Ao observar o computador, vejo três pastas e decido mover o cursor para a primeira pasta. Antes de clicar, olho para Kai e abro a pasta. Vejo uma série de imagens de um lugar, mas paro em uma em particular, onde aparece um portão azul escuro e paredes negras. Parece muito familiar, é quando minha mente me leva de volta para aquele dia, quando completamos oito anos e comemoramos nosso aniversário no parque. Voltávamos para casa cansadas da festa, minha irmã estava dormindo, minha mãe vinha em outro carro com coisas da festa, mas meu pai desviou do caminho. Começou a chover e dirigimos por uma área arborizada até chegar naquele lugar. Ao chegar à porta, é igual à fotografia. Meu pai entrega algo a uma mulher que está machucada e ela recebe a caixa, enquanto outro homem a obriga a entrar. Finjo estar dormindo, meu pai entra no carro e nos olha, voltamos para casa.
Continuo vendo as fotos, olho para Kai.
Ali: Esse lugar me parece familiar.
Kai: Também para mim.
Saio dessa pasta e entro na segunda, enquanto "Gato" e Kai continuam ao meu lado. E Jimmy continua olhando expectante para mim.
Começa a reproduzir um vídeo, é como uma festa cheia de luzes coloridas, muito álcool, podemos ver drogas e garotas, homens fumando, garotas quase nuas drogadas, até que a câmera foca em Jennie, que está sendo drogada com metanfetaminas enquanto alguns homens a seguram e começam a arrancar suas roupas. Alguns homens ao redor começam a fazer todo tipo de atos sexuais com ela. Não consigo nem descrever aquelas imagens tão perversas e cheias de maldade.
Consigo ver o terror em seus olhos, até que vejo o rosto de alguns homens que são familiares, o general, o prefeito. Vejo Kai se tensionar e lançar uma cadeira com um golpe. Mas ele tenta se acalmar para continuar assistindo o vídeo, eu estou do mesmo jeito, sinto tanta raiva, também vejo a garota que está na UTI sendo drogada, a mesma coisa está sendo feita com ela, é um lugar onde usam as mulheres como brinquedos sexuais, sinto tanta raiva e impotência, não consigo continuar assistindo, sinto tanto nojo que, se não fosse por ter um estômago forte devido ao meu trabalho, vomitaria meu café da manhã. Como eles podem fazer isso, isso é tráfico de pessoas. Tento acalmar tudo o que sinto, olho para Kai e ele está na mesma situação ou até pior do que eu.
Gato: Se eles sabem que temos isso, virão atrás de nós, somos um fio solto para eles, então farão o mesmo com a gente que fazem com as garotas, nos calarão.
Kai: Você está certo, devemos nos mover rapidamente. (Enquanto abraço Ali, enquanto ela olha para a tela congelada em estado de choque.)
Ali: Esse homem... esse homem é meu pai. Só consigo pronunciar essas palavras.
O que diabos meu pai fez? Como ele pode permitir isso? Começo a chorar enquanto me agarro a Kai. Sinto tanta raiva e impotência, frustração, que não sei o que fazer ou o que sentir. Só sinto raiva desse homem. Por isso ele sempre quis que eu saísse da cidade.
Kai: Faremos justiça, pela sua irmã e pela Jennie, e por essas garotas. Descobriremos quem as matou. Ali não está sozinha, estamos com você.
Enxugo minhas lágrimas, reproduzo o final do vídeo e vejo a silhueta de uma mulher, mas seu rosto não está bem visível.
A terceira pasta contém os relatórios do legista sobre as garotas mortas e desaparecidas da região e das cidades vizinhas, é a mesma informação do legista desaparecido que encontrei na casa dele. Mas no final há um endereço onde podemos encontrá-lo, nos arredores da cidade, em uma área arborizada. Todos ficamos em silêncio. Meu celular começa a tocar, é Tian.
Atendo e ele me diz que a garota acordou da UTI, digo a ele que estou indo para lá, se conseguirmos que a garota fale, ela pode ser uma peça-chave no caso. Só precisamos chamar a atenção. Mostrar as provas, divulgá-las para que eles não consigam se esconder como as ratas que são...
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Atualizado até capítulo 20
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