Capítulo 13

No dia seguinte, Luiza acordou sem saber onde estava, pois a claridade da luz do quarto a fez fechar os olhos e abrir várias vezes tentando ajustar sua visão turva ao ambiente que se encontrava.

Abre os olhos mais uma vez e vira o rosto para o lado dando de cara com vários equipamentos hospitalares, foi aí que a ficha dela caiu e se deu conta que tudo que passou não foi um simples pesadelo, e sim a realidade vivida.

Luiza - Não!

Ela dá um sopapo para frente se sentando bruscamente na cama, tira todos os acessos de seus braços e tenta ficar em pé, entretanto, fica tonta sentindo tudo girando em sua volta e cai para trás com tudo adormecendo novamente.

Assim o dia foi se passando, quando Luiza acordou novamente já tinha passado da hora do almoço. Ela olha seu braço e todos os acessos foram recolocados novamente

Doutor - Que bom que acordou!

A voz calma a fez virar o rosto para o outro lado.

Doutor - Boa tarde, senhorita Luiza Padilha!

Luiza - Quanto...

Ela dá uma pausa antes de falar.

Luiza - Quanto tempo estou dormindo?

Doutor - Há algumas horas! Como se sente?

Luiza - Fraca, e com dor no rosto!

Doutor - Já pedi o seu almoço, precisa se alimentar.

Luiza - E o Ryan? Foi..foi ele que...

Ela pensa antes de falar, e decide se calar.

Doutor - Quem é Ryan?

Nesse momento a enfermeira plantonista diurna entra segurando uma bandeja com um prato de sopa, geleia e água.

Doutor - Vou ajustar a cama para você sentar.

Luiza - Obrigada!

Ela leva os dedos nos lábios sentindo-os descamando, bastante ressecados.

Luiza - Quando irei receber alta?

Doutor - Talvez amanhã, isso dependerá de você! Agora tome sua sopa, tem que se fortificar.

Ela confirma com um gesto e começa a tomar a sopa…

Luiza passou o resto da tarde acordada, observando o vento balançar as árvores além da janela, viu o dia ir embora e escurecer. Estava um pouco entediada e preocupada com o seu futuro, pois o soco que o Ryan lhe deu no rosto foi a gota d'água.

Luiza - Você nunca mais vai levantar suas mãos imundas na minha direção outra vez, seu maldito!

Ela senta-se na cama e soca o colchão chorando indignada por ter permitido mais uma vez tal agressão.

Luiza - Eu te mato, seu covarde!

Batidas na porta...

Ela olha em direção a porta e franze o cenho.

Luiza - Pode entrar!

A maçaneta é girada e dois homens trajados de uniforme da polícia entram no quarto.

Policial - Boa noite!

Luiza - Boa noite.

Policial - Como se sente?

Luiza - Melhor!

Policial - Hum...

Um deles caminha até a janela e olha a paisagem da fria noite.

Policial - Sabe por quê estamos aqui, senhorita Luiza?

Ela puxa todo o ar possível para dentro de seus pulmões e o solta criando coragem.

Luiza - Sim! Foi meu ex que me agrediu, me deu um soco no rosto que eu fui parar no meio da pista de gelo.

Policial - Fomos ao hotel, ontem mesmo, seu namorado fechou a conta e foi embora do estado, voltou para Nova York.

Luiza - Covarde!

Ela pronuncia a palavra com dentes cerrados de tanta raiva que estava sentindo dele.

Policial - A senhorita pode abrir um processo contra essa canalha e pedir uma medida protetiva contra ele.

Luiza - Eu farei! Mas... Ele é muito rico, tem muita influência, então creio que não acontecerá nada com aquele...

Ela já ia falar um palavrão, mas se conteve. Um dos policiais se aproxima e olha o hematoma no rosto dela, depois nos pulsos e no braço, Indignado, olha para seu parceiro e amassa os lábios como se estivessem se comunicando por gestos.

Policial - Não pode ter medo de denunciar, tem que enfrentar e ir com o processo até o fim.

Luiza - Eu irei, não me importo mais com a retaliação dele contra mim.

Policial - Pode nos relatar todo o ocorrido de ontem no parque?

Luiza - Sim!

Ela simplesmente conta tudo com riqueza de detalhes, ao mesmo tempo que chorava por se sentir humilhada por ter que se submeter a tal exposição, já que os policiais a alertaram que o vídeo do acidente está rolando nas redes sociais.

Depois do seu depoimento, os policiais foram embora e Luiza ficou sozinha no quarto pensando nas frases que Ryan jogou na sua cara ontem, de que ela não tinha ninguém nesse mundo.

Luiza - Prefiro ser sozinha no mundo que me submeter a ficar com esse homem covarde outra vez.

Batidas na porta...

Ela olha na direção e uma enfermeira entra trazendo o seu jantar.

Enfermeira - Olá, Luiza?

Luiza - Oi!

Enfermeira - Acho que você não lembra de mim, eu estava no plantão da noite quando você deu entrada no hospital ontem.

Luiza - Ah... é...

Ambos sorriem...

Enfermeira - Me chamo Holly!

Luiza - Prazer, você me parece muito simpática!

Holly - Eu sou! (risos)

Luiza - Nossa, que caldo de carne delicioso!

Holly - Sabia que você iria gostar, é o meu preferido da noite! Principalmente nesse tempo tão frio.

As duas sorriem.

Holly - Ah, eu já estava esquecendo, o Allan Bradley veio agora pouco no hospital atrás de notícias suas.

Ela para a colher e a olha.

Luiza - E quem é Allan Bradley?

Holly - O bonitão que lhe salvou no parque!

Nesse momento ela lembra de ser socorrida por ele e os dois se encarando.

Luiza - Ele veio aqui?

Holly - Aham! Queria só saber mesmo se você estava bem!

Ela sorri de lábios fechados e abaixa o rosto um tanto quanto envergonhada, colocando alguns fios de cabelos para trás.

Holly - Mas ele não quis entrar, disse que estava com pressa.

Luiza - É... ele não quis entrar?

Fica um silêncio repentino no ar.

Holly - Gostou dele? (risos)

Luiza arregala os olhos e fica com suas maçãs do rosto vermelhas igual a um tomate.

Luiza - Não, é que... eu...

Ela se atrapalha inteira para falar, arrancando risadas da enfermeira Holly.

Luiza - Eu queria muito agradecer a ele, afinal, se não fosse por sua bravura e coragem, eu não estaria viva agora.

A enfermeira dá de ombros.

Holly - É, isso é verdade! Eu assisti o vídeo e foi agonizante ver a cena.

Ela tira o celular do bolso do jaleco.

Holly - Quer ver?

Imediatamente, Luiza estica o braço com a mão aberta, negando.

Luiza - Não, eu... eu não quero ver!

Ela fica um pouco nervosa e tenta respirar corretamente, pois sua ansiedade já estava querendo dar as caras.

Holly - Tudo bem, me desculpe! Está tudo bem!

Ela volta a tomar o caldo e comer um pedacinho de pão.

Luiza - Não se preocupe!

Ela sorriu amigavelmente mostrando que estava tudo bem para a enfermeira.

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Comments

Angela Rodrigues

Angela Rodrigues

já tava pensando que ele não tinha ido nem ver se ela estava bem,cada batida na porta a ansiedade ia a mil kkkkk

2024-03-31

12

Rayane isolina

Rayane isolina

ficou feliz de saber que seu herói quer saber notícias sua né kkk

2024-02-28

5

Lucy Silva

Lucy Silva

amei 🤩

2024-02-22

2

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