Capítulo 8

Entro no carro, fecho a porta e coloco o cinto. Dylan está parado me olhando com aquele sorriso de lado que derreteria uma geleira facilmente.

Encaro ele um pouco.

"Então vai ficar parado ai?" digo quebrando o silêncio. Ele ri.

"Vou te levar pra comer algo" Ele diz acelerando com o carro

"Por que?!" Falo com os olhos arregalados.

"Bem, eu estou com fome, não comi nada naquela festa. A comida estava horrível. E até onde eu vi, você pelo visto não comeu nada a noite toda. E seria um desperdício muito grande você ir direto pra casa" ele fala com aquele sorriso de lado enquanto olha pra pista

" Por que desperdício?" Pergunto sem entender

"Por que você está muito gata. E o minimo é você exibir um pouco dessa beleza pro mundo" Ele diz

Sinto minhas bochechas esquentarem. Viro o rosto e fico encarando a janela.Ele era tão descarado e nem disfarçava. Como que ele tinha coragem de falar algo assim em voz alta?!

" Você tem alguma preferência?" Ele me pergunta

"Qualquer coisa menos italiano." Eu respondo sem desviar o olhar da janela " Me surpreenda"

"Seu pedido é uma ordem,Linda" ele diz sorrindo.

Que vontade de me afundar nesse banco até eu sumir.

Ele dirige o resto do caminho em silêncio. Até que chegamos em um hotel muito luxuoso.

"Por que a gente veio pra um hotel?" Eu pergunto

"Apenas confie em mim, sei que vai gostar" Ele diz com uma cara de que vai aprontar algo. "Espera ai" Ele diz, então sai do carro e vai em direção a minha porta. Abre e estende a mão.

Aceito a ajuda e saio do carro. Ele estende o braço para que eu segure. Passo a mão pelo seu braço e como estava tencionado, sinto os músculos mesmo que cobertos com o terno. Sinto minhas bochechas esquentarem no mesmo instante. Eu devia estar vermelha igual um camarão.

Entramos no hotel, que tinha um hall extremamente luxuoso. Apesar de estar acostumada com hotéis caros, aquele hotel em si tinha algo diferente. Ele me guia até um elevador. As portas se abrem e entramos. Ele aperta o último andar. O silêncio era ensurdecedor. Assim que as portas se abrem vejo que estamos em um restaurante. Ele me guia até um funcionário.

"Senhor Wisntom! Que prazer revê-lo. A que devo a honra da sua presença em nosso restaurante?" O senhor diz

"Prazer é todo meu Joseph" Dylan diz estendendo a mão com um sorriso mais formal " A mesa de sempre por favor"

"Me acompanhem por favor" O senhor diz e o acompanhamos até uma mesa mais reservada no final do restaurante, que ficava ao lado de uma enorme janela que dava pra uma vista incrível da cidade. A cidade ficava linda com a iluminação noturna.

Dylan puxa a cadeira para eu sentar. Logo após , ele se senta. Fazemos o pedido.

Peço um salmão ao molho de pimenta rosa e uma taça de vinho branco. Dylan pede um Filé-mignon com batata duchesse e uma taça de vinho tinto.

O garçom se retira e eu olho para a janela. Fico hipnotizada com vista.

Sinto seu olhar sobre mim. Não iria olhar pra ele agora. De repente a ficha cai.

Mesa de sempre? Então ele frequenta bastante esse lugar. Deve trazer várias mulheres aqui pra impressioná-las.E elas devem ficar babando em tudo. Eu não estava fazendo diferente pelo visto. O carro caro. Restaurante chiques em hoteis de luxo. Ele tinha muito dinheiro. "Senhor Winstom" Essas duas palavras aparecem na minha mente. Lembro do que Dylan disse pra Ellen. "Senhor Winstom...Senhor Winstom....Winstom...Wins.....WISNTOM COMPANY????" Lauren sua lerda!! Como você não se tocou na hora?! Arregalo o olho. Não era possível. Viro o rosto lentamente, e olho pra ele com os olhos arregalados.

"Tá tudo bem?" Ele me pergunta preocupado

"Você é Dylan WINSTOM?!! DONO DA WINSTOM COMPANY?!!" Pergunto em choque

Ele solta uma risada, mais parecido com um sopro.

Continuo com o olho arregalado em choque.

"Algum problema com isso ?" Ele pergunta um pouco sério.

" Não! De forma alguma....Na minha cabeça o dono era um senhor de meia idade, de estatura média, barrigudo e inacessível" respondo

Ele solta uma gargalhada. " Sou o completo oposto. E acredite eu não sou nem um pouco barrigudo'' Ele fala com aquele sorrisinho descarado. Como ele conseguia falar essas coisas em voz alta?

"E tudo isso?" Falo apontando ao redor "É pra me impressionar?"

"Tô conseguindo ?" Ele pergunta

"Acho que vai ter que se esforçar um pouco mais, até porque acho que não sou a primeira a vir aqui. " Falo com um sorriso no rosto.

Ele ri. Eu viro meu rosto de novo para a janela .

" Por que a Ellen estava te tratando daquele jeito?" Ele pergunta sem nem fazer curva.

Suspiro " É uma longa história..." Digo sem querer dar mais detalhes

"Tenho todo o tempo do mundo " Ele diz.

Solto um suspiro mais longo. Olho pra ele. Ele não ia desistir. E então nossos pratos chegam. Salva por pelo menos alguns minutos, já que tenho a desculpa de estar comendo.

Terminamos o jantar.

Continuo em silêncio. Entramos no carro. Chegamos no prédio. Entramos no elevador e chegamos no andar. Eu continuo em silêncio. Eu sei que ele mentiu pra me defender hoje... Mas será que ainda poderia confiar nele?

"E então? Você vai contar ou vai ficar muda o resto da noite?" Ele finalmente quebra o silencio

"Como eu disse, é uma longa história... E eu não sei se vai ser tão interessante pra você..." Eu digo tentando fazer ele perder o interesse

"Você disse que me deve, lembra? Depois de eu ter te defendido e livrado a sua barra. E como pagamento eu quero saber de toda essa história" Ele diz com um sorriso no rosto e uma expressão de que venceu.

Droga! Ele não ia me deixar em paz até saber de toda a história. Reviro o olho, aceitando a derrota.

"Tá bom! Eu falo." digo

Ele abre a porta do apartamento. "Entra." ele diz

Relutando um pouco, eu cedo e entro no apartamento.

"Senta, fica á vontade. Vou pegar uma bebida, o que você quer ?" Ele pergunta.

Já que iria contar essa história, sóbria é que eu não iria contar.

"Um vinho por favor" Respondo enquanto sento no sofá

Alguns minutos depois ele volta com as bebidas, senta no sofá e me entrega uma taça. Dou uma golada grande pra estimular a coragem. Começo a falar. Ele permanece sério toda a história.

" E o resto você viu hoje." Digo concluindo a história.

Ele fica em silêncio por um tempo.

" Bem.. Quem perdeu foi ele. E a perda de uns é o ganho de outros" Ele diz me olhando de cima a baixo,com aquele sorriso de lado e pisca pra mim.

Eu só precisava de um buraco pra enfiar minha cabeça ,pra ele não notar meu rosto todo vermelho.

Desvio o olhar.

Ficamos mais um pouco em silêncio.

" E então que tipo de música você gosta?" Ele fala levantando e indo em direção ao aparelho de som.

"Eu escuto de tudo um pouco" respondo

Então ele dá play e começa a tocar Harleys in hawaii da Katy perry. Tinha uma batida muito gostosa de se ouvir. E até um pouco sensual. Ele senta de novo no sofá. Dá um gole na sua cerveja. Então ele tira a parte de cima do seu terno e desabotoa alguns botões da blusa, pra ficar mais á vontade. Acabo olhando para o local onde está desabotoado. Começo a ficar com calor. O vinho já estava subindo para a cabeça. Será que era só o vinho? Subo para o pescoço. Até que olho para seu rosto. Ele estava me encarando. Desejo. Era o que estava emanando dos seus olhos.

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