Andressa
Finalmente cheguei na capital da Itália. Aqui é muito lindo, e espero me sair bem por aqui. Vou até uma barraca onde vejo uma mulher vendendo lanches. Peço a ela um, pois minha barriga está um buraco.
Ela prepara com todo carinho e me entrega.
— Moça, sabe onde estão precisando de gente para trabalhar?
— Você tem alguma profissão?
— Não senhora, eu vim do interior e preciso arrumar um emprego com urgência.
— Aqui nas empresas sempre há vagas de emprego, tanto para quem tem faculdade quanto para quem não tem. Mas você pode ir conversar com a Marli. Ela trabalha naquela ali. Ela vai arrumar alguma coisa para você.
Agradeço a ela e vou até a empresa que ela apontou. Chegando lá, pergunto pela Marli na recepção. A moça diz que irá chamá-la, e em poucos minutos ela aparece.
Ela me examina dos pés à cabeça, e eu a chamo para conversar. Explico brevemente a minha situação e ela me diz que irá me contratar para servir cafés aos CEOs da empresa, ou outras coisas que eles me pedirem.
Ela diz que terei que vir com roupas sociais diariamente, o que eu não tenho, já que eu morava na fazenda. Mas vou dar um jeito.
Ela fala de uma pensão com baixo custo, que é um bom lugar para mim, que acabei de chegar do interior, ficar até me estabelecer.
Sigo o caminho, encontro a pensão e, mesmo que seja barata, custa um quarto do dinheiro que trouxe. Depois de guardar minha mala no quarto, saio para comprar roupas sociais. Quase caio ao ver os preços, são muito caros. O máximo que vou conseguir comprar serão 2 peças, e vou passar o resto do mês sem comer nada.
Desisto da compra, continuo procurando e encontro uma loja de tecidos. Sorrio, pois minha avó me ensinou a fazer vários estilos de roupas. Escolho as cores do tecido, agulhas e linhas. Pelo menos a roupa de amanhã estará pronta.
Volto para a pensão, me sento na cama e, com uma revista de moda, começo a fabricação. Horas depois, a primeira peça está pronta. Se eu tivesse uma máquina de costura, seria mais rápido. Mas vou providenciar isso, pois se quero economizar, não vou poder comprar roupas na loja, vou ter que fazer eu mesma.
Estendo a roupa para não amassá-la e vou tomar um banho. Me deito, com esperança de que tudo dará certo, e acabo dormindo.
Acordo às 6:00 da manhã. Tenho que estar na empresa às 8:00. Me levanto, faço minha higiene e me arrumo. A peça ficou perfeita em meu corpo. Desço para tomar café e a senhora que me indicou o trabalho já está lá, vendendo seus lanches.
Me aproximo dela e peço um, pois além de gostosos, são baratinhos e cabem bem no meu orçamento.
— Nossa, você está linda. Conseguiu o trabalho?
— Consegui sim, e vim te agradecer por isso. Se você não tivesse me indicado, eu ainda estaria perdida. Muito obrigada mesmo, você salvou a minha vida.
— Só não se esqueça nunca de fazer o bem para o próximo. Sempre que fazemos o bem a alguém, Deus nos ajuda. Não sei sua história real, mas dá para ver que, mesmo sendo tão jovem, você já sofreu muito na vida. Não deixe o ódio tomar conta de você. Seja sempre humilde com todos.
Suas palavras são bonitas, mas confiar novamente em alguém será difícil, principalmente se for um homem.
Termino o lanche, pergunto as horas e faltam 10 minutos para eu começar a trabalhar. Me despeço dela e sigo para a empresa.
Marli chega bem na hora e manda eu segui-la. Me leva até a área do café e manda eu preparar e servir nas bandejas de sala em sala.
— Eu preciso que você sirva os chefes, depois passa no RH com seus documentos para registrarem você tudo bem?
— Não vou precisar passar por período de teste?
— Não, seu trabalho exige muito, e é melhor que você seja logo registrada.
Concordo com ela, e ela sai. Sempre fiz um café maravilhoso, mas não sei qual café eles usam aqui na empresa. O café do meu pai é natural, ele não gostava de colocar aditivos para dar peso ao pacote de café, diferente de outras empresas.
Mas assim que abro o pote, minha mente volta para a fazenda. Esse cheiro de café puro, só lá que tem. Sorrio ao ver que eles usam nosso café.
Abro a portinha de baixo e posso ver os pacotes lá dentro, e eu não estava enganada, realmente são os nossos cafés.
Preparo do jeito que minha mãe ensinou, usando o fogão elétrico que eles têm aqui, pois essas máquinas, eu não sei usar, não para preparar café.
Assim que termino, coloco tudo dentro da garrafa como Marli me ensinou, coloco na bandeja e vou de sala em sala entregando as xícaras, mas sempre sem olhar para nenhum deles
Mas percebo que as mulheres ficam de olho na minha roupa, e sei que é por ser diferente das delas, só não sei se isso é bom ou ruim, mas finjo não estar vendo nada disso.
Termino o expediente muito cansada, não fui contratada só para servir café, mas também para fazer tudo que pedir, então, quando alguém me chamava para levar pasta em outro setor, lá estava eu fazendo.
Eu fazia o serviço geral, serviçal mesmo da empresa. Com medo de ser roubada na pensão, já que a porta era frágil, assim que saí da empresa, fui até um banco e abri uma conta e guardei o pouco dinheiro que eu ainda tinha; esse seria para a minha sobrevivência até receber o meu primeiro pagamento.
Pego o cartão e volto para a pensão. Antes de tomar meu banho, pego o tecido e a linha e começo uma nova produção de roupas, e essa que eu usei hoje, coloco para lavar.
Depois de tudo feito, tomo meu banho e me deito para dormir, e pela primeira vez, sonho com o Hugo vindo me perturbar. Será que nem em sonho, esse infeliz vai me deixar em paz?
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 64
Comments
FBJ💞
se fosse fácil assim a vida de que se arriscar a aventurar fora seria bom
2025-03-30
0
Ivanilde Serra
Você ainda vai ser famosa!
2024-12-16
0
Josi Gomes
ELA VAI SER UMA GRANDE ESTILISTA.
QUERIA SABER SE O CASAMENTO DELES FOI FALSO OU VERDADEIRO
2024-12-26
1