O domingo já estava chegando ao fim, e logo a noite chegou. Luiza passou a tarde em seu quarto pensando o quê fazer de sua vida agora. Tinha certeza que se voltasse para Nova York, Ryan iria transformar sua vida em um verdadeiro inferno. Seu celular começa a tocar, ela tira da bolsa e fica observando o número desconhecido, e seu sexto sentido dizia que era o Ryan.
Luiza - É ele!
Ela olha para o nada por alguns longos segundos, o número desconhecido volta a chamar.
Luiza - Me deixe em paz!
Ela tira o chip do celular e quebra ao meio jogando os pedaços no chão, deita-se na cama e se encolhe dobrando as pernas, abraçando-as e se sentindo sozinha, sem apoio de ninguém.
Luiza - Eu vou ficar aqui por um tempo até a poeira baixar, é a melhor maneira de me livrar da perseguição doentia do Ryan.
Seus pensamentos são interrompidos por barulhos em seus estômago, indicando que estava com fome e precisava sair para comer. Luiza pega as botas e calça, veste uma jaqueta e põe o gorro na cabeça. Tinha que ser rápida, pois seu Bartolomeu não gostava dos inquilinos chegando tarde em sua pousada.
Porém antes verificou quanto de dinheiro tinha na sua conta do banco, fez uma expressão preocupada e sentou na poltrona abaixando a cabeça e levando as mãos em cima dos olhos.
Luiza - Preciso encontrar um emprego, não tenho muito para me manter aqui por muito tempo.
Ela levanta-se, põe o celular na bolsa e sai do quarto, desce e encontra um rapaz na recepção no lugar do seu Bartolomeu.
Luiza - Boa noite!
Rapaz - Oi, boa noite!
Ela abre a porta para sair, bem na hora duas garotas entraram se esbarrando nela, mas nenhuma pediu desculpas e subiram os degraus sorridentes, cada uma segurando um copo de milk-shake.
Luiza apenas funga e revira os olhos começando a caminhar pelo cantinho da pista que já estava coberta por uma fina neve. Desceu a rua e parou para comer em uma lanchonete que servia sanduíches como prato principal, pediu um combo com batatas fritas e refrigerante e sentou na mesa afastada de alguns jovens, por conta do barulho das altas risadas, para ter uma certa tranquilidade na hora da refeição.
Colocou os fones para ouvir música enquanto comia, ao finalizar se dirigiu até o supermercado que ficava a algumas quadras. Pegou um cesto e pôs duas garrafinhas de água, bolachas e salgadinhos para comer durante a noite caso sentir fome.
Estava lendo o rótulo de uma embalagem de azeitonas quando alguém chamou seu nome, ela olha para o lado e dá de cara com a enfermeira Holly empurrando um carrinho de compras.
Luiza - Nossa, é você!
Ela abre um sorriso.
Holly - Realmente essa cidade é pequena, todos acabam se encontrando de um jeito ou de outro.
Luiza - É, isso eu já tinha percebido! (risos)
Holly - Recebeu alta?
Luiza - Sim, depois do almoço!
Holly - Hoje é o meu dia de folga, então aproveitei para fazer compras, a minha casa não tem nada.
Ambos sorriram.
Holly - Que bom que melhorou!
As duas começam a caminhar em direção ao caixa.
Luiza - É, estou só um pouco indisposta, mas logo vou estar cem por cento novamente.
Holly - Pode apostar!
Elas chegam no caixa.
Holly - Pode passar as suas compras primeiro.
Luiza - Obrigada!
Moça do caixa - Boa noite!
Falou enquanto mastigava um chiclete e passava as compras com um certo tédio.
As duas respondem e voltam a conversar.
Holly - Vamos marcar de qualquer dia você ir na minha casa, farei um pão recheado para o café da tarde.
Luiza - Claro, vamos marcar sim! (risos)
Holly - Você irá gostar, é receita da minha mãe!
Moça do caixa - 45 dólares!
Luiza - Você vende chip de celular?
Moça do caixa - Aham!
Luiza - Vou querer um!
Ela tira o cartão da bolsa e paga suas compras.
Holly - Tchau, Luiza!
Luiza - A gente se esbarra!
Ela junta todas as sacolas de compra e as coloca penduradas no seu antebraço e volta a caminhar, aproveita para olhar se tinha alguma placa indicando alguma casa para alugar.
...
Allan voltou para a casa, deu um banho na filha e vestiu o seu pijama da mulher maravilha.
Allan - Dormir né filha, amanhã tem aula.
Judy - Posso terminar de fazer o meu desenho, papai?
Allan - Tá!
Ele se encosta na aduela da porta e cruza os braços esperando que ela termine o tal desenho, boceja e olha a hora no relógio em seus pulso com uma certa impaciência.
Allan - O quê está desenhando?
Ele dá um passo para frente para ter visão, mas Judy tampa o desenho com as mãos, Allan inclina a cabeça para o lado não entendendo a atitude da filha.
Allan - Não posso ver?
Judy - Não!
Allan - E por quê?
A menina fica olhando para os lados e não responde, Allan sorriu levando na brincadeira e deu outro passo para frente na intenção de pegar a folha, mas Judy foi mais rápida e levantou-se imediatamente da cama, abriu a gaveta da cômoda e guardou o desenho.
Allan - Ué, filha! Eu não posso ver?
Judy - Não pode, papai!
Ele se aproxima e tenta abrir a gaveta, mas ela não deixa.
Allan - Sai!
Judy - Não!
Ele recua desconfiado e a olha.
Allan - O quê está acontecendo Judy? Eu não estou gostando nada desse mistério, o que tem ali?
Judy - Papai, pode fazer meu mingau?
Allan - Mingau? Você não toma há dois meses, disse que não gostava do gosto mais, agora resolveu querer novamente?
Judy - Aham! Tô com saudades do gosto!
Ele olha para a gaveta.
Allan - Sei...
Ele sai do quarto para fazer o mingau na cozinha, Judy corre até a porta e fica olhando o pai se distanciar, só então abre a gaveta da cômoda novamente e tira a folha, dobra e guarda dentro da caixa de brinquedos.
Allan retorna segurando a mamadeira e dá para a filha tomar enquanto assistia o desenho animado deitada na cama. Com um tempo ela acabou dormindo, ele tirou a mamadeira de suas mãos e a cobriu.
Entretanto, na hora que ia sair do quarto lembra da folha e se aproxima da cômoda, abre a gaveta e não encontra, posteriormente abre todas as gavetas, mas nada. Ele olha para a filha dormindo e fica um tempo pensativo, desliga a luz do abajur e sai.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 101
Comments
Joelma Silveira
Judy fez o desenho da estranha kkkkk
2024-04-08
10
Adiji Abdallah
Curiosa pra saber o que ela está desenhando 🤔
2024-04-08
1
Socorro Maria
acho que ela desenhou a estranha
2024-04-07
1