Estava indo conforme eu imaginei, ou pelo menos tudo já que o homem que representava o meu noivo não tirava os olhos de mim, então tive que improvisar e durante o jantar comecei a fazer algumas caretas e apenas sorria quando alguém falava comigo.
— Me perdoem, mas preciso me ausentar por alguns minutos — sorrio enquanto a minha mãe me olhava como se fosse me matar ali na frente de todos.
— Aconteceu algo? — como o esperado, ele me perguntou, abaixo a cabeça como se estivesse envergonhada.
— Infelizmente estou… Bem, estou com cólica, não queria trazer esse assunto, mas realmente preciso me ausentar.
— Iris — a minha mãe faz sinal para me sentar novamente, mas o homem se levanta vindo até a minha cadeira, não me lembro do nome dele.
— Ele me perdoaria se permitir que a sua noiva passou dor — a forma como ele se referia ao meu noivo parecia que ele tinha medo além do respeito.
Agradeço com um sorriso e saio para o meu quarto tentando ao máximo não correr, mas assim que fechei a porta já me livrei daqueles saltos e fui puxando o vestido para colocar a roupa que havia preparado.
Assim que coloco o meu tênis escuto batidas na porta, era aquele homem, merda… pensa rápido… puxo toda a roupa para o banheiro e abro apenas uma parte da porta, mas o seu olhar percorreu por que tudo.
— Desculpa, mas vou precisar trocar o vestido, pode me aguardar mais uns dez minutos?
— Claro — o seu olhar encontra com o meu e agora entendi a péssima fama deles.
A fama do grupo Hensei era que eles tinham apoio da Yakuza, ou seja, não eram pessoas para se ter como inimigos. Era o que uma pessoa sensata e com juízo consideraria, mas se tem uma coisa que eu não tenho é juízo.
Respiro fundo e abro a minha janela, me preparando para pular, era apenas o segundo andar, então não iria causar muitos danos, ou era assim que eu me lembrava…
Respiro fundo e pulo com os olhos fechados, mas me lembro de forçar o meu corpo para frente me fazendo rolar.
O meu pulo pelo jeito fez mais barulho do que planejei e logo começaram a gritar num idioma que não faço ideia de qual seja, mas também não fiquei para entender e sai correndo como se não houvesse amanhã.
Com todo o tumulto eles nem perceberam quando passei pelo portão, não me atrevi a parar de correr, muito menos de olhar para trás, mesmo que não estivesse mais os ouvindo tenho certeza que ainda estão atrás de mim.
— Shiiii… — sou puxada com tudo para dentro de uma porta, o lugar estava escuro e a pessoa pelo jeito era o dobro do meu tamanho, já que a sua mão não tampou somente a minha boca.
— Ar… — consigo falar abafado atrás da sua mão enquanto a minha respiração ainda estava acelerada.
— Eles ainda estão ali fora e qualquer barulho eles entram aqui e te levam — apenas confirmo com a cabeça e assim que dou um passo para frente a porta é aberta com tudo.
Ele me puxa de uma vez contra o seu corpo, mas desta vez não tampa a minha boca e eu como não sou burra prendi até a respiração para não arriscar fazer nenhum barulho.
Logo uma arma passou rente por onde eu estava, mas ele me mantinha imóvel o momento todo. Escuto falarem alguma coisa enquanto se afasta.
Após alguns minutos ele me solta, quando vou sair por onde entrei, mas sou puxada para irmos na direção contrária, tentei me soltar de todas as formas, mas o seu aperto era forte.
— Se não percebeu, as minhas pernas são curtas.
— O que fez para irritar eles?
— Não sei quem são el… — sou prensada contra a parede enquanto a sua mão me segurava pelo pescoço — Püta merda que susto seu idiota.
— Sem mentiras.
— Eu fugi dele e vou continuar fugindo.
— Boa sorte — ele começa a rir e sai andando, acabo indo atrás dele quando vejo um carro que pelo jeito é muito caro a nossa frente — Entra no carro.
— Nem pensar e se você me levar de volta?
— Então, por que te ajudei? Se fosse fazer alguma coisa já teria feito.
— Não sei o seu nome.
— Isso realmente é importante? — ele respira fundo mordendo os lábios — Otto.
— Do quê?
— Você é chata para car@lho, né? Otto Unmei, satisfeita? Agora entra no carro e vamos dar o fora daqui.
— O que vai cobrar em troca Otto? Por que está me ajudando?
— As pessoas que estão atrás de você não vão ser nada gentis quando colocar as mãos em você, vou te deixar num lugar que vai ficar segura.
Apenas confirmo com a cabeça entrando no carro, ele parou em um posto de gasolina próximo a rodoviária e novamente vejo aqueles homens passarem por ele, não era justo ele se machucar por minha causa.
Sem pensar muito saio correndo e entro no primeiro ônibus que vejo com a porta aberta, o motorista me olha assustado e quando ergue o olhar deve ter observado o Otto ou os outros homens, pois fecha a porta e me manda entrar atrás do seu banco.
Alguns tiros fazem o motorista abrir a porta, eles entram com tudo no ônibus, mas como não me encontram saem sem falar nada. Após bons minutos que o ônibus está em movimento que o motorista me manda ir para algum acento, mas me pediu para ficar próxima vai que preciso me esconder.
Sinto alguém me cutucando e quando finalmente abro os olhos, percebo que já amanheceu, não faço a menor ideia de onde estamos, mas sei que está bem frio, agradeço e quando saio do ônibus começo a olhar ao redor, mas o motorista me informou que aqui não seria procurada.
— Onde estou?
— Londrina, se cuida garota — ele sorri fraco quando volta para o ônibus já saindo em seguida.
— Püta merda vim parar no sul do país, agora preciso comer alguma coisa e achar um lugar para ficar… e certamente um banho.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 61
Comments
Alessandra Garcia não vi essa cena.
já gostei pois todos q leio a mocinha não concorda mais aceita sem ao menos lutar
2024-07-06
1
Pati
Até o motorista ajudou ela e a bobinha não percebeu que estão deixando ela pensar que fugiu kkkkkk
2023-07-26
3
Pati
Como assim, entra no carro, tá achando que ela é dessas é? kkkkkk
2023-07-26
1