Acordo No Gelo

Acordo No Gelo

prólogo #1

… Brinnie…

    De novo, o pincel em mãos, as tintas na paleta, mas não sai nada, se foi, a leveza que eu tinha se foi. Também o que eu queria? Aquele idiota quebrou minha mão.

Lavo tudo e guardo, hoje é mais um dia de um mês tentando concretizar algo nessa merda de tela. Se eu não melhorar, não terei mais o que fazer na faculdade de artes, não sou boa em nada mais, nem em humanas, muito menos em exatas.

“ Brinnie…” com as mãos em meus ombros meu pai mais vez vem me consolar.

Me sinto uma fracassada, não posso deixar isso assim. Ele está tão mal quanto eu, não posso ficar me autossabotando. Mamãe morreu e está tudo bem. Já faz um ano, está tudo b...

— Porra… — não está tudo bem.

— Você vai conseguir. Se acalme, é só ter paciência que ela aparecerá. Lembre-se, sua arte vem do que você sente. — ele diz com as mãos me massageando.

— Esse é o problema, pai. Eu não sinto nada, só fica vazio. — digo quase arrancando meus cabelos.

— Brinnie, você vai superar isso, é normal ter bloqueio criativo. — Ela diz me puxando para o jantar — vamos comer. Hoje tem jogo do Florida.

— Não quero ver hóquei pai. Quero pintar! — Digo sendo arrastada até a cozinha.

Moramos em um apartamento em Boston. Mas estudo em Minnesota, devido aos planos da minha mãe de me mandar para a faculdade longe de casa. Eu queria estudar em Harvard, mas meus pais queria que eu saísse de perto deles. Sou filha única e também sou muito apegada as eles. — Era — já que minha mãe se foi.

Meu pai pegar a pizza e coloca sob a mesa de centro e três latas de Coca-Cola. Com o jogo no terceiro período, eu só estou vendo o que está passando, pelo até que vejo uma cena horrível! Um jogador do Chicago praticamente enfiou os patins no Atual queridinho Hunter Baker.

— Droga! Ele vai ter que sair. — diz meu pai bem decepcionado.

— … Ele talvez só sairá para não piorar. — Digo quase rindo do desespero do senhor de quarenta e seis anos.

— Você viu aquilo? Como aquele cara continua no gelo? — não ria Brinnie.

E no fim, o tal Baker saiu mesmo. Quero muito rir, está machucado, não estou feliz com isso, só que eu não gosto dele. Ele era da minha universidade até o ano passado e era um verdadeiro canalha, eu não quero o mal dele mas também não quero o bem.

— Sinto pena dele. Ele era um grande jogador lá no campus. — digo pegando uma pizza.

— Exato, se ele se machucar assim no início vai ficar fora da temporada que acabou de começar. — Agora ele parece aliviado.

— Eu não gosto dele. — digo. — Se achava o machão só por ser o capitão do time.

— Tecnicamente, ele é. — Às vezes esse fanático me estressa.

Me levanto e vou para meu quarto.

                                                                                            … Hunter…

Droga! Isso dói! Dói para caralho! Não acredito que aquele cretino me fodeu. Era só um jogo e pronto todos iriam sair do meu pé, era só eu ir bem e até mesmo esses paparazzi de merda iria esquecer desse último escândalo. Mas ele já tem uma matéria nova.

“ Acho que não quebrou.” diz o médico do ginásio.

— Então posso voltar? — pergunto querendo voltar.

— Não. Nem pensar, não quebrou, mas foi quase. No mínimo uma contusão grave Hunter. — Não, não…

Tiro as luvas e jogo-as longe. O assistente já faz aquela expressão irritante de que estou completamente ferrado. Era minha temporada, minha primeira temporada! Por que tenho que me ferrar? Eu nem estava fazendo tanto.

— Quanto tempo? — Pergunto já muito nervoso.

— De um mês até seis. — seis meses a temporada acaba. Não posso perder tempo.

— CONSEGUE FAZER ISSO SE CURAR MAIS RÁPIDO? — digo nervoso.

— Se você fazer repouso por três meses, sem nenhuma algazarra, talvez três meses. — O médico diz.

Três meses, talvez eu consiga voltar, mas eu não entendi o que ele quis dizer com “algazarra” ? Não ligo se for para voltar para o gelo eu faço. Até mesmo um pacto com o diabo se for necessário.

Sem beber mais do sei lá quanto de álcool por semana, sem sexo intenso, sem drogas — Usei uma vez e já levam isso como se eu fosse um usuário — sem gelo. Isso não é repouso, é um castigo. Pior que isso são os olhares de pena dos meus colegas de time, já até ouvi um” Acabou com a carreira” De alguns. Só vi para Florida por que era a melhor proposta no draft. Mas estou me arrependendo. Todos do time acham que sou um garoto e me tratam como se eu fosse ingênuo, mas não sou. E eu sei muito bem que alguns até me odeiam por tomar o lugar o Lancaster. Mas o cara se aposentou tem anos, mas ainda era a camisa dele e ficam me enchendo o saco com isso.

Jogue como ele.

Seja como ele.

Não manche a honra que esse número tem.

Que merda! Odeio que tenho expectativas em mim.

— Hunter, você sabe que precisa de repouso, mas você não está fazendo isso. — diz o técnico.

Ao que parece ele também já leu sobre a possibilidade de eu ser pai, já que a Kendall disse ao mundo que dormi com ela no banco de trás da minha Mercedes. Não sou o pai, mas quem vai acreditar no “Playboy do hóquei”? Ninguém! Meu irmão já me ligou dizendo que se for verdade ele vem de Boston e me encher de socos.

— Não é verdade, eu uso preservativo. — digo.

— Você nem nega que dormiu com ela? — ele parece decepcionado.

— Use camisinha. — Digo sério — agora está me dizendo que por causa dela tenho que sair da florida?

— Não sou eu. E não é por mim. — Ele diz tirando o óculos — É por você, você é jovem e está se recuperando, sair da florida por três meses cai ajuda a esquecer que você é esse tiro de playboy.

— Eu não vou para Boston. — digo sério.

Para lá eu não vou nem a base de ameaça. Se eu for lá, meu irmão vai me obrigar a falar com meu pai e isso eu não quero.

— Não sei. Vá para Minnesota ou sei lá. Mas o Calvin vai com você. — Não o Calvin não!

Ele tá mais para babá do que fisioterapeuta. Ele não vai me deixar nem sequer transar. Se bem que, até que ir para Minneapolis não seria ruim. Até onde sei a Mona continua lá e tem muitas das minhas antigas amiguinhas lá. Acho que será ótimo!

— Então. — meu empresário me olha — Vou para Minneapolis.

— Aceitou rápido demais. — o treinador diz com uma expressão de desgosto.

Por que não. Eu saí de lá após me formar nem tive tempo para uma saideira. Vão ser interessante voltar.

Mais populares

Comments

Maria Izabel

Maria Izabel

interessante ♥️

2024-07-10

0

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!