Capítulo 14

No horário combinado Aline já o esperava, com um sorriso nos lábios. Ela vestia uma saia na cor amarela com uma blusa de manga longa jeans com botões na frente com um salto alto marrom.

Henrique: Aline, você está muito bonita.

Ela abre um sorriso e põe uma mecha do seu cabelo atrás da orelha.

Aline: obrigada Henrique. Podemos ir?

Henrique: sim, mas como eu disse, não posso demorar.

Aline: sem problemas- ela se aproxima do carro dele e o mesmo arqueia uma sombrancelha - não vamos de carro?

Henrique: não, o local que irei te levar é aqui perto do trabalho.

Ela respira fundo tentando não surtar e diz cinicamente:

Aline: tudo bem, mas eu pensei que fossemos em algum lugar mais sofisticado e por isso me arrumei tão bem.

Henrique: entendi, mas você sabe que isso não é um encontro não é? Eu deixei isso bem claro mais cedo.

Aline: eu sei, mas ir numa lanchonete simples não estava nos meus planos para hoje. Eu ainda nem almocei.

Henrique: tudo bem, vamos de carro até o restaurante do bairro. De lá eu te deixo em algum lugar e vou para o meu compromisso.

Aline: é claro- ela entra no carro dele e Henrique dá a partida no carro- você sabia que o hotel em que estou hospedada tem banheira de hidromassagem?

Henrique: que bom, pelo menos você poderá relaxar um pouco.

Aline: eu não gosto de estarmos num clima estranho- ela tenta segurar na coxa dele, mas Henrique a observa séria e ela desiste- não estávamos assim. O que mudou?

Henrique: o fato de você ter tentado algo comigo na minha própria casa.

Aline: você vivia dando sinais de que queria algo comigo. Me enviando mensagens carinhosas, dizendo que sentia minha falta. O que você queria que eu pensasse?

Henrique: eu dizia isso apenas na amizade e você sabia muito bem disso. Até porque, eu sempre lhe disse que priorizava a nossa amizade.

Aline: entendi- ela permaneceu em silêncio durante o restante do trajeto, até ver o celular de Henrique acender, indicando uma mensagem de uma mulher- não vai responder?

Ele pega o celular, digita algo e guarda o celular de volta no suporte para celular.

Henrique: chegamos- ele aponta para um restaurante aconchegante.

Ele a leva ao Bar e Restaurante do Orlando. Ela o observa com desdém, mas percebe que ele não a levará num lugar chique, para não dar a impressão errada.

Aline: até que o lugar não parece ser tão ruim.

Eles se sentaram numa das cadeiras amarelas e Henrique pergunta:

Henrique: o que vai querer?

Aline: um whisky com gelo e um hambúrguer de frango.

Henrique: não sabia que você bebia.

Aline: novos hábitos, mas em dias especiais.

Henrique: entendi. Já volto.

Ele busca o Whisky dela e também um refrigerante para ele- porque ele não bebe nada alcoólico- e retorna para a mesa, onde ela o aguarda.

Henrique: eu não posso demorar Aline, tenho um compromisso em dez minutos.

Aline: então você ainda tem tempo- ela toma um pouco da bebida- não vai me contar se está ou não namorando?

Henrique: isso não é da sua conta Aline.

...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...

Henrique deixa Aline na esquina- no mesmo local onde Beatriz e Noah estão o esperando. Ela- quando ver que o sorriso de Henrique mudou por causa de Beatriz- trata de dar um abraço nele e quando iria tentar beijá-lo, ele segura no braço dela e diz:

Henrique: se você tentar qualquer gracinha comigo, terei que abrir uma medida protetiva contra você.

Aline: Nossa! Que grosso. Tchau Henrique.

Ela sai do carro e olha para Beatriz com raiva nos olhos e diz:

Aline: isso não vai ficar assim- e sai de perto deles.

Beatriz a observa incrédula e diz:

Beatriz: tenta a sorte de encostar num de nós e quem se arrependerá ser você.

Aline- que não aceita levar desaforos para casa- retorna para onde Beatriz está e puxa o cabelo dela com força e diz:

Aline: repete, se você for capaz.

Beatriz: você está me machucando e não está vendo que estou com uma criança nos braços?

Aline: não banque a esperta comigo garota porque você não me conhece- ela solta o cabelo dela bem a tempo de Henrique se aproximar delas- já estou indo embora Henrique, não precisa ficar bravo.

Aline anda rapidamente e Henrique respira fundo para não cometer uma loucura. Então, ele pega Noah do colo de Beatriz e trás os dois para dentro do carro.

Em seguida, ele põe a criança na cadeirinha do veículo e se aproxima de Beatriz- os dois já estando dentro do carro:

Henrique: Bia, você está bem? Se ela tiver te feito algum mal, me avisa que eu tomarei medidas judiciais com ela.

Beatriz: não, fique tranquilo. Essa mulher é maluca.

Henrique: me desculpe.

Beatriz: o que ela fazia no seu carro?

Henrique: ela me chamou porque queria fazer as pazes e se convidou para lanchar comigo. A levei num restaurante local, paguei uma bebida para ela e a estava trazendo de volta para cá quando encontramos vocês no caminho.

Beatriz: hum. Não sei porque fica tão próximo dela.

Henrique solta uma risada e diz:

Henrique: você está com ciúme Bia?

Beatriz: eu não!- ela exclama chateada, mas as atitudes dela demonstram ao contrário- que horas precisamos estar no posto?

Henrique: na verdade, já estamos atrasados. Coloca o cinto que irei aumentar a velocidade, mas antes- ele segura no rosto dela e a beija- agora sim podemos ir.

Beatriz: não, falta algo antes.

Henrique: o que?- ele pergunta sem entender.

Beatriz o surpreende, o beijando outra vez e diz:

Beatriz: pronto, agora sim podemos ir- ela abre um sorriso e a alegria dele se expande- você gostou?

Henrique: sim, foi um beijo incrível.

Ele responde isso e pisa fundo, rumo ao posto onde conseguirá atendimento para o Noah.

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