Surpresa inesperada

— Ei! Edgar? Isso... Isso não está certo! Diz Catherine afastando-se dele.

— O que houve? Não gostou do beijo? Pergunta Edgar.

— Não é isso, Edgar! Estou com o mundo pesando sobre meus ombros, e ainda mais você sendo irmão daquele homem? O que você quer?

Edgar compreende sua situação.

— Olha Catherine, eu sei que deve estar pensando horrores ao meu respeito, mas eu não sou nenhum monstro , eu posso garantir isso a você, e se você me der uma chance de explicar a você...

— Amanhã conversamos Edgar, amanhã conversamos... Diz Catherine  entrando no carro, e Edgar a observando partir, parado ali no meio da chuva.

Catherine enquanto vai dirigindo, coloca a mão em seus lábios, sentindo ainda o gosto do beijo Edgar, sua boca quente e macia naquela chuva fria....

— Edgar...eu não posso me envolver com ninguém, não agora... Eu tenho que manter o foco na minha missão de tirar esta empresa do fundo do posso, e  conseguir pagar o aporte financeiro que Lucas fez... E mais ainda, preciso saber exatamente o que ele quer nos ajudando, se até aquele momento ele estava cobrando meu pai! Diz Catherine, referindo-se ao dia em que descobriu sobre o vício de seu pai, e o débito que ele tinha com Lucas.

Catherine chega em casa, estaciona o carro na garagem, e e desce dele e entra em casa, A chuva só aumenta, a moça lembra que  Seu pai havia se internado numa casa de repouso que oferecia tratamento para viciados em jogos de azar, dentro daquela imensa casa, estavam apenas ela e os empregados, Catherine tira a roupa molhada, e vai para o banheiro tomar uma ducha quente, quando....

— Nossa! Assim sem roupa... Você é mesmo um espetáculo hein! Diz Lucas, que estava sentado no sofá de quarto.

Catherine ao avistá-lo solta um grito pelo susto.

— Seu safado! O que você faz aqui? Diz ela tentando cobrir-se.

Lucas caminha em sua direção.

— Calminha... Gritar não vai adiantar nada, primeiro por quê não vou lhe fazer nenhum mal, segundo por que agora, eu moro aqui também... Diz Lucas.

— Como assim? Que história é essa de você morar aqui?

Lucas sorri, e sai do quarto de Catherine, que põe um roupão rapidamente, e vai atrás de Lucas.

— Nathalia! Walter! Chama Catherine pelos empregados, mas nenhum deles aparece...

— Estão todos dispensados,  Catherine, você leu o contrato todo quando assinou? Não né! Veja só, aqui está, tenho uma cópia comigo, e vamos deixar tudo claro... Seu pai me deve uma quantia de 2 milhões de reais, valor este que negociamos, eu emprestei mais 3 milhões para sua empresa, Catherine, além de ter os 70% da empresa, sua casa , esta casa será minha também, como garantia sabe..

— E aquela multa no contrato? O que significa aquilo? O que você pretende afinal? Por que você primeiro estava exigindo de meu pai o pagamento do débito, e depois se propôs a colocar até dinheiro na empresa, me diz o que você pretende realmente ? Edgar... O seu irmão está com você nisso? Pergunta Catherine.

Lucas sorri, e senta-se no sofá da casa de Catherine como se estivesse em sua casa,  e pondo os pés por cima da mesinha de centro,e explica.

— Primeiro vamos esclarecer uma coisa, Edgar e eu somos sim, irmão infelizmente, mas eu e ele somos bem diferente está bem! Ele tem a vidinha dele de estilista, de desenhar roupinha e tal, eu não! Eu sou homem, macho hetero!

— Entendi... Você é um desses homens preconceituosos que acham que sabem de tudo, que tudo se define pela aparência e por sua virilidade...  Sei bem que tipo você é... Um homem das cavernas....

— Que isso Catherine... Não fala assim que fico magoado, afinal de contas, eu poderia muito bem tomar o que resta da empresa de vocês, vender aquele prédio e fazer o que eu quisesse, afinal de contas eu tomei 70% da sua empresa... Mas a verdade é que... Bom, eu acho que me interessei por você desde quando te vi naquele dia, em que vim cobrar o seu pai, é isso mesmo... E se você aceitasse ser minha mulher, se aceitasse casar comigo... Eu perdoaria todas as dívidas de seu pai, e devolveria a empresa....

Catherine é tomada de surpresa com a fala reveladora de Lucas, mas com sua personalidade forte, ela logo rebate.

— Vai tirando o cavalinho da chuva, por que você não vai nunca, jamais em hipótese alguma ter nada comigo, e eu vou te pagar cada centavo no prazo devido, você  não perde por esperar, eu não vou me vender um crápula nojento igual você, de forma alguma e se quer tanto saber, seu irmão é muito mais homem que você, em todos os sentidos, e nunca mais ouse entrar no meu quarto, ou da próxima vez, você vai me conhecer de verdade! Estamos entendidos... Diz Catherine subindo novamente para o seu quarto,e trancando a porta.

— Está bancando a difícil agora...mas com o tempo você vai comer na minha mão, tenho certeza absoluta que não vai conseguir pagar a dívida e honrar o que assinou no contrato... Diz Lucas.

Catherine entra no seu quarto e passa a chave na porta.

— Não! Eu não vou chorar, e nem demonstrar fraqueza, agora eu sei que Edgar realmente nada tem haver com este crápula, que ele não compactua da mesma ideia de mundo.... Eu vou lutar muito, e vou pagar cada centavo dessa maldita dívida!  Ah se vou! Diz Catherine olhando para ela mesma no reflexo do espelho.

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