...Melissa Stefano...
O sinal toca.
— Ele está vindo!
Abro os meus olhos com todo aquele alvoroço, observando as meninas próximas a mim, retocando as suas maquiagens e arrumando os cabelos.
— Vocês não estão exagerando um pouco com esse lance de professor gato?
— NÃO! — Um grande grupo de meninas responde-me alto e em bom som, dando até um sustinho em mim.
— Eu tentei. — Levanto o meu capuz e cubro a minha cabeça, também cobrindo parte do meu rosto e deitando-me novamente.
— Ah. Meu. Deus. É ele... — Ouço tal murmurinho contente mais adiante.
— Olá, pessoal. Chamo-me Alex Spencer, mas podem se referir a mim como Senhor Spencer. Serei o professor de matemática de vocês por um tempo indeterminado, até o momento.
Levanto o meu rosto e olho para frente só por curiosidade pela voz que jurava já ter ouvido antes.
— Ah, não... — Arregalo os meus olhos de tanta descrença e puxo o meu capuz como válvula de escape para cobrir melhor o meu rosto e não ser reconhecida por esse homem.
— Que foi, Mel?
— É ele... — sussurro para apenas ela ouvir.
— Ele até que é lindo, não é?
— Não isso! Ele é o cara com quem eu trombei no corredor...
— Sério? Mas, por que está se escondendo se foi apenas um simples acidente?
— Não quero que ele me reconheça.
— Eu mal entrei na sala e já estou vendo que duas alunas estão a conversar livremente como se não notassem a minha presença aqui. Estão começando bem, meninas.
— Não fala nada, Sofie...
— Garota de capuz, você poderia o abaixar? Está em uma sala de aula. — Ouvindo suas palavras, eu movi uma mão para frente, levantando o indicador e negando seu pedido com ele. — Posso saber o porquê? — Repito o movimento com meu dedo.
— Mel? Olha pra frente... — Ela me cutuca sob a mesa, mas eu me recuso com todas as minhas forças.
— Ela está com algum problema no rosto ou com alguma dor excruciante? — Ouço sua voz se aproximando e ficando cada vez mais alta como seus passos.
— Não, Senhor... — Minha amiga responde.
Sinto o capuz ser puxado da minha cabeça, descobrindo o meu rosto.
— Ah. Princesa das Quadras, certo? — Perguntou, irônico.
— Quem? — Me faço de desentendida, o olhando com tanta inocência que poderia enganar qualquer um. Mas, pela expressão dele, ele não é qualquer um. — Desculpe, você deve ter se confundido...
— Não, eu tenho certeza de que é você.
— Seja como for, você não pode tirar o capuz de uma pessoa contra a vontade dela. Isso é invasão da privacidade de um aluno.
— A sua amiga é sempre tão desdenhosa? — Suas sobrancelhas se franzem e seu olhar desvia para a Sofie lentamente, esperando a resposta dela.
— Sim, na maioria das vezes... — Ela responde, olhando para mim de relance pelos cantos dos olhos.
— Pronto, estou sem capuz, já que isso o incomoda tanto. — Arrumo o tecido na parte de trás do meu pescoço, arrumando meu cabelo para fora da roupa e da frente do meu rosto.
— Não me incomodou. Só queria ter certeza de que você não tinha mentido sobre a sua turma ser a terceiro C.
— Como? — Me espanto. — Você nem sabia que era eu.
— Vi sua foto nos documentos que me foram entregues. — Cruza os braços com um leve sorriso de canto, estufando o peito, fazendo parecer que é bem mais alto do que já é. — E você tem notas boas em outras matérias, mas em matemática... Tsc, tsc, tsc... — Maneia a cabeça negativamente, me encarando entre os cílios tão negros quanto seus cabelos exageradamente mergulhados em gel.
— Pense o que quiser... — Retruco com meu habitual desdém. Não vou ceder à esse professorzinho metido a galã.
— Hum... Bom. Vamos começar a aula. — Ele dá meia volta e anda até sua mesa, aparentemente, desistindo.
Foi fácil demais, não?
— O que foi isso? — Minha amiga volta a cutucar minha perna, quase se jogando no meu ombro para falar baixinho.
— Eu o insultei sem saber que esse mesmo professor era o mesmo homem com quem esbarrei no corredor. — Respondo, olhando fixamente para as costas do idiota.
— Ok, você não se deu bem no primeiro dia dele.
— Tudo bem, pessoal. Que tal vocês me dizerem o que andaram aprendendo com o Thompson nesses últimos meses em que ele foi o professor de matemática? — Se vira quando chega em sua nova mesa, se inclinando para sentar na ponta da madeira envernizada e cruzando os braços ao olhar diretamente na minha direção, sorrindo. — Se soltem, quero criar uma boa intimidade com cada um de vocês para que possamos progredir corretamente. — Ele passa a língua pelos dentes e leva uma das mãos aos cabelos, os arrumando para trás de forma sedutora. — Devo começar perguntando os nomes das meninas?
Por favor, que o dia não seja longo...
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Atualizado até capítulo 29
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