O Bebê Donna

Juno

Os meses se passaram e tudo continua indo bem, Clarissa e eu acabamos passando o tempo todo juntos, ela mora no andar acima do meu, e durante o dia trabalhamos na padaria, ela cuida bem de mim e do bebê, descobrimos a pouco tempo que é uma menininha, estou tão feliz que não posso nem expressar.

Ver a minha barriga crescendo mês a pós mês era tão mágico, e quando ela começou a chutar eu achei que ia explodir de tanta felicidade, a experiência de gerar uma vida é tão sublime, tenho aproveitado casa dia, cada fase dessa etapa da minha vida, e apesar da ansiedade de ver a minha bonequinha, tento aproveitar ao máximo minha barriguinha, porque sei que vou sentir falta quando ela nascer.

Um dia estava quase perto de dar a Luz, Clarissa tinha feito chocolate quente e ei descansava na cadeira de balanço, quando a Clarissa chegou com um livro muito grosso nas mãos.

- Meu pequeno, tem algo que eu queria dar a você.

- O que é Clary?

Ela me estendeu as mãos e me entregou o livro.

- Esse é o meu livro de receitas, tem recebidas antigas da minha família e algumas que eu mesma inventei, eu gostaria que ficasse com você.

-  Clary, não posso aceitar, é uma herança de família.

- Só tenho uma irmão, que mora em outra cidade e ela não se interessa por cozinhar, ela é escritora. Por favor aceite, quero que mesmo depois que eu partir minha receitas ainda possam fazer as pessoas felizes, eu sei que  você me entende, porque somos iguais.

Não pude deixar de me emocionar. Então apenas aceitei o livro, passei as mãos sobre ele como se fosse a coisa mais preciosa do mundo, pra mim era.

- Muito obrigada Clary, eu amei, e não fale mais sobre partir, nossa princesinha e eu ainda precisamos muito de você.

Daniel

Resolvi os problemas na empresa, e consegui inúmeros novos contratos.

Mas nenhuma notícia se quer do meu ômega. A última pista que tive sobre ele foi na rodoviária, o ônibus que ele pegou passa por vários estados, e faz paradas em várias  cidades, vai demorar uma eternidade pra investigar cidade por cidade. Mas é exatamente isso que vou fazer, até descobrir em que cidade ele está.

Meus dias tem sido uma tortura, sinto falta do Juno, do seu cheiro, e sinto uma angústia inexplicável, como se eu precisasse estar perto dele, como se ele precisase de mim, como se eu estivesse perdendo alguma coisa, eu não sei o que é só sei que é horrível.

Hoje é particularmente o pior dia de todos, me sinto agitado, ansioso , como se estivesse que estar em outro lugar, meu instinto protetor está aguçado, e eu não sei porque , me sinto alerta e desperto mas não consigo me concentrar em nada. É um pesadelo.

Junto

Estou em trabalho de parto, momha pequena está pra  nascer , e a única coisa que eu consigo pensar e no Daniel, e em como eu queria que ele estivesse aqui, sinto falta da presença dele do cheiro dele, é uma necessidade tão urgente que chega a doer.

Em meio a dor e aos gritos das contrações o nome dele não sai dos meus lábios.

Depois de 2 longas horas minha pequena nasceu, linda forte e saudável, e com pulmões bem potentes.

Quando olhei aquela criaturinha de olhos castanhos pela primeira vez me senti o ômega mais feliz de todos, ela é tão linda e perfeita, tem os cabelos e os olhos idênticos aos do pai. Jamais imaginei sentir um amor tão grande e tão puro assim em toda a minha vida.

Decidi chamar ela de Donna, parece combinar com ela , com a sua personalidade forte e dominante, igual ao pai dela.

Os primeiros dias em casa com a Donna foram difíceis, ela é muito gulosa e está sempre querendo mamar, as noites ela dorme muito pouco e acorda de 2 em dias horas pra mamar, as vezes eu não sei se vou dar conta de amamentar ela pro muito tempo, mas Clarissa tem me ajudado muito, ela é apaixonada na netinha e a netinha nela também.

Em uma certa madrugada, Donna estava especialmente irritada, e nada fazia ela parar de chorar. Já tinha tentado de tudo, até que fiz o que toda mãe de primeira viagem faz, pesquisei na internet, e uma das respostas era que minha filha sentia falta do feromônio do pai. Isso me deixou arrasada, não queria que minha bonequinha sofresse, então me lembrei que trouxe comigo uma camisa do Daniel, deixei dentro de um saquinho, pensei que talvez sentisse se saudade pudesse pegá-la e isso me faria bem, pensei em fazer isso muitas e muitas vezes, principalmente na reta final da gravidez, mas me controlei.

Fui até a cômoda, peguei a camisa enrolei como um rolinho e coloquei do lado dela, ela abraçou o pano inalou o cheiro e se acalmou e dormiu logo em seguida. No dia seguinte ela não queria desgrudar da camisa, foi um sacrifício tirar dele, Clarissa mandou fazer um ursinho com aquela camisa, assim não iria parecer tão estanho minha bebê agarrado numa camisa velha.

Esse bendito urso que ela agora não desgruda e chama o tempo todo de Bubu, é meu pior rival, Donna está com 8 meses, e a primeira coisa que ela falou foi Bubu, não foi mamãe, nem vovó, foi Bubu, porque será que até aqui o Daniel me persegue?

Porque pra mim, esse Bubu é como se fosse a presença do Daniel nas nossas vidas, e eu odeio isso.

Daniel

Mais de um ano se passou, e eu ainda não encontrei meu ômega, nem meu plano de arruinar o idiota do Jordan eu pus em prática, só penso em encontrar o Juno.

Estava no telefone com a minha mãe, já faz tempo que eu não ia visitar ela, mas se pre falamos pro telefone, só contei a ela sobre o casamento com Juno depois que ele foi embora, ela não estava presente no dia do casamento porque ela não gostava do Jordan e por isso só ia contar depois de casado, aí depois as coisas aconteceram tão rápido que eu simplesmente esqueci de contar.

É óbvio que minha mãe me deu a maior bronca de todas, em xingou tanto pelo telefone, ficou brava e depois chorou, porque disse que eu me comportei igual ao meu pai. Aquilo doeu na minha alma, eu sempre quis ser diferente daquele homem, mas agi exatamente igual a ele, e justamente com a última pessoa que merecia.

- Filho, vou visitar sua tia na próxima semana, soube que ela não amda bem de saúde, e teimosa como ela é jamais iria me pedir ajuda, então eu simplesmente vou até lá, voce poderia agir como um filho de verdade e ir até lá né, já faz o que uns 10 anos qje não vê sua tia?

- Mãe a senhora sabe que eu não tenho tempo, tenhi muita coisa pra fazer na empresa, e preciso encontrar o Juno.

- Você pode fazer as duas coisas daqui, será que você não aprendeu nada com essa história toda?

- Tudo bem mãe, vou pensar nisso tá.

Depois que desliguei fiquei pensando, será que já não está na hora de tirar uma folga?

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