Eu não vou deixar que ela te leve.

Fernanda narrando...

Acordo com uma dor de cabeça terrível, tento me mexer e sinto um pouco de peso no meu braço, olho para o lado e vejo ser o Adriell fico admirando a sua beleza.

Como pode ser tão lindo, estou perdida em pensamentos quando alguém bate na porta.

— Adriell!

Vou-me afastando lentamente, percebo que estou com a camisa do Adriell, então pego um sobre-tudo e visto em seguida abro a porta e encontro o meu sogro.

— Sr Paulo, como vai?!

— Estou bem filha, e você como está?

— Agora estou bem.

— Como assim agora? O que aconteceu e porquê está com o rosto machucado? Não vai dizer-me que aquele desnaturado do meu filho lhe machucou?

— Não! Não jamais, ele não me fez nada, tive um desentendimento com uma colega de trabalho só isso.

— Fernanda sabe que é como uma filha para mim, não precisa defender o Adriell se ele te fez algo pode me falar não deixarei que ele continue a intimidar você.

— Ele não me fez nada pode ficar tranquilo. Agora vamos para a cozinha e irei preparar o café da manhã, o senhor deve está faminto, sei que não costuma se alimentar no horário da manhã, mas gostaria que o senhor fizesse-me companhia, o Adriell cuidou de mim a noite toda vamos deixar ele descansar mais um pouco.

— Ok! Filha vamos para cozinha estava mesmo com saudades do seu delicioso café.

Ao descer as escadas, encontro com Lucas sentado no sofá da sala.

— Bom dia!

Fernanda e Paulo— Bom dia!

— Doutor Lacerda não sabia que estava aqui.

— Como você não estava bem ontem eu e o Adriell concordamos que seria melhor que eu passasse a noite aqui.

— Obrigada por isso, irei preparar o café da manhã como agradecimento.

Termino de preparar tudo e sirvo a mesa Adriell já estava na sala com o meu sogro e o Lucas, vou para o quarto trocar-me e quando estou a ir para a cozinha vejo a pessoa que de todo o meu coração não gostaria de ver.

— Bom dia! Fernanda.

— Lídia o que faz aqui?

— Não está óbvio não, querida? Eu dormi aqui.

— Mas você estava internada no hospital porque você está aqui?

— Diell disse que prefere ficar perto de mim, por isso ele pediu para que o Lucas trouxesse-me aqui.

— Você está a mentir! O meu sogro está aqui, tenho certeza que o Adriell não afrontaria o pai dessa maneira.

— Você se acha esperta, não é? Adriell tá pouco se lixando para o que o pai dele pensa ou deixa de pensar, ele me ama e sempre faz de tudo para ficar ao meu lado.

— Tudo bem, não quero mas confusão estou cansada de ficar a brigar com você o tempo todo, fica a vontade até porque a casa não é minha, mesmo.

Sigo até a cozinha e não olho para o Adriell, mais uma vez ele colocou essa mulher na nossa casa, quer dizer eu sei que a casa não é minha, mas ele deveria ao menos respeitar-me, sou sua esposa mesmo que no papel, porquê ele tem que me humilhar desse jeito.

No momento em que meu sogro percebe a presença de Lídia ele se exalta.

— O que essa mulher faz aqui Adriell?

— Sr Paulo, como vai?

— Não ouse dirigir a palavra a mim sua vagabunda! Adriell! Quero essa mulher fora da casa da minha nora imediatamente.

— Pai, por favor, vamos tomar o nosso café da manhã, a Lídia está doente logo voltará para o hospital.

— Como pode trazer essa mulher aqui? Eu deixei bem claro que não deveria deixá-la chegar perto da Fernanda. Por que tem sempre que passar por cima das minhas ordens.

Vejo que o Sr Paulo está muito irritado e tento apaziguar a situação.

— Sr Paulo, eu não me importo com isso, está tudo bem, ela está doente, Adriell está a cuidar dela.

— Filha, não precisa aceitar esse tipo de coisa, você é a esposa dele e ele deve lhe respeitar, se quer ficar com a sua amante que fique bem longe daqui, essa casa é sua e deixei bem claro que ela jamais deveria pisar aqui.

— Pai!

— Chega já foi o suficiente, espero que isso nunca mais se repita, entendeu.

— Sr Paulo, me desculpe, eu não queria incomoda...

— Você não precisa se desculpar, Lídia se tem alguém que não deveria está aqui é essa vagabunda que está casada com o meu filho.

Quando olho em direção a porta vejo dona Amanda e a minha mãe, nesse momento sinto o medo percorrer a minha espinha e as minhas mãos começam a suar.

— Já está a causar problemas, Fernanda?

— Mãe! Eu não estou…

— Cala a boca! Pega as suas coisas. Voltará comigo para casa.

— Ela não irá a lugar algum! (O meu sogro diz.)

— Amanda contou-me que machucou a Lídia para ela perder o bebê, como você pode ser tão cruel dessa maneira?

— Não mãe eu não machuquei...

— Não importa se você fez ou não! Você vai pegar as suas coisas e voltará comigo. Eu não deveria ter dado ouvidos a seu pai e permitido esse casamento, mas agora tudo vai se resolver. Irá casar com o Sr Viana.

— Mãe, por favor! (Antes que eu pode-se continuar a falar a minha mãe dá-me um tapa na cara, os meus olhos se enchem de lágrimas, olho para Adriell que não move nem sequer um dedo para me ajudar e em seguida olho para a pessoa que deveria me amar, mas que sempre me odiou.

Corro para o quarto, tranco a porta, jogo-me na cama e começo a chorar. Minutos depois pego uma mochila, coloco algumas peças de roupa, vou até a penteadeira onde estava o papel do divórcio que o Adriell me entregou assim que nos casarmos e o assino. Depois pego a mochila, coloco nas costas, abro a porta e vejo que ninguém estava na sala, devem terem ido para o escritório, ótimo abro a porta e vou embora.

Saio pelas ruas sem rumo perdida em pensamentos em meio as minhas lágrimas, logo a frente vejo uma pracinha que fica aqui no condomínio, sento-me no banco e desabo em lágrimas, mas logo sinto alguém tocar o meu braço.

— Onde pensa que vai, querida esposa?

— Adriell?

— Por que saiu escondida feito uma criminosa?

— Eu juro que não fiz nada com a Lídia e sei que não acredita em mim, mas eu não fiz.

— Continue!

— Eu não posso voltar para a casa dos meus pais. A minha mãe vai me bater violentamente até eu não aguentar mais, pois é isso que ela faz desde que eu era pequena, e eu não posso deixar que ela machuque a única pessoa que pode me amar.

— Do que você está falando? Que pessoa é essa Fernanda?

— Desculpa ter atrapalhado a sua vida Adriell eu errei confesso. Me apaixonei por você ainda na adolescência e quando o meu pai me contou do acordo que fez com o seu pai eu fiquei feliz não vou negar, mas só aceitei porque o seu pai falou que você e a Lídia não estavam mas juntos, mais agora eu não vou mais insistir, já assinei os papéis do divórcio e estou a ir embora.

— Então vai fugir depois de tudo o que fez para ficar comigo?

— Eu não estou a fingir! Só não posso, mas continua assim, você ama outra pessoa e eu não posso voltar para a casa dos meus pais.

— Então é isso? Tudo bem! Mas antes me diz uma coisa: Por quê me drogou aquela noite?

— Eu não droguei você. Estava numa reunião quando você me mandou uma mensagem pedindo que eu viesse para casa, fiquei tão feliz, pensei que finalmente me daria uma oportunidade, mas quando eu cheguei você estava bêbado não falava coisa com coisa, tentei ajudar você a ir para o quarto, mas você me agarrou pedi para você parar mais não adiantou, rasgou as minhas roupas e…

— Eu abusei de você?

— Eu sempre quis ser a sua mulher, me entregar para você, só queria que tivesse sido mais gentil. Era a minha primeira vez e você não demonstrou nenhuma gentileza.

— Eu forcei você a ficar comigo, Fernanda? Me fala porra!

— Não! Eu quis. Eu permite que transasse comigo.

— Por que não me contou isso antes? Por que não disse que não foi você que me drogou naquele dia?

— Eu tentei te falar várias vezes, mas você nunca acreditou em mim.

— Fernanda! ( A minha mãe me chama)

— Me ajuda Adriell não deixa ela me levar para casa por favor.

Num impulso deixo a mochila cair no chão e tento fugir não posso voltar para casa ela vai matar o meu bebê.

— Fernanda espera! Eu não vou deixar que ela te leve.

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