CAPÍTULO 15

Eu realmente não consigo entender esse homem, já falei isso num já!? Ele diz para manter a formalidade e depois diz que está irritando pela formalidade, mais continua me chamando de senhorita. Claro que eu nunca namorei e nem fiquei com o Vicente, apesar de conhecê-los a apenas quase uma semana, tenho Vicente e Lary como os meus irmãos e os pais deles como os meus pais. Mais isso não é uma coisa que deva ou não estar a explicar para o meu patrão.

Laura: Eu acredito que o Sr. tem coisas mais importantes para se preocupar do que com quem eu me relaciono ou deixo de relacionar-me, não acha?

Chris: Responda Laura, estou ficando nervoso.

Laura: Nunca fiquei e nem namorei ele e nem ninguém desse país. Satisfeito?

Chris: Acho bom!

GRR (som de raiva)

Não demorou muito para que Vicente viesse nus buscar para vermos Alice.

Vicente: Pode entrar você primeiro Christian, creio eu que você quer ver a sua filha primeiro sem nenhum funcionário por perto. Laura venha comigo, vamos tomar um café no refeitório.

Vicente já fala segurando na minha mão para que fossemos no refeitório, mas Christian segura a minha outra mão, e com a cara nada boa diz:

Chris: Eu tenho certa que ela prefere ver Alice junto comigo. Não é Laura?

É, realmente estou doida para ver a minha princesa.

Laura: Sim, quer dizer, se não tiver nenhum problema para o Sr. sim.

Enfatize o senhor somente para que ele perceba que ainda prefiro manter a formalidade, ele está confuso e me deixando mais confusa ainda. Não pretendo ter liberdade com o meu patrão e se é assim que todos os outros funcionários o chamam, é assim que também irei chamar.

Assim que entramos no quarto, cada um se acomodou de um lado. Christian segurou a mão dela de um lado da cama e eu segurei do outro. Ele fez carinho nos cachinhos dela que eu tanto amo e eu cantarolava uma musiquinha bem calminha para ela. Fico com vergonha quando a mãe de Christian chega e diz:

Roberta: Olha, meu bem, não parecem uma família?

Paro de cantar imediatamente. Olho para Alice e vejo o quãocerena ela esta, abro um pequeno sorriso e deposito um beijo em sua bochecha. Quando estou prestes a levantar-me Christian diz:

Chris: Fique, Laura. Irei conversar com os meus pais no corredor, qualquer coisa chame-me.

Faço um aceno que sim e eles se retiram. Estou me sentindo um pouco mau, tonta talvez. Não sei explicar. Talvez seja exaustão, ou talvez eu esteja assim porque não comi nada o dia inteiro e já se passaram das quatro horas da tarde e só estou com um café no estômago. Quando vou levantar-me sinto tudo ao meu redor girar e para não cair seguro na barra da cama de Alice. Respiro fundo três vezes e desisto de levantar. Deito-me na cama com Alice, a abraço e pego no sono.

Sinto uma mão nos meus cabelos, quando abro os olhos é o Sr. Mharvyn. Não sei quanto tempo exatamente se passou, mas me parece ser bastante. Notei que ele está usando outra roupa e está muito cheiroso, o cheiro amadeirado que eu tanto gosto. Ele abre um pequeno sorriso de canto para mim e eu retribuo.

Chris: Estou-lhe acordando, pois, você ainda não comeu nada, nem o café da manhã tomou. Vá para casa descansar, eu fico aqui com ela.

Laura: Dê jeito nenhum vou sair daqui, só vou ir quando ela for também.

Chris: você também está precisando de um banho.

Só agora percebi que ainda estou suja de vômito. Com certeza estou cheirando horrível, mas não ligo.

Laura: Se o meu cheiro estiver-lhe incomodando e só se retirar, eu não vou ir em casa, vou ficar aqui, quero vê-la assim que ela acordar.

Não vou sair daqui, eu sei das vezes em que eu ficava doente, queria a minha mãe e ela não estava ali comigo. Eu sei também que eu não sou mãe dela, mas eu sinto ela tão sozinha, que me sinto na obrigação de fazer por ela o que uma mãe deveria fazer.

Chris: Não estou dizendo isso, só estou...

Laura: Mais eu estou cheirando mau mesmo. Será que alguém não poderia trazer uma roupa para mim?

Chris: Mas a senhora também precisa se alimentar.

Laura: Não tenho fome, mais depois o Sr. pode comprar alguma coisa no refeitório para mim?

Chris: Claro! Já vi que não vai ir embora mesmo. Já irei pedir que tragam uma roupa para você.

......................

Estou no banheiro penteando os meus cabelos, Christian foi ao refeitório comprar algo para comermos. Quando estou saindo do banheiro e ele entrando no quarto Alice acorda e diz:

Alice: Laula, Laula...

Laura: Oi meu amor, eu estou aqui. O seu papai também.

Alice: O meu papai também?

Chris: Sim, minha princesa, o papai está aqui com você.

Christian se aproxima, beija o topo da cabeça de Alice e entrega-me as coisas que comprou.

Chris: Vou avisar o Vicente que ela já acordou.

Faço que sim com a cabeça e ele retira-se do quarto. Arrumo as coisas numa mesinha que tem no quarto e aguardo ele chegar, enquanto isso fico a conversar com a minha princesa vários assuntos aleatórios e ela me diz que a dor já passou.

Vicente: Licença, você acordou princesinha! Como se sente?

Alice: estou bem e tenho o meu papai e laula aqui.

Vicente: Tem sim, meu amor. O tio vai examinar você tudo bem?

Alice acena que sim, Christian fica parado ao lado da porta e a enfermeira que veio junto com Vicente, não saía do lado de Christian e estava alisando o seu braço. Grr (som de raiva) Que folgada. Estreitei os meus olhos para ela, que foi rapidamente para perto do pediatra.

Chris: Eu vi - diz Christian em um sussurro.

Grr (som de raiva) Viro os meus olhos e vou para perto de Alice enquanto ele fica rindo.

Vicente: Bom pelo que parece ela está ótima. Irei assinar os papéis da alta dela e já venho aqui conversar com vocês.

CHRISTIAN MHARVYN NARRAÇÃO ON

Vicente sai juntamente com a enfermeira e ficamos somente nós dois no quarto. Começamos a comer. Laura comeu bastante apesar de dizer que não tinha fome.

Chris: Ciúmes Srta. Laura?

Laura não me responde, apenas me dá as costas e vai para a cama de Alice.

Chris: Se você quiser pode ir para casa, pode retornar segunda-feira, ficarei com ela em casa.

Laura: Não iria conseguir ir sabendo o que ela passou, e não tenho nem celular para mandar mensagem e ter notícias dela. Irei ficar aqui, tudo bem?

Chris: Por mim que você nunca vá para casa.

Já estamos a caminho de casa, graças a Deus. Está uma noite chuvosa e com relâmpagos. Cada relâmpago Laura dá uma estremecida. Laura está no banco de trás com Alice e eu no banco da frente com Ricardo que está dirigindo.

Chris: Encoste o carro, Ricardo.

Sr. Ricardo: Algum problema senhor?

Chris: Não, apenas encoste o carro.

Assim ele faz. Ao encostar o carro, eu deço e vou para o banco de trás, coloco a cabeça de Laura no meu ombro e seguro a sua mão.

Chris: Não precisa ter medo. Descanse, tenho certeza que está bastante cansada.

Escuto a respiração funda de Laura, adormeceu. Ricardo está a estacionar o carro na frente de casa. Eu pego Laura no colo e a deixo no seu quarto. Ricardo pega Alice e a coloca na sua caminha. Realmente as duas estavam muito cansadas, pois nem acordaram.

Laura ficou lá até o final e isso fez nutrir algum sentimento por ela no meu coração. Ela fez numa semana muito mais do que eu já fiz em 4 anos e isso cativou-me.

Já são 4:00 horas da manhã e estou observando a chuva pela janela do meu quarto, estou sem sono nenhum. Resolvo então ir até à cozinha e beber um chá para ver se ajuda.

Quando estou virando na cozinha esbarro em Laura que derrama todo o líquido que estava no seu copo em cima de mim.

Chris: Meu Deus! Laura. Você precisa prestar mais atenção.

Digo tirando a minha blusa que está molhada.

Laura: Me desculpe. Eu tive um pesadelo. Vim aqui pegar um copo de leite para ver se me ajuda a voltar a dormir, como tenho medo de relâmpagos estava voltando para o meu quarto rapidamente.

Só então reparo a roupa que Laura está usando. Ela está usando uma camisola de renda branca. Só deixou ela ainda mais “sexy” do que já é. Volto a realidade assim que Laura me agarra ao ouvir mais um relâmpago.

Chris: Assim você não me ajuda. Me agarrar com essa roupa e eu sem blusa é covardia.

Laura: Me desculpe, não gosto de noites assim. Vou ir deitar no quatro de Alice.

Chris: Alice irá lhe proteger?

Laura: Tem razão.

Chris: Venha!

Vai ser difícil, mas é o mínimo que eu posso fazer. Coloco o meu braço em volta da sua cintura e vou direcionando ela para o meu quarto.

Laura: Mais aqui e o seu quarto, não precisa.

Chris: Entra logo, escolha o seu lado da cama. Não tem problema. Só por favor não se mecha muito.

Estamos nos dois deitados, a cada relâmpago Laura dá uma estremecida. Me viro de barriga para cima, pego Laura e a coloco no meu peito, a abraço, e ela envolve sua mão em volta da minha barriga e ali adormecemos.

Não me lembro de ter dormido tão bem há muito tempo. Quando eu abracei Laura senti algo estremecer dentro de mim e pelo, o que pude perceber ela também pois, rapidamente olhou para mim.

Quando eu acordei, nós estávamos na mesma posição de quando adormecemos. Não quis acordá-la, fui eu mesmo no quarto de Alice. Arrumei ela e dei café da manhã.

Laura: Bom dia Sr.Mharvyn. Bom dia minha princesinha.

Chris: Dormiu bem?

Laura fica com o rosto vermelho e não me responde.

Alice: Laula o papai chamou eu e tomou café aqui. Vem também assim eu tenho o papai e a mamãe...

Eu começo a tossir e Laura arregala os olhos.

Laura: Meu amor, eu te amo muito como se eu fosse a sua Mamãe mais...

Chris: Ela não é a sua mamãe, meu amor, mais se você quiser ela pode ser, e se ela quiser também é claro.

Alice: Eu quelo, eu quelo.

Ficamos nós dois um olhando para a cara do outro. Vejo os olhos de Laura encher de lágrimas, ela abaixa e dá um beijo em Alice, sendo assim já dando a sua resposta.

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LAURA DURARCK NARRAÇÃO ON

Os dias passaram voando. Hoje já é sexta-feira novamente, meu dia de ir para casa. Eu deveria estar feliz, mas não estou, preferiria continuar aqui com Alice. Eu conversei com ela e já expliquei que irei voltar na segunda-feira, que ela irá dormir sem mim somente 3 noite e que na segunda-feira eu já estaria de volta bem cedinho. O Sr. Mharvyn está um pouco mais presente com Alice. Toma café da manhã junto com ela, vai para a empresa e nesse período que ela precisou ficar em repouso, volta para casa aos meio-dia, sendo assim, trabalhando somente meio período. Alice voltará para a escola segunda-feira e a partir daí já não sei como o Sr. Mharvyn irá se comportar.

Sra. Dora: O Sr. Mharvyn está-lhe esperando no escritório.

Laura: Agora eu quero de novo muitos muitos muitos beijos meu amorzinho.

Alice: Você não vai fazer igual a minha outra mamãe não é?

Laura: Você não tem mais outra mamãe, meu amor. Agora somos somente eu e você. Eu já expliquei que só irá dormir sem mim 3 noites e eu já estei de volta. Eu prometo.

Alice vem correndo, se lança no meu pescoço e diz:

Alice: Eu te amo mamãe linda

Laura: Eu te amo muito mais minha princesa.

Vou rapidamente para o escritório, bato na porta e entro.

Laura: Licença Sr. Mharvyn. Pediu que eu viesse aqui?

Chris: Sim, Quero-lhe entregar isso.

Chris: Muito obrigado por todo o seu carinho com a Alice. Você fez além do que deveria e não teria forma melhor para lhe agradecer.

Laura: Aahh meu Deus...

Lágrimas nesse momento escorrem pelo meu rosto. Não é pelas flores. É pelo gesto, pelas flores também.

Laura: Muito obligado Sr.Mharvyn. Eu nunca ganhei flores em toda a minha vida. Não precisava mais eu amei e não vou negar.

Chris: somente palavras não seria o suficiente para lhe agradecer. E tem mais uma coisinha, tome.

Christian pega uma caixa na gaveta e quando eu abro, não pode ser...