continuou a mãe. — Vou preparar um jantar delicioso para nós três, e depois podemos sair ou assistir a um filme juntos. O que acha?
— Nós três? — perguntou Sol, desconfiada.
— Sim, filha!
— Não, mãe, obrigada. Já combinei de sair com meus amigos… — Sol se afastou, indo para o quarto e trancando a porta. Pegou o celular e enviou no grupo:
— Galera… mudança de planos… vou com vocês!
Os comentários chegaram rapidamente, comemorando, e Jonathan até se ofereceu para buscá-la, com direito a emoticon de coração.
No caminho, Jonathan a cumprimentou:
— Gata, você está linda.
Ela sorriu, retribuiu o beijo rápido, e Jonathan arrancou com o carro. Ao chegar na boate, encontraram os amigos já esperando na entrada, formando um grupo animado de oito jovens. Entraram no camarote e a noite seguiu entre dança, risadas e música.
Em certo momento, Jonathan e Matheus desapareceram, voltando minutos depois rindo. Jonathan tentou me agarrar pela cintura e me beijar, mas eu segurei seu rosto e o afastei:
— Não acredito que fez isso…
— O que, gata? Vem cá… — insistiu ele, passando as mãos pelo meu corpo.
— Jonathan… você usou essa porcaria de novo? Seus olhos… te conheço, garoto, você me prometeu!
— Gatinha… por favor…
— Vou embora, Jonathan. — Peguei o celular para chamar um carro aplicativo, mas ele me segurou pelo braço, fazendo eu me virar.
— Vou te levar, gata… desculpe, mas vou te levar.
— Você não tem condições… tchau, Jonathan.
— Por favor, gata… Sol… venha, eu sei o que estou fazendo. Só estou ligado… não é do jeito que você pensa… vem…
Ele pegou minha mão e fomos em direção ao carro. Entrei, coloquei o cinto, Jonathan ligou o carro, colocou o funk no volume alto, e saímos.
Alguns minutos depois, uma viatura surgiu atrás, fazendo sinal para encostarmos.
— Merda… — murmurou Jonathan.
— O que foi?! — olhei para trás, e meu corpo gelou. Agora realmente estávamos em apuros.
Jonathan abaixou o vidro, e o policial lá fora nos observava.
— Cadê seu cinto, senhor?
— Desculpe, eu esqueci. — Jonathan tentou colocar o cinto rapidamente.
— Documentos, por favor. — disse o policial.
Jonathan entregou os documentos do carro.
— Habilitação, senhor? — arqueou a sobrancelha o policial.
— Não tenho, senhor. Tenho 17 anos.
— Que merda, hein… Saiam do carro, moça, a senhora também.
Saímos do veículo e encostamos as costas no carro da polícia. Abracei meus braços, pensando: Por que não chamei o carro de aplicativo? Sol, você é uma idiota… enquanto via Jonathan sendo interrogado.
Outro policial se aproximou de mim.
— Posso ver dentro da sua bolsa, senhora?
— Claro. — Abri a bolsa, ele olhou rapidamente e assentiu.
— Agora me explica o que fazia nesse carro.
Expliquei, enquanto ele me observava com olhos sérios. Olhou de relance para Jonathan e se aproximou dele.
— Espera… — disse o policial. Aproximou-se de Jonathan.
— Tá doidão, senhor? — perguntou.
— O que?! — Jonathan tentou disfarçar.
— Revistem o carro dele… tem algo aí? — disse o policial, sem tirar os olhos de Jonathan.
— Não, senhor!! — Jonathan respondeu, mas antes de terminar, outro policial gritou:
— Achei!
Jonathan suspirou.
— Achei esse papelote no porta-luvas, acredito ser cocaína, e tinha uma arma embaixo do banco do motorista.
— Meu pai é promotor, senhor, por isso ando armado… não podemos vacilar…
— Você é menor de idade, senhor. Vou levar vocês para a delegacia. Bora.
Sol narrando:
— Sentei no banco de trás, ao lado de Jonathan, sentindo uma mistura de raiva, medo e ansiedade. Só faltava isso na minha vida: ser presa por causa do idiota que se droga, anda armado e não tem habilitação.
Quando chegamos à delegacia, me sentei enquanto os policiais ligavam para nossos responsáveis.
Minha mãe chegou em minutos, trazida por Antônio. Já chegou fazendo escândalo, gritando comigo, xingando de irresponsável, mimada, sem juízo. Mantive-me calada, mas a tontura que sentia devido à tensão já tinha passado.
Logo depois, o pai de Jonathan chegou, imponente e calmo. Ao ir em direção à sala do delegado, lançou um olhar para mim antes de voltar sua atenção para minha mãe. Antônio tentou entrar junto, mas ele fechou a porta na cara do professor.
Não resisti e ri, vendo a frustração de Antônio. Ele se aproximou e sentou ao meu lado.
— Está ferrada, hein… Ahhhh, você sabe a novidade?
Mantive-me calada, mas não consegui esconder a curiosidade.
— Vou viajar com vocês duas. Sua mãe me chamou, e eu aceitei. Já combinei com o colégio que outro professor aplicará as provas de recuperação por mim, e assim posso viajar com vocês.
Ele baixou o tom de voz, quase cochichando:
— Será uma delícia acompanhar vocês… quem sabe não podemos aproveitar para nos conhecermos melhor…
Assustada, levantei rapidamente e fui para fora da delegacia, me aproximando de um canto da calçada, e vomitei.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 36
Comments
Gil Vania
minha dois casais comigo , mãe solteira criou os filhos só educou só trabalhando nas cozinhas doméstica com orgulho inteligente sabia trabalhar na cozinha foi trinta anos ..ela nunca colocou homem nenhum na empresa casa e formou os seus filhos b.comprou sua casa . e minha mãe dizia filho dela não ia trabalhar nem de cozinha e nem mi jardineiro só era que trabalhava e botou a gente nós quatro para estudar e se formar e ainda comprou a casa dela e criou seus filhos sem dinheiro de homem nenhum e moramos em um bom bairro zona sul certo era se foi doente assim foi em 2019 por causa de você mas ela nunca botou homem nenhum dentro de casa que era tinha medo de ser de fazer alguma arte de tudo da gente e minha mãe faleceu com 78 anos minha mãe faleceu em 2019 o problema que ela tinha um DPOC doença cúbica pulmonar para minha mãe sempre do curso e o dela honestamente e formou os quatro filhos ensinou a gente não fumar não beber não pega nada de ninguém ela dizia e nós quatro hoje temos nossas nossos filhos né os netos dela tudo se viu estudando não deu tudo para uma pessoa honesta
2024-09-12
1
Rita de cassia Batista da silva
Me separei cedo, após três anos fiquei viúva , nunca quis outro homem dentro de minha casa pois com um casal de filhos não iria correr risco , hoje vivo minha vida só é Deus antes só que mal acompanhada sou muito feliz com minha pessoa fiz essa opção para meu bem estar !
2024-09-10
0
Silvia Moraes
A mãe não está vendo a filha sendo assediada??
2024-11-04
0