Capítulo 7

Ela estava tão nervosa no caminho que não sabe como chegou em casa, mas, quando se deu conta, já estava estacionada na frente.

O som do telefone a fez reagir, era sua mãe, que ela havia esquecido de ligar.

Respirou fundo e atendeu a chamada, tentou falar o mais relaxada possível para mantê-la calma e disse que não tinha ligado porque estava numa recepção dos colegas, mas que estava bem, até que se despediram ao final da chamada. Recebeu uma mensagem da Jennie para sair com as meninas para alguns drinks. Ela respondeu que sim.

Jennie enviou outra mensagem de volta confirmando para sábado, às oito horas, no Club Nigh “O Anjo Negro”. Ela deu a confirmação e se despediu, saiu do carro com sua caixa em mãos e ativou o alarme do veículo.

Entrou no apartamento e desabou no sofá, antes de trancar a porta. Tomou um banho para ficar confortável e acalmar seu coração e mente.

Começou a fazer café enquanto fechava as janelas e cortinas. Não conseguindo conter a curiosidade, começou a abrir a caixa. Era um relatório sobre garotas desaparecidas, com datas, algumas de cidades vizinhas, outras locais. Organizou todas as informações que tinha e escreveu o que achava interessante.

Após uma leitura atenta, descobriu que uma das meninas, encontrada numa área de mato com sinais evidentes de tortura, violação, de 15 anos, muitos hematomas no corpo, traços de metanfetamina no sistema e marcas de mordidas e amarras nos pulsos. Ela entregou o relatório, mas não houve progressos no caso.

A segunda vítima era uma mulher de 15 anos, morta por overdose com traços de metanfetamina em altas doses, encontrada com cicatrizes, mordidas e hematomas no corpo e sinais de violação.

Encontrada nos arredores da cidade, o relatório foi entregue às autoridades, mas sem avanço algum.

Ficou em choque ao ler aquilo, pensando se havia um serial killer na cidade. Foi buscar uma xícara de café na cozinha, enquanto examinava um envelope com fotos dos

hematomas e mordidas encontradas no corpo.

Tentava processar tudo aquilo. Pegou seu celular e tirou fotos de tudo para armazenar em seu aparelho e numa pasta segura.

Continuou lendo a agenda do legista:

"Tenho a sensação de estar sendo observado, querem que eu esconda dados nos relatórios de autópsia, mas não posso. Se eu me recusar, minha vida corre perigo, mas tudo vem de cima.

O que isso quer dizer? Intrigada.

Continuou lendo até que ficou chocada. As mãos tremiam e a mente ficou em branco ao ler:

A terceira vítima:

Mulher Idade: 26 anos

Causa aparente de morte: suicídio

Mulher encontrada no jardim de sua casa com evidências de suicídio, mas análises do corpo revelaram feridas defensivas nos braços e traços de Diazepam no couro cabeludo. Tudo indicava que a mulher não estava em condições de cometer suicídio, portanto era um assassinato disfarçado de suicídio. Também foram encontradas mordidas no corpo, feitas em média três dias antes do corpo ser encontrado.

O que conseguiu investigar é que as três vítimas tinham relação entre alunas e professoras.

Ela ficou em choque, chorando de frustração, sem saber o que fazer ou com quem estava lidando. Se sua irmã começou a investigar o que aconteceu com suas alunas e descobriu a verdade, por isso encobriram sua morte, e o pior, não sabia quem estava por trás de tudo. Não sabia quanto tempo ficou ali e acabou adormecendo com o som do alarme, acordou abruptamente sobre os papéis, os guardou em local seguro enquanto pensava o que fazer com aquela informação.

Tomou banho, se arrumou e saiu sem tempo para tomar café da manhã para não chegar atrasada.

O dia passou devagar, não houve autópsias, apenas atendeu pacientes. Passaram-se dois dias até que chegou o sábado, Jennie a escreveu para lembrá-la do encontro noturno, ela confirmou e o dia transcorreu normalmente, voltou para casa, tomou banho e se arrumou.

Distrair-se um pouco não seria ruim, e enquanto conseguisse algum tipo de informação, decidiu deixar seu carro e chamar um táxi. Porque poderia beber álcool e a última coisa que queria era embriagar-se.

Ao chegar, o lugar não tinha nada a invejar aos da cidade. O local estava cheio, a música alta e as luzes coloridas. Avistou as meninas num sofá, todas amigas de sua irmã, Rose, Tamy e Jennie. Cumprimentou a todas e começaram a conversar enquanto os drinks chegavam, até que vieram numa bandeja cheia de bebidas coloridas. Cada um escolheu uma e brindaram pela irmã. Entre drinks e danças, soube que sua irmã saía secretamente com alguém, perguntou-se quantos segredos ela tinha. Tudo estava ótimo, mas ela viu Jennie mudar de expressão. Embora tentasse disfarçar, pegou vários drinks desperadamente e seguiu uma direção, desaparecendo entre a multidão que dançava.

Esperou um pouco e depois decidiu ir atrás dela, seguindo a direção que Jennie havia tomado, mas a música, as luzes e os drinks que bebeu começaram a fazer efeito. Tudo parecia girar e quando estava prestes a cair, braços a seguraram. Sentiu a respiração quente daquela pessoa e arrepiou-se, sentiu os músculos do corpo através da camisa negra, viu o rosto bonito e sorriu envolvendo seus lábios num beijo cheio de paixão e intensidade, com as línguas entrelaçadas e o sabor da cerveza até que se forçou a reagir, afastando-se bruscamente.

Dirigiu-se ao banheiro com o rosto em chamas e a umidade entre suas pernas. Entrou, provocou o vômito para aliviar a bebedeira, lavou o rosto e a imagem daquele rapaz a beijando repetia-se em sua mente, o sabor de seus beijos a atraía. O que estava acontecendo?

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!