Descoberta

 O grande erro de Catherine foi não ler o contrato assinado com Lucas, que viabiliza as verbas para salvar a Terramoda, possibilitando um prazo para gerar receita na empresa, e pagar as dívidas, mas que beneficiaria ele de diversos aspectos, e um deles além de uma alta multa caso chegue  o prazo final e os resultados desejados não sejam obtidos, é a presença dele ali na casa de Catherine, Armando o seu pai, internado em uma clínica de repouso, e Catherine sozinha em casa, com aquele homem estranho, que no fim das contas não desejava  outra coisa senão ela.

- Papai... O que você o senhor foi fazer da sua vida? Condenando nossa empresa, nossa família... A viver nas mãos de um crápula desse tipo, aproveitador! Diz Catherine, pegando o contrato em busca de alguma brecha que pudesse lhe favorecer... Mas nada , aparentemente nada a favorecia.

Enquanto isso, Lucas saiu da casa de Catherine e foi dar uma olhada em seus negócios, o seu cassino.

Em um bar bem distante dali, Edgar estava tomando um drink, lembrando logo mais cedo, aquele beijo que ele deu  em Catherine, ele estava sozinho, até que Cristina, sua colega de trabalho e diretora de marketing da Terramoda surge no local também.

Cristina se aproxima de Edgar, surpresa por encontrá-lo ali.

- Edgar! Não sabia que você frequentava barzinhos... Está sozinho ou acompanhado de alguém? Pergunta Cristina.

- Estou sozinho... Como sempre... Diz Edgar.

Cristina se senta à mesa junto com ele...

- Hum... Brigou com a namorada? Com o namorado? Pergunta ela.

Edgar toma uma dose de Tequila, e novamente enche o copo.

- Então, assim como quase todo mundo à minha volta... Você acredita que sou gay também não é isso? Vamos falar a verdade... Um homem não pode ser estilista, viver rodeado de mulheres...é assim... é sempre assim... Diz Edgar.

- Nossa! Então... Você é mesmo hetéro?  Desculpe Edgar, é que eu realmente tinha minhas dúvidas.... é que não é tão comum um homem hetero se dedicar a estas coisas não é? Me desculpa...

Cristina desde sempre sentia grande atração por Edgar, mas nunca passou pela cabeça dela que ele não fosse gay, agora que ela sabe a verdade sobre ele...

- Edgar, me desculpa, mas eu fiquei mesmo surpresa, porém,  também, não deixa de ser uma surpresa positiva para mim... é que eu bom, eu sinto algo especial por você já faz algum tempo, e nunca tive coragem de me aproximar de você por conta disso, de não saber como resolver esta minha dúvida... Quanto a isso!... Mas talvez você já tenha uma preferida não é mesmo... Diz Cristina.

Edgar fica surpreso, pois ele mesmo não havia se dado conta deste interesse de Cristina nele... No entanto, seu pensamento estava em Catherine, contudo....

- Talvez você não queira companhia nenhuma, não é mesmo? Bom... Foi bom encontrar você fora da empresa,e poder me abrir com você, desculpa qualquer coisa... Diz Cristina se levantando da mesa.

- Fica! Pede Edgar, segurando seu braço...

Cristina olha nos olhos dele...

- Fica por favor... vamos conversar, nos conhecer melhor como pessoas e não apenas como profissionais, os relacionamentos, não precisam ser assim... Preto no branco...

Cristina senta-se novamente , e eles ficam a conversar sobre várias coisas e gostos...

Enquanto isso, na casa de Catherine, Lucas chega novamente, levando comida para Catherine,que estava no escritório de seu pai.

- Imaginei que ainda estava acordada, deve estar faminta, pois não jantou nada... Diz Lucas.

- Isso é problema meu, e olha, se você vai mesmo ficar aqui...nesta casa, até eu conseguir pagar cada centavo do que eu devo a você.... Vamos estabelecer algumas regras... Diz Catherine levantando-se da mesa....

- E quais são estas regras? Pergunta Lucas...

- Nunca mais entre em meu quarto, em hipótese alguma, é a regra número um, a regra número dois é que faça de conta que sou invisível, não existo! A não ser que eu dirija a palavra a você! Estamos entendidos?

- Sim... Tudo bem... Mas e aí? Vai querer Sushi? Eu trouxe para você... Precisa estar bem alimentada para trabalhar amanhã na nossa empresa! Diz Lucas.

- Nossa empresa? Nossa empresa uma nova!  Eu vou virar este jogo, e vou te pagar tudo que meu pai te deve, e você vai devolver a empresa da minha família! Diz Catherine, sendo interrompida pelo ronco de sua barriga, com fome.

- Olha Catherine, tudo bem, eu entendo sua raiva, mas eu não obriguei seu pai a jogar no meu cassino, não obriguei seu pai a penhorar nada! Apenas vivo disso, este é o meu mundo... Olha a comida está aqui em cima, boa noite.

Catherine não havia pensado por este lado, visto as coisas por esta ótica da situação, que de fato seu pai fez tudo isso por vontade própria, escondendo da família o seu vício, e pondo tudo em risco, ela fica a pensar, o que levou um homem dos negócios a fazer aquilo tudo , quando sua barriga novamente ronca, ela então olha para a marmitinha que Lucas havia deixado para ela, estava um cheiro muito bom, ela então resolve comer, Lucas de longe observava que ela havia aceitado, ele sorri, e vai para o seu quarto, onde havia se instalado.

Mais tarde, Catherine bate a porta do quarto, Lucas abre a porta,e dá de cara com ela.

- Eu vim agradecer pela comida, obrigada... Diz Catherine.

- Não precisava agradecer, e olha só... Os empregados foram embora por falta de pagamento, seu pai não pagava o salário deles faz 3 meses... Você sabia disso?

- Não... Eu não sabia de nada disso! Meu Deus! O que levou meu pai a fazer algo assim da sua vida? A gastar tudo que tinha no jogo? Um homem bom, empresário bem sucedido...

- Ué? Você não sabe? Não sabe mesmo o que levou seu pai a fazer tudo isso? Pergunta Lucas.

- Claro que não! Se soubesse, jamais teria deixado ele chegar a este ponto!

- Eu vou lhe contar então o que levou o seu pai a entrar nessa, o que lhe causou tanto desgosto, a ponto dele começar a jogar e as coisas acabarem assim...

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