Dia seguinte

Catherine começa a refletir, que seu pai havia lhe decepcionado bastante em fazer aquilo, se entregar deliberadamente ao vício do jogo daquela forma, mas que  o mal já estava feito, agora não restava muito a fazer, ela enxuga as lágrimas e vai conversar com seu pai.

Armando estava sentado no escritório com um copo de bebida na mão, Catherine, chega e toma o copo de bebida de seu pai.

— Temos que ter uma conversa muito séria papai... O senhor precisa se tratar deste vício maldito, o senhor tem que fazer um tratamento, será que não percebe que arruinou com a sua vida, com a sua imagem, e decepcionou não só a mim... Mas a todos que trabalham naquela empresa?

Armando fica de cabeça baixa...

— Amanhã mesmo o senhor vai para uma clínica de recuperação para pessoas dependentes de jogos e bebidas, o senhor precisa se afastar de tudo isso, deixe os negócios por minha conta, eu vou dar  meu jeito e vou me conseguir tirar a empresa e a nossa família desse buraco, com certeza irei.

— Filha, por favor, eu faço tudo o que você quiser, mas por favor! Não vá fazer nenhum acordo com aquele homem... Ele não faz nada que não vise se dar bem, você não sabe que tipo de pessoa aquele homem é!

— Eu também não sei que tipo de homem o senhor é! Se é aquele homem bom e respeitado, aquele pai exemplar... Ou este homem doente que aposta o futuro de pessoas em um jogo de cartas.... Estou muito decepcionada com o senhor como nunca imaginei...

Armando fica calado, não tinha argumentos e nem se sentia com moral para rebater as falas de sua filha.

— Tudo bem Catherine... Eu irei me tratar, mas não faça nada de cabeça quente, não assine nada sem ler ... Lucas é um homem muito astuto...

— Não se preocupe papai, com certeza, o que ele vai querer são os 30% que restam da empresa, já estamos falidos mesmo, contudo me sinto capaz de recuperar a empresa e lutar, principalmente pelos nossos funcionários.

Enquanto isso, longe dali, Lucas estava fascinado com a personalidade de Catherine, aquela coragem, aquela força e determinação que irradiava de seu olhar...

— Catherine, a filha do velho é realmente uma mulher incrível, de personalidade forte, e muito bonita, até hoje... Não me lembro de já ter visto uma mulher tão bela quanto ela... De um jeito ou de outro... Ela tem que ser minha.. Diz Lucas pensativo.

Na empresa, Edgar está concentrado criando peças para o desfile, do grande evento que se aproxima, Cristina, diretora de Marketing da Terramoda vai até a sala de Edgar.

— Então você... Logo você Edgar... Está apoiando a filha do Dr Armando , e botando fé nela para tirar a empresa do buraco em que está enfiada? Estou surpresa, diz Cristina.

— É queridinha... Não sei te dizer... Mas aquela garota tem uma coisa contagia a gente sabe, a forma como ela fala e acredita naquilo... Não sei dizer, mas  o fato é que ela já me mandou uma mensagem dizendo que conseguiu o dinheiro para pagar as modelos... Com isso, ela joga toda a pressão para cima de mim... Que tenho que correr e fazer o meu melhor para este desfile. Diz Edgar.

Cristina olha os desenhos de Edgar...

— O dr Armando nos colocou numa situação irrecuperável Edgar, só os funcionários mais baixos que não sabe que o dr Armando que é o responsável pela ruína desta empresa, não é o nosso esforço, dependesse da sua genialidade, ou de mim, que cuido do Marketing da empresa...

Edgar para por um instante os desenhos...

— É Cris... Só nos resta apoiar a Catherine... E fazer a nossa parte,  eu poderia estar trabalhando nas maiores empresas de moda do país, mas tenho um carinho especial pela Terramoda, e vou fazer de tudo para ajudar aquela moça, ela me provou o seu valor...

No dia seguinte , Catherine chega à empresa, para mais um dia de trabalho, e principalmente aguardar a chegada de Lucas para fechar o acordo pré estabelecido entre eles.

— Bom dia Catherine!  Então amorzinho... Já comuniquei às modelos que tudo estava acertado, amanhã elas irão se reunir com você, para celebrar o acordo.

— Ok Edgar, muito obrigado pela sua colaboração, agora só falta ver a proposta  que nosso investidor tem para nos fazer, e ver se aceitamos ou não... Diz Catherine.

— Como assim? Você me fez dar minha palavra para as meninas... Sem ter um acordo fechado ainda? Você está de brincadeira, não é?

Edgar fica profundamente chateado, pois acreditava que Catherine já tinha inclusive o dinheiro em mão para pagar as modelos, confeccionar as roupas, e custear todas as despesas  que o desfile pedia.

Edgar sai resmungando da sala de Catherine, que quando ia atrás dele, é surpreendida pela presença de Lucas.

— Bom dia ! Então Catherine... Vamos aos negócios...

— Bom dia Lucas... Trouxe o contrato?

— Está aqui em minhas mãos...

— Dê-me logo isso, e vamos pular as formalidades... Diz Catherine pegando o contrato e assinando em todas as partes  marcadas.

— Mas você nem vai ler o contrato ?

— Não, não vou... Já sei que você com certeza vai querer  os 30% restantes,  o que mais eu poderia perder?  Preciso logo que libere o dinheiro, tenho que tranquilizar o meu estilista esquentadinho....

Lucas nem imaginava que Catherine seria capaz de fazer aquilo, e não diz nada para lhe impedir.

— Já que deseja assim... Os primeiros 3 milhões serão depositados na conta da empresa até o final do dia e...

Catherine deixa Lucas falando só e vai atrás de Edgar.

— Nunca passou pela minha cabeça que essa garota iria fazer isso... Achei que ela fosse mais esperta que isso... Pois bem... Agora não tem volta, veremos se ela realmente cumprirá aquilo que está escrito aqui....

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