Dear, Chocolate Cap 2

Na sala de jantar, o ambiente estava iluminado por uma luz suave, refletindo nos detalhes rústicos da mobília de madeira antiga. Delphine colocava os pratos e talheres com delicadeza sobre a mesa, a brisa da noite entrava pela janela entreaberta, trazendo consigo o cheiro fresco do jardim.

Delphine, absorta em seus pensamentos, sentiu um arrepio de expectativa subir pela espinha. "Hoje foi o melhor dia da minha vida... sinto que coisas empolgantes estão por vir" — pensou, o rosto suavemente iluminado por um sorriso travesso.

Fanny surgiu da cozinha, carregando vasilhas de vidro com a refeição fumegante, que colocou no centro da mesa, o aroma delicioso espalhando-se pelo ar.

— Está tão misteriosa, Delphine — disse Fanny, com os olhos brilhando de curiosidade. — Aconteceu algo especial?

Delphine sacudiu a cabeça, uma mecha de cabelo escapando do penteado e caindo-lhe no rosto enquanto sorria. — Não é nada — respondeu, em tom brincalhão, como quem esconde um segredo.

Fanny inclinou-se, com uma expressão de quem sabia que havia mais por trás daquilo. — Tem coisa aí, irmã.

Antes que Delphine pudesse responder, a campainha tocou. Ambas se entreolharam, surpresas. "Quem será a essa hora?" — pensaram.

Fiorella, com o coração batendo um pouco mais rápido, foi até a porta e abriu-a. Do outro lado, um homem de boa aparência, cabelos grisalhos e bem vestido, estava acompanhado de um rapaz e uma jovem de cabelos ruivos. A jovem segurava algo envolto em um pano, e Fiorella imaginou que fosse um prato de comida.

— Boa noite! — disse Fiorella, acolhedora. "Nossa primeira visita." — pensou, com um largo sorriso.

— Boa noite! — respondeu o homem com um ar cordial. — Chamo-me Gonçalo Sales. A sua tia trabalhou comigo como secretária.

Fiorella balançou a cabeça, surpresa. — Então, conheciam-se bem.

— Sim. Estes são meus filhos, Gabriel e Gisela — apresentou Gonçalo, orgulhoso, e ambos sorriram educadamente.

Gisela, com um sorriso caloroso, estendeu o pacote. — Trouxemos um bolo.

Fiorella aceitou a oferta com um brilho nos olhos. — Muito obrigada! É um prazer tê-los aqui. Chamo-me Fiorella Macedo. Por favor, entrem.

— Com licença — disse Gonçalo, ao passar pela porta, seguido pelos filhos.

Delphine e Fanny aproximaram-se discretamente, observando os recém-chegados. Gabriel, por um instante, prendeu o olhar em Delphine. "Ela é linda, especialmente a Delphine." — pensou, admirando-a.

Gonçalo notou o olhar atento das meninas e sorriu para Fiorella. — Suas filhas são encantadoras, puxaram a beleza da mãe — elogiou, deixando Fiorella um pouco corada, mexendo as mãos nervosamente.

Delphine, que observava a cena com discrição, pensou com um sorriso: "Minha mãe acabou de ser cortejada!"

Durante o jantar, que se desenrolava num clima descontraído, Gonçalo explicou sobre o reino de Linvonia e sua divisão em ministérios. — Temos o ministério da Cultura, Guerrilha, Ciências e Serviços — disse, com uma certa reverência em sua voz. — Eu sou o chefe do Ministério da Cultura.

Delphine escutava atentamente, mas sua mente viajava para outra pessoa. "Liam e sua família devem estar no Ministério da Ciência," pensou, lembrando-se da habilidade de Liam com os animais.

Gisela, que parecia ter herdado o carisma do pai, complementou a explicação. — Os moradores podem escolher para qual ministério querem ingressar, mas as vagas são limitadas, e os membros do ministério têm o direito de aceitar ou não novos candidatos — explicou, com um ar de quem dominava bem o assunto.

Gabriel, com um leve sorriso, olhou diretamente para Delphine. — Podemos conseguir uma recomendação do meu pai para vocês entrarem no Ministério da Cultura, se estiverem interessadas.

Fiorella, animada, interveio. — Isso seria maravilhoso! Pedirei a sua ajuda, sim — agradeceu, com entusiasmo.

Depois que os convidados se despediram e a porta se fechou, o silêncio da casa foi preenchido por risadas contidas.

— Mãe, o que achou do senhor Gonçalo? — perguntou Fanny, enquanto as três se acomodavam no sofá da sala.

Delphine lançou um olhar malicioso para a irmã. — É claro que eles se gostaram!

Fiorella, tentando disfarçar o rubor no rosto, cobriu-o com as mãos. — Parem, isso é embaraçoso!

Delphine riu, mas mudou de assunto. "Ela ficou realmente impactada pelo senhor Gonçalo." — pensou, satisfeita.

Fiorella, agora um pouco mais tranquila, falou seriamente. — Se vocês se destacarem na Academia de Arte, seremos bem vistas pelas outras famílias.

As filhas assentiram, cientes da oportunidade que se desenhava à sua frente.

Na manhã seguinte, Delphine decidiu ficar em casa, enquanto Fiorella e Fanny saíram juntas rumo à academia local. O sol já iluminava as ruas com um brilho dourado, e a brisa fresca trazia a energia de um novo dia. Quando chegaram à academia, foram informadas por um dos funcionários da administração que havia uma mensalidade a ser paga, o que causou uma leve tensão entre elas.

— Essa mensalidade pesará no nosso bolso — disse Fiorella, soltando um suspiro, enquanto apertava a alça da bolsa que trazia ao ombro.

— Mas há bônus em dinheiro para os alunos que se destacarem e trabalhos por fora — respondeu Fanny com otimismo. — Tenho certeza de que em pouco tempo poderemos equilibrar as coisas e até nos destacar nessa área.

Fiorella assentiu, mas a preocupação ainda estava presente em seu olhar.

— Também precisamos arranjar alguém para cuidar do nosso pedaço de terra. Não podemos deixar aquele espaço ao abandono — lembrou-se Fiorella, já refletindo sobre as despesas futuras.

Enquanto caminhavam em direção ao mercado, um jovem atrás delas chamou sua atenção.

— Senhora! — chamou o rapaz, com um tom respeitoso.

Ao se virarem, deram de cara com Artur, um jovem de 24 anos, de aparência forte, com traços que sugeriam experiência em trabalhos manuais. Ele tinha se especializado em construção e plantação, o que imediatamente captou o interesse de Fiorella. Fanny, por outro lado, o observava com um leve brilho no olhar, achando-o atraente.

— Pois não? — Fiorella perguntou, curiosa.

Artur se apresentou educadamente e ofereceu seus serviços, explicando que tinha experiência no que precisavam. Ele também mencionou seu preço, que Fiorella considerou justo.

— Aceito o seu preço. Vamos até o terreno e você pode me dizer o que acha — disse Fiorella, chamando-o para acompanhá-las.

Enquanto caminhavam, Fiorella descrevia o estado do terreno, mencionando que estava coberto de mato devido ao abandono. Ela expressou o desejo de plantar algo que tivesse boa demanda no mercado. Artur ouvia atentamente, embora seus olhares cruzassem os de Fanny de vez em quando, o que não passou despercebido por ela, mas Fiorella estava muito concentrada na conversa para notar.

— Para esta época do ano, o milho seria uma excelente escolha — sugeriu Artur, com um leve sorriso de confiança.

Mais tarde, naquela mesma tarde, Delphine, já ciente da contratação de Artur, informou sua mãe que iria sair. Ela se encontrou com Liam, que a levou até a biblioteca da cidade. No caminho, enquanto atravessavam ruas cheias de árvores e o suave murmúrio da aldeia ao fundo, Delphine mencionou a visita do ministro Gonçalo à sua casa.

Liam a escutava com atenção, seus olhos focados no horizonte, até que fez uma pergunta, com um olhar pensativo.

— Então, já sabe como funcionam as coisas... vai querer entrar na academia de arte? — perguntou, com um toque de expectativa na voz.

A resposta de Delphine o surpreendeu, despertando nele uma curiosidade inesperada.

— "Será que ela escolheu isso para ficar mais próxima de mim?" — pensou Liam, lembrando-se de que havia mencionado casualmente seu trabalho na academia em conversas anteriores.

— Sou professor na academia. Ensino os alunos a usar as criaturas em combate — disse Liam, tentando manter o tom casual, embora estivesse visivelmente nervoso.

Os olhos de Delphine brilharam de admiração.

— Que interessante! Você é professor! — exclamou, entusiasmada.

Liam sentiu uma leve onda de felicidade ao ver o entusiasmo dela. Na biblioteca, ajudou Delphine a fazer sua ficha para poder retirar livros e recomendou três títulos que, segundo ele, seriam úteis para ela compreender melhor o reino e suas leis.

— Com esses três livros, você terá uma boa noção do que precisa saber, e prometo que não são tediosos de ler — afirmou Liam com convicção, mostrando os livros sobre a história do reino, geografia e leis.

— Agradeço muito! Não será nada tedioso, adoro aprender coisas novas — respondeu Delphine, sorrindo de forma genuína.

— Não há de quê — disse Liam, passando a mão pela nuca, um tanto envergonhado com a naturalidade com que ela o elogiava.

— Você também vai pegar algum livro? — perguntou Delphine, curiosa.

— Não, eu já estou lendo um — respondeu ele, com simplicidade.

Enquanto caminhavam pelos corredores da biblioteca, Delphine mencionou um lugar aconchegante na aldeia que havia descoberto recentemente.

— Vi uma doceria maravilhosa na aldeia, vende doces deliciosos e tem um espaço bem acolhedor... Gostaria de ir lá comigo? — perguntou ela, olhando diretamente nos olhos dele, com uma leve timidez.

Liam ficou ligeiramente corado, surpreso com o convite.

— Já sei de onde você fala. O lugar se chama "Dear, Chocolate!" — disse ele, com um sorriso tímido. — É um local bastante frequentado por casais.

Delphine abriu os olhos, surpresa.

— Mesmo? Bom... se não se importar, eu ainda gostaria de ir com você — respondeu ela, agora ainda mais tímida.

Liam sorriu de canto, tentando esconder o nervosismo.

— Se é assim... tudo bem. Vamos. —

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