Capítulo 15

APOLO

Quase não consegui dormir de ansiedade por essa viagem. Vamos encontrar os pais da Brenda, meus futuros sogros, e ver se eles vão falar algo que nos ajude com a Brenda.

Ricardo chega bem cedo e logo pegamos a estrada, 2 horas e meia depois, chegamos numa cidadizinha, bem interiorana, bem pacata. Chegamos na frente de uma casa linda, não é grande, mas é linda.

- Vovó que saudade!

- Meu menino, como você está lindo!

- Vovô!

Eles ficam ali se abraçando e matando a saudade.

- Mas quem é esse moço tão lindo Ricardo?

- Seu futuro genro vó!

- Ricardo! Prazer dona Virgínia, sou Apolo, amigo do Ricardo.

- O prazer é todo meu querido.

- Ele é meu amigo e apaixonado pela dona Brenda vovó.

Não sei onde enfiar a minha cara.

- Mas se você é amigo do meu neto, então você é mais novo que a minha filha.

- Deixe o rapaz querida, não vê a cara de apaixonado dele, parece que enfim nossa menina cai conhecer o amor de um bom homem. Você é bom, se não fosse, não seria amigo do meu Ricardinho.

- Sem diminutivo vô, olha o meu tamanho!

- Entrem meninos, tem uma café delicioso esperando por você.

Entramos e a mesa estava repleta de coisas gostosas de avós. Comemos, rimos e falamos muito sobre o passado.

- Vô, Apolo e eu viemos aqui pra saber um pouco do passado da mãe, ela tá aprendendo um comportamento que nos preocupa e eu não me lembro de nada que possa te-la traumatizado.

Vi o semblante deles mudarem e não gostei disto.

- O que tá acontecendo com a Brenda.

- Fala Apolo.

Legal Ricardo, como eu vou falar pra eles que queria transar com a filha deles e ela me rejeitou e por isso eu tô aqui.

- Bom, eu não sei como falar isso pra vocês.

- Muito simples garoto, com a boca. Ora somos velhos, mas lembramos bem de como é ter a idade de vocês e a Brenda não é mais uma menininha, pode falar meu rapaz.

- Ela tem reagido com medo de ter qualquer intimidade comigo, se é que me entendem.

- Você tá falando que ela corre do sexo com você?

- Sim.

Falo constrangido, mas eles se olham, como se guardassem um segredo.

- E o que mais acontece?

- Ela diz que eu vou rir dela, que eu sou mais 1 igual a todos e que ela não vai ser piada pra ninguém.

- A vida emocional da nossa filha nunca foi boa, isso é muito ruim pra gente, a criamos com muito carinho.

Vejo dona Virgínia colocar a sua mão por cima da mão do Senhor Daniel enquanto ele fala.

- O casamento dela com o pai do Ricardo não deu certo e ela foi recomeçar a vida. Quando chegou na faculdade, ela chegou cheia de sonhos, planos e de esperança de um futuro melhor. Mas foram os piores meses dela.

 Sinto que o que vem aí, não vai ser fácil de descobrir.

- Lá ela conheceu o Anderson e ele ficou apaixonado por ela. Foi muito carinhoso, respeitador, vinha trazer ela em cada, nós o conhecemos. Era um rapaz que sabia bem atuar. Eles começaram a namorar e logo a vida da minha filha dói distraída.

Dona Virgínia começa um choro contido e seu Daniel continua.

- Esse desgraçado levou a minha filha pra cama e filmava todas as vezes. Na última ele levou alguns colegas pra ver eles transando e eles começaram a rir quando ela tava nua. Começaram a caçoar dela, as meninas com ciúmes da beleza da Brenda a ofendia e filmava tudo com o celular, os meninos começaram a apertar ela, a alisar ela e quando um deles começou a tirar a calça, por sorte Brenda consegui sair correndo e foi pra rua nua. Eles vieram atrás, gritando, xingando ela, logo apareceu algumas pessoas e uma dessas pessoas era um pastor que pegou uma roupa e vestiu a Brenda e levou pra casa. Brenda me ligou e passou o endereço e logo eu cheguei lá, ouvi a tudo horrorizado.

Ricardo já está aos plantos, dona Virgínia e eu também.

- E ainda tinha mais, logo o celular dela apitou várias vezes, era o grupo da faculdade com vídeos da minha menina tirando a roupa e transando com o namorado. Varais insultos, várias piadas, vários xingamentos, mas o pior foi a mensagem do tal Anderson dizendo que foi muito fácil conquistar ela e levar pra cama, que era pra pagarem a aposta.

- E vocês não foram a polícia vô?

- Até fomos meu filho, mas a família desse homem é influente e ele nem se quer pisou na cela da delegacia, respondeu por tudo em liberdade. Na faculdade, foi um pouco diferente, o diretor colocou pé firme e puniu muitas pessoas. Os envolvidos foram expulsos e os que zoaram no grupo teve uma punição. Até seu pai entrou, seu pai tinha amizades com umas pessoas que nem quero saber quem são, mas eles fizeram com que Anderson sumisse da cidade. Sua mãe foi pra outra cidade por escolha, não quis terminar a graduaçãoo por aqui. No primeiro ano nós desdobramos pra ficar com ela e com você, não nos adaptamos com a cidade.

- Brenda escolheu trocar de faculdade por causa daquelas garotas más que espalharam que ela era uma mulher ridícula que dava pra rapazes mais novos.

- E porque fizeram isso vó?

- Parece que o talzinho era 1 ano mais novo que ela. Nossa menina nunca mais foi a mesma.

- E por onde anda esse cara?

- Ninguém sabe Apolo! Ele sumiu.

Meu avô fala de como o pai do Ricardo ajudou, mas até onde eu sei eles não se veem tem anos.

- Agora tá explicado muita coisa. Vocês nunca a levaram pra fazer terapia senhor Daniel?

- Ela não quis menino.

- E sabem onde está esse Anderson?

- Não sabemos! A família dele saiu da cidade porque as pessoas souberam o que ele fez com a Brenda e ela é muito querida aqui, as pessoas começaram a hostilizar ele, chegou até a levar uma surra. Eram muitas pessoas com raiva deles, a influência da família não foi suficiente e sumiram, ninguém sabe pra onde foram.

Brenda sofreu muito e agora entendo sua reação, não era comigo, mas reação a um gatilho.

- Ricardo e Apolo, o quarto está arrumado, vocês chegaram cedo, se quiserem descansar um pouco podem subir.

Agradecemos e fomos descansar, pra poder pegar a estrada mais tarde.

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