#5

...Brinnie...

Já ouvi da Jess demais, não acredito que ela acha que eu estou gostando disso, gostando de ser exposta. Por mais que meu pai seja quem é, eu não sou como ele. Por isso eu não quero aparecer. E quando ele ver isso ele vai vir para Minnesota para ontem. Mas graças a tudo isso não tenho que lidar com Jess. Ela não é a amiga mais confiável que eu tenho, na verdade vejo ela como uma colega.

    Mais tarde liguei para meu pai já que eu o faço todos os dias. Ele imediatamente já quis saber se era verdade, obviamente disse que não. Mesmo que não fosse ainda negaria. Meu pai não é mais tão amigável com caras. Até por que meu último namorado era bem fora do comum.

    Deito na cama e coloco o fone, ainda não entendi, eu estava com raiva, estava com emoções a flor da pele literalmente, então por que não consegui pintar. É quase como se eu estivesse presa.

............

Assim que acordo, noto que Jess está com uma expressão de deboche inegável, seja o que for, melhor eu não saber. Tomo coragem e me levanto, vou para o banheiro, minha cabeça está pesada, parece que tem o peso do mundo todo na minha testa. Seja um dia melhor que ontem.  Após o café da manhã peguei minha roupas e desci para a lavanderia, todos devem estar com a ressaca nas alturas, por isso eu adoro vir aqui de manhã daqui a pouco esse lugar vai virar uma zona por máquinas de lavar. Coloco tudo que vou lavar e sentei em uma das cadeiras se espera coloquei o fone de ouvido e tentei esquecer que estou com dor. Não que música ajude. Mas me ajuda a ter só um problema por vez.

   Observo a porta de vidro abrir e um cara entrar. De cara já sei quem é, ex da Jess — Um de muitos — Esse é do time de hóquei, se não me engano ele é da defesa? Como era o nome dele...Conrad! Acho que olhei muito, ele me olhou de volta e deu um aceno. Isso é verdadeiramente um milagre, ele estar aqui às sete da manhã, Jess tinha acabado de chegar quando eu acordei.

   O Cara de quase dois metros, cabelo escuro. Coloca as roupas de uma forma tão meiga que me tirar um suspiro. Sou obrigada a tirar um dos fones, sou educada o suficiente para saber que não se deve usar fones quando tem alguém por perto, educação e segurança.

Ele senta ao meu lado.

" Oi." Ele diz sentando.

— Bom dia. — digo com educação.

— Brinnie não é? — Ele diz sorrindo.

— Sim, Conrad? — ele afirma com a cabeça.

— É uma honra que o gênio da década saiba meu nome. — ele diz com um tom bem brincalhão.

— Eu sei o nome de quase todos o alunos dessa escola. Minha amiga é Maria patins. — digo balançando os pés.

— Jess? — Conrad ia lá no nosso dormitório para buscar ela, talvez ele já tenha transado no meu quarto quando não estava lá.

— Não. Lara Jean. — Na verdade Lara Jean é bem mais fofoqueira do que Maria patins.

— A ruiva? — afirmo — Ela também não é uma daquelas garotas gênio da sua espécie?

Minha espécie? Só por que eu não saio e tenho notas aceitáveis, sou chamada de gênio, odeio ser rotulada.

— Minha espécie? O que seria minha espécie? — cruzo os braços ansiosa pela resposta.

— Não sou eu que estou falando, foi o que eu ouvi. — ele deita a cabeça — Garotas como vocês que não gostam da vida universitária ou que odeiam Atletas.

— Ah...— Suspiro — Não odeio atletas, não gosto do estilo de vida de vocês só isso. E eu gosto da vida universitária.

— Então por que falam isso de você? — Nem notei que na falei demais.

— Por que eu não sou amigável como as garotas dessa universidade, e também não gosto de estar envolvida em um grupo. Sou artista e egocêntrica demais para isso. — digo sem nenhum pingo de culpa.

— Mas esta conversando comigo. E eu sou atleta. — Acha que me pegou?

— Por educação, e para passar o tempo. — Cruzo as pernas.

— Nossa que arrogante. — ele diz perplexo.

— ...— solto um sorrisinho — é o que dizem.

— Sarcástica também.

— Obrigada. — Solto uma piscadela e ouço o barulho da máquina.

— Brinnie, não é seu nome não é? — O olho já de costa.

— Não.

— Então qual é?

— Essa é a graça da brincadeira, — coloco as mãos atrás do corpo e sorrio — Descubra.

Pego minhas roupas, coloco em uma das cestas e dali e antes de sair do aceno para ele. Sigo minha rotina de sábado, chego no meu quarto e em silêncio, dobro minhas roupas, troco a roupa de cama e pego meus sapatos que estão sujo e passo o pano úmido, coloco ele na janela para levar sol, arrumo minha escrivaninha, limpo os pincéis, arrumo as palhetas e aquarela, aponto todo meus lápis, separo meus grafites entre, Sala de aula e estúdio, formulo minha agenda da próxima semana, coloco uma máscara fácil no rosto.

   Enquanto espero os vinte minutos, tiro os livros da estante embutida na escrivaninha e tiro o pó, passo um pano quase seco pela superfície, tiro o pó das folhas e o s deixo respirar. Dado o tempo da máscara vou até banheiro e a tiro já lavando o rosto. Quando volto começo a arrumar os livros em ordem de história, de volume único até as séries de vinte livros. Os livros da universidade ficam na cabeceira da minha cama então não ajeitei. Depois de ver meu quarto realmente organizado, pego meus sapatos que estão na janela e os coloca onde eles devem ficar, na parte do closet. Dividir o closet com a Jess é uma bagunça, tivemos que colocar quase uma parede de madeira entre nós duas no closet, como ela não gosta de arrumar tudo fica em invadindo meu espaço.  Depois de tudo eu estava com fome, para minha sorte Lara me chamou para comer no dormitório dela. Então peguei meu telefone e sai. Pela primeira vez desde que sai, estou sem roupas que são para pintar e com uma sandália. Deixei meu cabelo solto e sai. Está um calor de tirar a roupa na rua se não fosse crime.

...Hunter....

Quando chego no apartamento que alugarmos por um tempo Calvin não está, seja como for, odeio o simples fato de que ela agiu como se eu não tivesse escolha, ela parece me odiar como se eu fosse o seu inimigo. Eu não me lembro de fazer algo a ela, se um dia eu fiz provavelmente estava bêbado demais para lembrar. Eu sempre gostei de beber, me divertir e transar, mas não me lembro de ser um canalha assim. Até que eu era um bom garoto comparado aos meu amigos. Eu tinhas boas notas e era bom no esporte, nada mais justo que um pouco de diversão.

   Me jogo no sofá, não consigo entender, ela praticamente não tem nada. Antes de eu ir lá, eu pesquisei, nome, redes, a única coisa que eu achei dela foi o Instagram e é privado. Perguntei aos caras, mas só que o falaram foi que, ela não sai, não tem amigos, não tem nada além daquela garota como amiga. Além de pintar sempre, algumas garotas chamam ela de arrogante, mas os garotos vêem ela mais como...uma meta a cumprir. O único a conseguir o feito de pegar ela foi o Jackson Smith do futebol, aquele cara é meio maluco e eu não vou com a cara dele.

Mas só com o que eu ouvi e presenciei. Ela é:

Obcecada com o conforto e silêncio, até parece aquelas velhas. Ela age como uma ranzinza e sempre me corta quando eu vou falar. Não sei nem o sobrenome dela. Até onde sei é segredo, poucos sabem. Brinnie. Esse é o único nome que todo mundo sabe e só sabem por causa do que houve no último semestre, três quadros do acervo pessoal dela foram vendidos para uns bilionários árabes. Isso nunca aconteceu, pelo que disseram ela já é uma ricaça. Tirando isso o apelido dela é trovão. Dizem que todos que já tentaram algo foram humilhados. Ou seja ela é arrogante para caralho. Sério que vou ter lidar com isso para sair do radar da imprensa?

.............

Depois que Calvin chegou eu mandei mensagem para ela, mas ela só me respondeu hoje, um dia depois, e nem mandou o "oi" só as três fotos que amiga tirou. Não me respondeu e não visualizou o que ela tem contra mim ! Isso está me deixando desconfortável.

" São fotos bem reais. " Calvin diz olhando.

Não respondo, por causa da minha nova missão, lembrar o que eu fiz com ela. Mas Calvin já me tira disso:

— Hunter! — olho para ele — Ouviu o que eu disse?

— Não...— Digo desviando o olhar.

— Você tem dois meses para melhorar sua imagem e voltar a jogar. — agora eu presto a atenção que ele merece.

— Claro... — reviro os olhos. — Mas só tenho três fotos com ela.

— Eu falei com a Lara, ela vai nos ajudar com a Brinnie. Mas você não pode de jeito nenhum dar em cima dela. — como se ela deixasse. E como o Calvin sabe dessas coisas?

— Ela já disse que nunca vai brincar de namoro comigo. — Digo agora ofendido. — aliás, é normal ter acordos em livros?

— Do que está falando? — Calvin pergunta olhando para o iPad.

— Essa garota, ela me disse que isso não é um livro e que ela não iria aceitar um namoro falso comigo. Disse que dava muito trabalho. — Falando em voz alta me deixa mais puto.

— Ah... — ele ri — sabe as garotas de hoje em dia gostam de romance.

— Ela lê? Romance? Ela tm cara de quem lê terror comendo chocolate. — digo e ele ri.

— Se ela disse que parece um livro confia em mim, parece.

— Por que tem tanta certeza? Conhece ela? — pergunto.

Na verdade Calvin, ele sabe demais da garota, tem certeza de muito.

— O pai dela. — ele diz.

— Hum... Então por que não me ajuda? É mais fácil não é? — Arrumo a almofada e deito.

— É mais complicado do que parece. Nem o pai dela controla ela. — Calvin diz com um tom tão triste.

— Então o que eu faço? Se eu for encontrar ela, tenho medo de levar uns tapas. — Brinco com a almofada.

— Encontre algo que só você pode fazer por ela.

— Ela disse que me quer ver fora daqui o quanto antes. — digo e ele ri.

— O que você fez a ela? Ela não é tão cruel Assim.

— Eu juro que não sei. Nem sabia da existência dela até o festival de artes ano passando, e só sabia da "Brinnie, garota gênio" não sabia quem ela era de verdade.

Ele me olha e pensa, então suspira. Eu não sei o que ele tem com ela. Ou como ele conhece ela. mas eu não quero me envolver com uma maluca.

— A Brinnie tem umas manias meio loucas. — ele diz — talvez ela não goste de pessoas, então não tem como mesmo.

— Isso ajudou muito cara— Mostro o dedo para ele — Brinnie ou o que seja. Não gosta de seres humanos isso por si só já é um tipo de coisa que eu não quero me meter

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