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Acordo No Gelo

prólogo #1

… Brinnie…

    De novo, o pincel em mãos, as tintas na paleta, mas não sai nada, se foi, a leveza que eu tinha se foi. Também o que eu queria? Aquele idiota quebrou minha mão.

Lavo tudo e guardo, hoje é mais um dia de um mês tentando concretizar algo nessa merda de tela. Se eu não melhorar, não terei mais o que fazer na faculdade de artes, não sou boa em nada mais, nem em humanas, muito menos em exatas.

“ Brinnie…” com as mãos em meus ombros meu pai mais vez vem me consolar.

Me sinto uma fracassada, não posso deixar isso assim. Ele está tão mal quanto eu, não posso ficar me autossabotando. Mamãe morreu e está tudo bem. Já faz um ano, está tudo b...

— Porra… — não está tudo bem.

— Você vai conseguir. Se acalme, é só ter paciência que ela aparecerá. Lembre-se, sua arte vem do que você sente. — ele diz com as mãos me massageando.

— Esse é o problema, pai. Eu não sinto nada, só fica vazio. — digo quase arrancando meus cabelos.

— Brinnie, você vai superar isso, é normal ter bloqueio criativo. — Ela diz me puxando para o jantar — vamos comer. Hoje tem jogo do Florida.

— Não quero ver hóquei pai. Quero pintar! — Digo sendo arrastada até a cozinha.

Moramos em um apartamento em Boston. Mas estudo em Minnesota, devido aos planos da minha mãe de me mandar para a faculdade longe de casa. Eu queria estudar em Harvard, mas meus pais queria que eu saísse de perto deles. Sou filha única e também sou muito apegada as eles. — Era — já que minha mãe se foi.

Meu pai pegar a pizza e coloca sob a mesa de centro e três latas de Coca-Cola. Com o jogo no terceiro período, eu só estou vendo o que está passando, pelo até que vejo uma cena horrível! Um jogador do Chicago praticamente enfiou os patins no Atual queridinho Hunter Baker.

— Droga! Ele vai ter que sair. — diz meu pai bem decepcionado.

— … Ele talvez só sairá para não piorar. — Digo quase rindo do desespero do senhor de quarenta e seis anos.

— Você viu aquilo? Como aquele cara continua no gelo? — não ria Brinnie.

E no fim, o tal Baker saiu mesmo. Quero muito rir, está machucado, não estou feliz com isso, só que eu não gosto dele. Ele era da minha universidade até o ano passado e era um verdadeiro canalha, eu não quero o mal dele mas também não quero o bem.

— Sinto pena dele. Ele era um grande jogador lá no campus. — digo pegando uma pizza.

— Exato, se ele se machucar assim no início vai ficar fora da temporada que acabou de começar. — Agora ele parece aliviado.

— Eu não gosto dele. — digo. — Se achava o machão só por ser o capitão do time.

— Tecnicamente, ele é. — Às vezes esse fanático me estressa.

Me levanto e vou para meu quarto.

                                                                                            … Hunter…

Droga! Isso dói! Dói para caralho! Não acredito que aquele cretino me fodeu. Era só um jogo e pronto todos iriam sair do meu pé, era só eu ir bem e até mesmo esses paparazzi de merda iria esquecer desse último escândalo. Mas ele já tem uma matéria nova.

“ Acho que não quebrou.” diz o médico do ginásio.

— Então posso voltar? — pergunto querendo voltar.

— Não. Nem pensar, não quebrou, mas foi quase. No mínimo uma contusão grave Hunter. — Não, não…

Tiro as luvas e jogo-as longe. O assistente já faz aquela expressão irritante de que estou completamente ferrado. Era minha temporada, minha primeira temporada! Por que tenho que me ferrar? Eu nem estava fazendo tanto.

— Quanto tempo? — Pergunto já muito nervoso.

— De um mês até seis. — seis meses a temporada acaba. Não posso perder tempo.

— CONSEGUE FAZER ISSO SE CURAR MAIS RÁPIDO? — digo nervoso.

— Se você fazer repouso por três meses, sem nenhuma algazarra, talvez três meses. — O médico diz.

Três meses, talvez eu consiga voltar, mas eu não entendi o que ele quis dizer com “algazarra” ? Não ligo se for para voltar para o gelo eu faço. Até mesmo um pacto com o diabo se for necessário.

Sem beber mais do sei lá quanto de álcool por semana, sem sexo intenso, sem drogas — Usei uma vez e já levam isso como se eu fosse um usuário — sem gelo. Isso não é repouso, é um castigo. Pior que isso são os olhares de pena dos meus colegas de time, já até ouvi um” Acabou com a carreira” De alguns. Só vi para Florida por que era a melhor proposta no draft. Mas estou me arrependendo. Todos do time acham que sou um garoto e me tratam como se eu fosse ingênuo, mas não sou. E eu sei muito bem que alguns até me odeiam por tomar o lugar o Lancaster. Mas o cara se aposentou tem anos, mas ainda era a camisa dele e ficam me enchendo o saco com isso.

Jogue como ele.

Seja como ele.

Não manche a honra que esse número tem.

Que merda! Odeio que tenho expectativas em mim.

— Hunter, você sabe que precisa de repouso, mas você não está fazendo isso. — diz o técnico.

Ao que parece ele também já leu sobre a possibilidade de eu ser pai, já que a Kendall disse ao mundo que dormi com ela no banco de trás da minha Mercedes. Não sou o pai, mas quem vai acreditar no “Playboy do hóquei”? Ninguém! Meu irmão já me ligou dizendo que se for verdade ele vem de Boston e me encher de socos.

— Não é verdade, eu uso preservativo. — digo.

— Você nem nega que dormiu com ela? — ele parece decepcionado.

— Use camisinha. — Digo sério — agora está me dizendo que por causa dela tenho que sair da florida?

— Não sou eu. E não é por mim. — Ele diz tirando o óculos — É por você, você é jovem e está se recuperando, sair da florida por três meses cai ajuda a esquecer que você é esse tiro de playboy.

— Eu não vou para Boston. — digo sério.

Para lá eu não vou nem a base de ameaça. Se eu for lá, meu irmão vai me obrigar a falar com meu pai e isso eu não quero.

— Não sei. Vá para Minnesota ou sei lá. Mas o Calvin vai com você. — Não o Calvin não!

Ele tá mais para babá do que fisioterapeuta. Ele não vai me deixar nem sequer transar. Se bem que, até que ir para Minneapolis não seria ruim. Até onde sei a Mona continua lá e tem muitas das minhas antigas amiguinhas lá. Acho que será ótimo!

— Então. — meu empresário me olha — Vou para Minneapolis.

— Aceitou rápido demais. — o treinador diz com uma expressão de desgosto.

Por que não. Eu saí de lá após me formar nem tive tempo para uma saideira. Vão ser interessante voltar.

#2

...Brinnie....

    Não quero ouvir de novo que esta tornando-se pior. Eu não quero ouvir da Lara que eu ainda estou com medo de pintar. — Pego minha bolsa e saio andando o mais rápido que consigo pelos corredores da universidade, desço as escadas, esbarro com alguém, mas não ligo. Quero ir para casa.

   Meu dia foi uma porcaria, tenho que melhorar, tenho que sair desse bloqueio, sinto raiva de mim, mas não consigo colocar na tela. Estou sentada há horas aqui que nada.

" Brinnie vamos a um café! " Diz Jessie a minha colega de quarto.

— Um segundo. — digo olhando o dia se despedir com o sol beijando as montanhas.

— Você disse isso há horas. — ela diz apoiando no meu tripé.

— não apoie no meu tripé! — digo me levantando e derramando tinta no macacão. — Que droga Jess!

— Você nem fez nada! Por que está tão brava!? — talvez seja devido ao seu jeito de não se importar.

— ... deixa para lá. — me calo. — pode ir primeiro, vou guardar tudo.

— Deixe aí, ninguém vai entra aqui. — Ela diz me puxando.

— Não. Vou guarda tudo. — digo me soltando.

— Você é certinha demais. Vamos? Quero ver se eu vejo uma pessoa. — E aí está.

       Ela não se importa comigo, só quer ver se aquele cretino está andando pelas ruas, ela faz isso todos os dias nas últimas semanas. Ainda não acredito que Aquele canalha voltou a cidade. Me senti tão bem quando ele foi embora, até às festas diminuíram.

           Jess que me disse para deixar tudo para trás, está fazendo uma maquiagem tão pesada que eu sinto pena do rosto dela. Para quê? Para impressionar um idiota? Pelo amor de Deus! Alguém deveria dizer que isso não vai dar certo. A mim ela não ouve. Jess passou três anos que estuda aqui esperando por uma oportunidade de ir para cama com ele. Mas Hunter não pega ninguém que já tenha namorado os amigos dele.

— Vamos Jess! — digo já impaciente.

— Para quem tinha que guardar tudo, você está com pressa. — ela diz terminando o batom.

— Quero um café. — digo sem muito humor.

     Ela sorri como se recebesse um prêmio, me agarra como um troféu e praticamente me arrasta para a rua. Fomos andando, primeiro rodamos umas, oito esquinas do bairro por que ela está crente que ele vai aparecer do nada e agarrar ela. — finalmente a cafeteira.

          Entramos e vou direto para o balcão, peço um cappuccino e Jess um café com leite. Até onde eu sei ela gastou toda a mesada em roupas de novo. Eu não trabalho devido à faculdade. Como tenho que ir às oficinas a tarde e as eletivas de artes, não tenho tempo e meu pai também não quis isso. — Sinto um arrepio.

    Olho por cima dos ombros, vejo algumas pessoas da universidade e passo o olho rápido. Paro, minha boca vai ao chão e Jess enfia as unhas no meu braço controlando o grito. Ele está literalmente há cinco passo dela. Eu não quero me envolver com isso. Vou para o lugar mais longe que tem dele, todas as garotas desse café estão vidradas nele. E Jess não é exceção. Pego meu telefone e coloco os fones, abaixo minha cabeça e viajo por segundos. Não chegou nem a um minuto literalmente.

            Meu café chegou e noto que Jess estão em outra mesa com as amigas dela. Isso é tão legal! Eba! Ela me chama e abandona. Vou até o balcão e quando estou passando pela mesa dele sou atingida por uma bomba de café. Gelado, mas me sinto quente, odeio isso, ser o centro das atenções!

" Foi mal." assim que ouço a voz, meu corpo todo fica trêmulo.

       Ele... por que esse cara!? Meu macacão, meu cabelo, eu estou cheirando a café! Olho para ele, odeio essa expressão de despreocupado dele, de quem acha que vai ser perdoado assim que fazer essa cara de garoto pidão.

— Foi mal, o caralho. — digo brava.

— Já disse desculpe, tá legal? — ele diz sorrindo.

— É uma piada? Não tem graça. — digo virando de costas.

Ótimo amanhã que vou ser motivo de chacota na aula. Pego meu café e pago, Jess colocou o dela com o meu, isso também me tira do sério. Pego o café e saio do lugar. Não aceito isso, não aceito.

...Hunter....

     Foi um mísero acidente, um acidente inofensivo, não precisava me xingar. Eu não fiz por que eu quis, até por que ela não é nem uma das garotas que eu faria isso. Nem sei que ela é, deve ser caloura. Nunca a vi pelo campus. Ela chegou com a Jess não é?

" Vá atrás dela." Diz Calvin.

Não entendo por quê.

— Por quê?

— se não quiser sair nas notícias amanhã, que você sair por aí derrubando café em alunos da suas antigas universidade, você vai atrás dela e vai se desculpar. — É por isso que não queria ele aqui.

— Foi um acidente. — Não tinha notado ela, Jess. — Brinnie estava de mau-humor hoje.

    Eu não me lembro de nenhuma garota bonita de olhos claro e cabelos escuros como ela. Brinnie, Brinnie... conheço o nome, quem, quem é ela... Brinnie! A garota gênio!

Ela não saiu da universidade junto comigo? Achei que ela fosse mais velha, já é bem conhecida por ser a réplica exata de Van Gogh ou algo assim... Nunca tinha visto ela na minha vida. Brinnie, a garota gênio é uma baixinha mal-humorada? Quero rir, mas uma chamada de atenção do Calvin e eu vejo que tenho que ir atrás dela. Mas nem sei onde ela está... Jess sabe.

— Jess, sabe onde ela está indo? — Genia ou não, ela não parece legal o suficiente para me convidar para a casa dela.

— Para o dormitório, provavelmente, eu sei onde é, para ser exata eu divido com ela. — ela agarra meu braço. — te levo lá, se voce quiser...

— Lamento mocinha. — Calvin entra no meio — nada de agarrar.

— Ah... sinto muito — ela pode estar com essa carinha triste, mas não sente nada. — Mas posso levar você lá.

        Não quero lidar com ela mais uma vez, ela namorou o Gilbert no primeiro ano e é contra meus princípios pegar ex de amigo, uma regra minha. Mas de acordo com Calvin, estamos sendo observados. Então sem escândalo.

— Por favor, então. — digo sorrindo de leve.

     Ela abre a porta e noto que é uma divisão de águas, metade do quarto está como se fosse uma zona de guerra e o outra parece ter mais coisas, mas perfeitamente arrumado e a dona dele acaba de sair do banheiro com uma toalha na cabeça e uma expressão furiosa.

— Caramba, Jess! Falei que se for transar aqui tem que me avisar! — aí está, uma visão que não se vê todo dia.

— Brinnie! Não é isso! — Jess tem uma mania de sempre enfiar as unhas nos outros, quando ela vai fazer isso a tal Brinnie passa por ela.

— Se não é. Então por que isso está no meu quarto? — Ela pode ser baixa, mas me senti contra a parede e aliás...  

Ela acabou de me chamar de lixo?

— Vim me desculpar com você.— Coloco as mãos no bolso da jaqueta para não demonstrar que me ofendeu.

     Ela somente cruza os braço e me encara. Eu não quero fazer isso, ela parece o tipo rancorosa, Calvin disse que viu fotógrafos e se essa garota marrenta não entrar em um acordo eme ferrar, devo dizer adeus a minha carreira.

— Preciso manter as aparências, mas saiba que eu não queira fazer isso também. — tento parecer serio, mas ela ri e acaba co meu esforço.

— Não preciso disso, só cai fora. — ela joga o cabelo molhado para trás mostrando os olhos azuis quase cinzas que me tirou o folego que jurei serem verdes.

— Qual é Brinnie! — nossa, Jess realmente está enfiando as unhas no braço dela? Pela expressão da gata marrenta ela vai xingar muito essa garota — porque não tomamos uma cerveja pata reconciliação de vocês.

      Eu nunca vi uma garota como ela, essa garota literalmente não se importa em dar uma cotovelada na amiga, se é que pode chamar isso de amizade.— Não obrigada, tenho que ir pintar. — é verdade, ela é artista.

— Você está em crise, nem pintar estão pintando! — Não sei se é segredo, mas a expressão no rosto da garota gênio diz que ela não deveria dizer isso.

— Já chega, eu não quero ficar no mesmo ambiente que ele, feliz? — sem mais nenhum argumento, ela se virou para porta, mas ainda quero entender por que ela me odeia...

    Tentei ser sútil, não funcionou, vamos ser diretos então. Me aproximo dela e prendo ela contra a escrivaninha e pergunto:

— Eu não me lembro de ter dormido com você enquanto estudava aqui. Qual é do ranço? — Ela tentou me chutar, mas não deixei que ela fugisse.

— Tire. — não largo — tire a mão de mim.

— Diz aí, Brinnie né? — a expressão mais interessante que vi hoje, quero ver ela mais brava. — Você não gostou de dormir comigo ou oque?

— Se coloque no seu lugar, eu jamais iria para cama com um canalha como você. — ri, fui obrigado a rir — solte.

— Como pode tanta certeza que eu sou um canalha? Já ouviu que não se deve acreditar em tudo que esta nas páginas de fofocas?—  Sem nenhuma palavra eu percebi que ganhei, e eu nem sabia que era competição.

    Mas acho que ela não gosta de perder, até porque ela pegou um caderno e antes de sair me encontrou com um olhar de quem me odeia, ficando meio abandonado, vejo Calvin se aproximar.

" Você andou por aí transando e não sabendo quem era?" Pareceu isso?

— Não. Mas vai saber né? — Dou de ombros e o vejo revirar os olhos.

         Acho que ela não vai sair por aí dizendo que sou um canalha, por mais que ela tenha dito isso na minha cara. Eu acho que essa é a primeira vez eu me senti acuado por uma garota, ainda mais uma que é muito mais baixa que eu.

" Ela é meio louca..." Jessie que até tinha me esquecido dela, diz com uma expressão de desgosto.

— Você deveria dizer isso da sua amiga? —  Calvin parece sutilmente bravo.

— Somos colegas de quarto há quase quatro anos, acho que tenho prioridade para dizer que ela é um pé no saco. —  E você sai por aí dizendo isso da sua colega de quarto?

— Sério? — pergunto colocando as mãos no bolso.

    Eu não sei se quero saber mais disso, Jess sempre foi bem interesseira e falsa, ela é conhecida como Coringa entre os caras, uma hora ela te ama na outra te meter um par de chifres, ela já namorou dois caras do time de hóquei, mas eles terminaram antes das traições dela começar. Se não me engano o Conrad ficou bem puto quando descobriu que ela era esse tipo de gente.

    Com um toque leve no meu ombro, Calvin me avisa que é melhor irmos. Estou indo embora, meu negócio aqui já acabou de qualquer forma, porém:

— Transtorno obsessivo compulsivo, ela tem essa coisa. —  Paro por um estante.— Às vezes ela tem os surtos dela.

   Tudo bem, ela não é nada meu, mas eu acho que ninguém gosta que falem das suas fraquezas assim. Continuo a andar.

— Se e assim, então já vou. — já estou na porta.

— Espere! Você veio até aqui, não quer ficar bater um papo? — Obcecada, ela é obcecada por querer tudo.

E isso me deixa mais puto que mentiras a meu respeito. Quando vou responder ela como ela merece, Calvin aperta meu ombro e diz:

— Hunter está na hora da sua sessão.

— Sim, sim...—  Arrumo o cabelo e tive uma ideia. — Foi bom ver a ex do Gilbert de novo.

     Não olhei, mas posso dizer que ela vai ficar bravinha por algumas horas, eu não sei se quero me envolver mais com essa coisa de estudante, desde que cheguei a Jess é a terceira a fazer coisas assim. Estou começando a ficar preocupado com o que aconteceu com essa universidade depois que eu saí.

#3

Hunter.

      Três horas por dia de academia e mais duas para não ficar fora de forma só devido a um tornozelo, pelo que o Calvin disse eu não vou ter problemas em voltar em até dois meses se eu seguir tudo conforme o plano de recuperação. Ainda dói para caralho, mas sei que isso é para mim voltar mais rápido para os jogos. Estamos em janeiro, acho que março já posso voltar.

" Pare de viajar. " Acho que até me acostumei com as chamadas de atenção do Calvin.

     Ele tem um forte senso de responsabilidade, e também está fazendo jus ao trabalho de babá que foi encarregado. Ele sempre é na dele, talvez seja por fatores externos ou outra coisa, mas ele não fala muito sobre ele, me preocupo comigo, se eu não melhorar ele vai ficar decepcionado, já que ele deixou de ver um jogo com o atual campeão da NHL para em fazer voltar para o gelo. Além de que, ele não é só um fisioterapeuta do time, também é o assistente técnico do treinador, então ele vir aqui para ser babá de um jogador que sempre estar na boca do povo, seria verdadeiramente ruim para ele. Ele tem 35? Por aí, já tem uma carreira incrível, e uma coisa que ainda não entendi sobre ele, todo mundo já me coloca como se eu fosse o Lancaster, mas ele não, ele só fica de mau-humor quando falam disso, e não me cobra sobre.

— Por que você está aqui? — Eu sei que ele está pensando que eu sou imaturo de novo. — não que eu esteja desconfortável, só que...

— Eu estudei aqui, para ser exato, eu sei muito bem o que você iria fazer sem supervisão. — ele está pressionado minha lesão, dói — E também odeio atletas machucados. Uma simples lesão pode te deixar sem entrar no gelo pelo resto da sua vida se você não tratar ela com seriedade.

— ... Última pergunta. — ele me olha — Você não gosta de mim, não é?

Ele solta uma lufada se ar e diz:

— Não gosto de como você leva a vida na brincadeira. — Ele termina o movimento — você tem talento, garoto, muito talento, conheci alguém com essa mesma quantidade de talento. E pessoas talentosas às vezes são obcecados demais e isso atrapalha.

— Mas do que adianta ter talento se não formos obcecados? Em toda a história os que são obcecados sempre ganham. Sempre vencem o talento. — Ele solta um suspiro, talento… eu nunca tive isso.

O que mais me deixa bravo, é dizerem que eu tenho talento, eu não tenho talento. Comecei a jogar hóquei com treze anos e era horrível, a patinar com dez. Eu vim de uma família que não se importava com esporte, então meus pais não se importaram em me ensinar nada. Tive que aprender tudo sozinho, sem dizer que quando eu me machucava eu tinha que ficar quieto. Além de estudar feito um escravo diariamente. Qualquer queda na nota eu teria que parar de patinar. Ninguém me conhece de verdade, só acham que eu nasci com um taco de hóquei na mão e sai patinando antes de aprender a andar, só que a realidade é diferente. Não sou filho da primeira esposa. Sou filho da amante que se casou com o meu pai depois da morte da mãe do Sam. Meu irmão praticamente me criou sozinho, e por mais que ele noa gostasse da minha mãe antes do acidente de carro, ele era quem cuidava de mim. Também foi o cara que me ensinou que obsessão sempre vence o talento. Cresci com essa ideologia, treinei muito quase até desmaiar por anos até finalmente conseguir entrar em um jogo. Foi péssimo, mas eu consegui. E por causa daquela sensação eu fiquei mais obcecado. Tudo na vida vem do esforço, por isso odeio essas pessoas da universidade de Artes, nasceram com dom.

...

      Fugi do Calvin! Não posso forçar o pé, mas estou bem em uma foda, só preciso aliviar a pressão, não vejo nenhum repórter isso é bom. Gilbert que está esse ano no último ano, me convidou a vir em uma festa, festas universitárias sempre é pura putaria e zoeira. Seria ótimo encontrar uma garota que me deixe de bem com a vida de novo.

      Estou de mau-humor desde aquela conversa com Calvin. Não voltei atrás numa decisão e ele também, no final ele foi dormir sem nem jantar, — segundo ele — Eu sou infantil feito um garoto no fundamental.

" Baker! " Volto a mim e já noto que é uma bela ruiva.

— Oi linda. — digo sorrindo e ela senta no meu colo.

— Achei que era só fofoca, mas realmente voltou! — Com os braços em torno de mim, ela já me enlaça.

— Preocupado, o treinador me disse para todas umas férias. — Digo e ela já está mordendo minha orelha Acho que tinha me esquecido que, garotas universitárias são todas loucas por sexo. Já que eu não estou longe disso, puxo o rosto dela para próximo do meu e beijo-a, sua língua já entra na minha boca e eu faço o mesmo com a minha, sinto algo metálico. Essa safada tem um piercing?

Brinnie.

     Não acredito, consegui! Finalmente eu posso desenhar meu esboço! Tem algo ótimo em ser o tipo que faz sua arte por emoções, quando elas vêm tudo fica parado. Adoro a sensação de estar presa em um mundo diferente dessa porcaria que eu vivo, de ser puxada para outra dimensão. O único problema é que ela veio — A inspiração — Depois daquele cara me segurar. Agora minha cabeça não para de achar que foi por causa dele. Mas não foi, até por que eu sempre estou sozinha quando desenho, não tenho uma musa e nem uma obsessão por algo. Sou completamente obcecada com a sensação de estar perdida no meio das minhas telas, Graças a minha ótima colocação na exposição de artes da universidade ano passado eu consegui um estúdio só meu. Graças a isso, posso pintar a hora que eu quiser.

Cada cor que sai da paleta e como se fosse meus passos, sempre sonhei em andar na água, mas não sei nem nadar, então quero andar nas estrelas! Andar de mãos dadas com uma, tirar um cochilo na lua e bater um papo com Deus. Quero pescar almas como a morte, mas também quero vê-las por mais tempo, quero fazer amizade com o vento e abraçar a chuva. Montar em um cometa e viajar para bem longe daqui. Tenho necessidade de sumir e aparecer dentro de um desses quadros.

...

   São seis da manhã, e finalmente, finalmente! A tela que até ontem a tarde era branca ganhou cores, sim! Adoro isso! Adoro estar suja de tinta até os cabelos e saber que meu macacão está completamente sujo pelas cores do quadro, saber que talvez eu seja a própria pintura.

Deixo-a secar próximo à janela e pego meu caderno e meu telefone que descarregou ontem. Fecho meu estúdio e vou correndo para casa, a essa hora acho que não tem táxi. Não é primeira vez que viro a noite pintando, nem a primeira que alguém me vê suja de tinta correndo para casa para próxima chegar na aula.

     Chego em casa e Jess está com a roupa que saiu, se não em engano tinha uma festa ontem. Vou direto para o chuveiro, esfrego a tinta dos meus braços e lavo o cabelo, olho no espelho e tenho tinta até na testa. Tiro máximo que consigo, enrolo uma toalha no corpo e vou até meu guarda-roupa, acho que tenho aula de pintura hoje... pego outro dos meus muitos macacões de pintar e visto-o — essa é preto — Por cima da roupa, faço um rabo de cavalo e amarro com um lenço, pego meus óculos, arrumo minha bolsa e vejo o meu telefone. Meu pai me ligou, saio em silêncio, e mando para ele.

Eu: Bom dia senhor Logan.

Ele: Bom dia, senhorita Brianne.

Eu: Sabe que eu não gosto desse nome.

Ele: Seu nome é lindo Brinnie.

Eu: Pai...

Ele: Sim.

Eu: Passei a noite pintando!

Ele demora um pouco para responder.

Ele: Então acabou seu bloqueio?

Eu: ainda não sei. Mas eu estou muito feliz.

Ele: Você virou a noite Brianne Lancaster!

Eu: Só agora? Sim. Mas não se preocupe, eu estou bem.

      Ele me deu alguns sermões, mas foi só isso, corro para a aula, não acredito que vou poder pintar mais hoje. Corro e chego com tempo para um café, sou recebida com um abraço tão bom, mas é mais baixa que eu, vejo Lara Jean sorriso até as orelhas.

Lara é minha melhor amiga, uma das melhores estudantes em Pintura moderna da universidade. Acho que ela também não dormiu, já que ela só pinta depois das três da tarde, artistas tem seus toques. Se o meu é minhas emoções e estar sozinha, o da Lara é quanto mais tarde mais incrível é suas obras.

" Bom dia, Brinnie! " Ela diz bocejando

—Bom dia...— bocejo também — qual é do sono?

— Passei a noite pintando. — noto que está com tinta até os cotovelos. Ela me analisa — e você?

— Passei a noite pintando. — Seus olhos quase saltam do rosto.

— Sério? Você voltou a funcionar? — ela realmente está dando pulinhos. — E então! O que fez você sair do bloqueio?

— Nada. Eu só fiquei muito brava e magoada e então voilà! — Assim que termino a frase e ela estreita os olhos.

— Quem deixou você brava ao ponto de você poder pintar? — chegou nossa vez no café.

— Digamos que ontem não foi um bom dia. — Digo sussurrando.

— Pelo menos você tirou proveito. — pedimos nossos cafés

Corremos para a aula. Por motivos óbvios eu estou mega atrasada para aula do senhor Larry!

.........

Após a as aulas voltei para meu estúdio e tudo se encaixou como uma luva feita sob medida. as cores conversam e tudo está maravilhoso, espero que nunca mais tenha um bloqueio criativo.

Me afasto da tela por um segundo e olho de outra perspectiva, preciso de mais tinta. Mas minha tinta verde acabou. Existe uma loja de material para pintura aqui próximo! vou lá.

chegando até ela compro a tinta e corro o mais rápido que eu posso para meu estúdio no prédio de oficina da universidade. Estou a cinco metros da universidade cinco! E minha sorte vai com Deus.

Harry esta ali, esta vindo na minha direção e meu deus entro em Pânico.

— Olá. — Ele diz com uma olhar sombrio — cansou de se esconder?

— Nunca me escondi de você. — Digo passando por ele e ele me agarra.

— Não pode terminar comigo Brinnie. — Ele me agarra com muita força que meus pulsos doem.

Esse é um dos motivo pelos quais eu não quero mais ficar com ele, ele é possessivo e ciumento, também quebrou três dos meus quadros no semestre passado, por causa dele que eu estou tendo um bloqueio criativo!

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