capítulo 5

APOLO

Quando vi a Brenda naquele micro vestido colado no corpo, com as pernas a mostra, tive vontade de colocar ela no meu ombro e levar pro quarto, mas ela saiu com o diretor do hospital.

Queimei de ciúmes e fui pro quarto dormir, já passava da meia noite quando ouvi a porta abrir e fui pro quarto dela, não me contive e me declarei igual a um adolescente se declarando pra professora, beijei ela com toda vontade acumulada desses anos.

Mas ela quebrou um pouco o meu coração, tem preconceito com a idade, preconceito sim porque ela se entregou no beijo, Brenda precisa ver que pra mim, ela não é só mais uma ou uma aventura, uma conquista como ela mesma já falou.

Acordo cedo e vou pro hospital, não demora muito e Brenda entra agitada com uma espécie de celular na mão. Nossos bips começam a apitar.

- Atenção todos! Houve um descarrilamento e vários ambulâncias estão a caminho com vários politraumatizados, em minutos isso vai virar um caos. Aos antigos já sabem o que fazer, aos estagiários olhem pra pessoa a sua frente e não se esqueçam dos protocolos aprendi....

Varais paramédicos começam a entrar com macas e pessoas feridas de várias formas, todos começam a atender e cuidar dos feridos.

- O que temos aqui?

- Homem de 45 anos, perna amputada!

- Trauma 2!

- Brenda preciso de um raio- X!

- Você, Carla, leva pro raio-x

- Maquinista do trem, escala de coma 3!

- Jaque!

- Pode deixar Brenda!

Fico parado olhando em como ela controla esse caos e dá ordem em tudo.

- Apolo se mexe!!

- Homem de 28 anos trauma por esmagamento, artéria cortada, grande perda de sangue, fiz um torniquete na perna esquerda!

- Acione o protocolo de desastre.

Bruno atravessa a emergência falando com Brenda e isso aqui tá uma loucura.

Perdemos alguns pacientes e ninguém se abateu, simplesmente foram cuidar do próximo. A emergência ficou lotada, várias pessoas trabalhando ao mesmo tempo, uma sala de emergência grande ficou pequena em poucos minutos.

- Homem de 20 anos, fibrose cistica, reclamando de Calafrios, dificuldade para respirar, temperatura 36!

- André é você? Voltou cedo!

- Oi Brenda, tava com saudade.

Ela ausculta ele e manda pra sala de exames, ele tava bem ruim, logo os médicos vieram cuidar dele.

A loucura diminuiu e já conseguimos controlar a situação, parei um pouco pra almoçar e vi a Brenda conversando bem animada com o Dr Bruno. Ela sorri enquanto ele fala algo pra ela.

- Você não para de olhar pra nossa chefe Apolo.

- Impressão sua Lilian.

- Vamos almoçar?

Segui com ela pro refeitório e a conversa fluiu bem, Lilian é uma companhia agradável, talvez eu devesse dar uma chance para outra mulher.

Voltamos pro hospital e logo vem outro atendimento!

- Vamos trabalhar! Ambulância chegando com acidentados, 2 vítimas, motorista e passageiro, trauma 2, vai Apolo!

Cuidei dos meus pacientes, eram um casal recém casados, enquanto acompanhava o exame ouvi a doutora falando que ela tinha lesões antigas e na barriga era uma marca de bota, logo a Brenda assumiu o meu lugar e o Dr Bruno chamou a polícia, satisfatório ver um tralha desses preso. A mulher chorou fundo, um choro de dor quando ele foi preso.

Essa mulher é demais e quanto mais eu a conheço, mais eu a quero. A doutora percebeu que a mulher é vítima de maus tratos só olhando as feridas e Brenda foi examinar as lesões. Logo a polícia apareceu e levou o traste, ouvi a mulher dando seu depoimento, que tristeza, anos de sofrimento ao lado dele e agora está livre.

Já perto do fim do expediente meu pai passa pelo hospital.

- Apolo meu filho!

- Oi pai!

- Passei aqui pra gente ir jantar juntos, tenho planos a fazer com você.

- Vou sim pai, só vou demorar um pouco, mas o senhor pode me esperar no refeitório.

Levo meu pai até o refeitório e Brenda e Jaque estão lá.

- Brenda como está!?

- Iago, bom te ver por aqui, estou bem.

Vejo Jaque se contorcer.

- Essa é minha amiga, Jaque.

- É um prazer te conhecer senhorita!

- O prazer é meu deus grego !