No dia seguinte, Luiza acordou sem saber onde estava, pois a claridade da luz do quarto a fez fechar os olhos e abrir várias vezes tentando ajustar sua visão turva ao ambiente que se encontrava.
Abre os olhos mais uma vez e vira o rosto para o lado dando de cara com vários equipamentos hospitalares, foi aí que a ficha dela caiu e se deu conta que tudo que passou não foi um simples pesadelo, e sim a realidade vivida.
Luiza - Não!
Ela dá um sopapo para frente se sentando bruscamente na cama, tira todos os acessos de seus braços e tenta ficar em pé, entretanto, fica tonta sentindo tudo girando em sua volta e cai para trás com tudo adormecendo novamente.
Assim o dia foi se passando, quando Luiza acordou novamente já tinha passado da hora do almoço. Ela olha seu braço e todos os acessos foram recolocados novamente
Doutor - Que bom que acordou!
A voz calma a fez virar o rosto para o outro lado.
Doutor - Boa tarde, senhorita Luiza Padilha!
Luiza - Quanto...
Ela dá uma pausa antes de falar.
Luiza - Quanto tempo estou dormindo?
Doutor - Há algumas horas! Como se sente?
Luiza - Fraca, e com dor no rosto!
Doutor - Já pedi o seu almoço, precisa se alimentar.
Luiza - E o Ryan? Foi..foi ele que...
Ela pensa antes de falar, e decide se calar.
Doutor - Quem é Ryan?
Nesse momento a enfermeira plantonista diurna entra segurando uma bandeja com um prato de sopa, geleia e água.
Doutor - Vou ajustar a cama para você sentar.
Luiza - Obrigada!
Ela leva os dedos nos lábios sentindo-os descamando, bastante ressecados.
Luiza - Quando irei receber alta?
Doutor - Talvez amanhã, isso dependerá de você! Agora tome sua sopa, tem que se fortificar.
Ela confirma com um gesto e começa a tomar a sopa…
Luiza passou o resto da tarde acordada, observando o vento balançar as árvores além da janela, viu o dia ir embora e escurecer. Estava um pouco entediada e preocupada com o seu futuro, pois o soco que o Ryan lhe deu no rosto foi a gota d'água.
Luiza - Você nunca mais vai levantar suas mãos imundas na minha direção outra vez, seu maldito!
Ela senta-se na cama e soca o colchão chorando indignada por ter permitido mais uma vez tal agressão.
Luiza - Eu te mato, seu covarde!
Batidas na porta...
Ela olha em direção a porta e franze o cenho.
Luiza - Pode entrar!
A maçaneta é girada e dois homens trajados de uniforme da polícia entram no quarto.
Policial - Boa noite!
Luiza - Boa noite.
Policial - Como se sente?
Luiza - Melhor!
Policial - Hum...
Um deles caminha até a janela e olha a paisagem da fria noite.
Policial - Sabe por quê estamos aqui, senhorita Luiza?
Ela puxa todo o ar possível para dentro de seus pulmões e o solta criando coragem.
Luiza - Sim! Foi meu ex que me agrediu, me deu um soco no rosto que eu fui parar no meio da pista de gelo.
Policial - Fomos ao hotel, ontem mesmo, seu namorado fechou a conta e foi embora do estado, voltou para Nova York.
Luiza - Covarde!
Ela pronuncia a palavra com dentes cerrados de tanta raiva que estava sentindo dele.
Policial - A senhorita pode abrir um processo contra essa canalha e pedir uma medida protetiva contra ele.
Luiza - Eu farei! Mas... Ele é muito rico, tem muita influência, então creio que não acontecerá nada com aquele...
Ela já ia falar um palavrão, mas se conteve. Um dos policiais se aproxima e olha o hematoma no rosto dela, depois nos pulsos e no braço, Indignado, olha para seu parceiro e amassa os lábios como se estivessem se comunicando por gestos.
Policial - Não pode ter medo de denunciar, tem que enfrentar e ir com o processo até o fim.
Luiza - Eu irei, não me importo mais com a retaliação dele contra mim.
Policial - Pode nos relatar todo o ocorrido de ontem no parque?
Luiza - Sim!
Ela simplesmente conta tudo com riqueza de detalhes, ao mesmo tempo que chorava por se sentir humilhada por ter que se submeter a tal exposição, já que os policiais a alertaram que o vídeo do acidente está rolando nas redes sociais.
Depois do seu depoimento, os policiais foram embora e Luiza ficou sozinha no quarto pensando nas frases que Ryan jogou na sua cara ontem, de que ela não tinha ninguém nesse mundo.
Luiza - Prefiro ser sozinha no mundo que me submeter a ficar com esse homem covarde outra vez.
Batidas na porta...
Ela olha na direção e uma enfermeira entra trazendo o seu jantar.
Enfermeira - Olá, Luiza?
Luiza - Oi!
Enfermeira - Acho que você não lembra de mim, eu estava no plantão da noite quando você deu entrada no hospital ontem.
Luiza - Ah... é...
Ambos sorriem...
Enfermeira - Me chamo Holly!
Luiza - Prazer, você me parece muito simpática!
Holly - Eu sou! (risos)
Luiza - Nossa, que caldo de carne delicioso!
Holly - Sabia que você iria gostar, é o meu preferido da noite! Principalmente nesse tempo tão frio.
As duas sorriem.
Holly - Ah, eu já estava esquecendo, o Allan Bradley veio agora pouco no hospital atrás de notícias suas.
Ela para a colher e a olha.
Luiza - E quem é Allan Bradley?
Holly - O bonitão que lhe salvou no parque!
Nesse momento ela lembra de ser socorrida por ele e os dois se encarando.
Luiza - Ele veio aqui?
Holly - Aham! Queria só saber mesmo se você estava bem!
Ela sorri de lábios fechados e abaixa o rosto um tanto quanto envergonhada, colocando alguns fios de cabelos para trás.
Holly - Mas ele não quis entrar, disse que estava com pressa.
Luiza - É... ele não quis entrar?
Fica um silêncio repentino no ar.
Holly - Gostou dele? (risos)
Luiza arregala os olhos e fica com suas maçãs do rosto vermelhas igual a um tomate.
Luiza - Não, é que... eu...
Ela se atrapalha inteira para falar, arrancando risadas da enfermeira Holly.
Luiza - Eu queria muito agradecer a ele, afinal, se não fosse por sua bravura e coragem, eu não estaria viva agora.
A enfermeira dá de ombros.
Holly - É, isso é verdade! Eu assisti o vídeo e foi agonizante ver a cena.
Ela tira o celular do bolso do jaleco.
Holly - Quer ver?
Imediatamente, Luiza estica o braço com a mão aberta, negando.
Luiza - Não, eu... eu não quero ver!
Ela fica um pouco nervosa e tenta respirar corretamente, pois sua ansiedade já estava querendo dar as caras.
Holly - Tudo bem, me desculpe! Está tudo bem!
Ela volta a tomar o caldo e comer um pedacinho de pão.
Luiza - Não se preocupe!
Ela sorriu amigavelmente mostrando que estava tudo bem para a enfermeira.
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Atualizado até capítulo 101
Comments
Angela Rodrigues
já tava pensando que ele não tinha ido nem ver se ela estava bem,cada batida na porta a ansiedade ia a mil kkkkk
2024-03-31
12
Rayane isolina
ficou feliz de saber que seu herói quer saber notícias sua né kkk
2024-02-28
5
Lucy Silva
amei 🤩
2024-02-22
2